.na maior parte da história, o anônimo foi uma mulher
se você olhar nos olhos dele
1
— O quê? — perguntei sussurrando pela quinta vez desde que Diana tinha começado a falar. O plano havia dado certo, apesar de seus pais terem me olhando estranho, e agora estávamos discutindo sobre uma pessoa a mais. — Eu achei que fôssemos apenas nós.
Joseph sussurrou um "pare de drama" e sentou na parte de trás junto a Cole, que sorriu timidamente e virou o rosto para o lado oposto. Papai havia concordado com nossa ida, desde que voltássemos inteiros e que o moreno realmente cumprisse o trabalho que inventamos — parte do roteiro de Anne incluía uma oferta falsa de emprego. E não havia sido problema nenhum convencer Sally, uma vez que esta estava de acordo com tudo que meus genitores falavam.
A verdade é que, assim que puxei a bolsa e cumprimentei meus amigos, meu olhar se encontrou com o de Gilbert e eu paralisei no mesmo lugar. Não sabia que ele era o terceiro garoto que Diana havia arrumado, ainda que nenhuma das meninas, nem mesmo ele, haviam me avisado de nada. E isso não era ruim, era ótimo; eu só estava surpresa.
Ele continuava parado, sorrindo de forma engraçada para mim, enquanto acenava com uma das mãos.
Eu sorri de volta e encarei Diana novamente.
— Não finja que nada acontece entre vocês dois, é tão perceptível que chega a ter graça. E está óbvio que ele tem sentimentos por você — ela bateu em meu ombro de forma amigável e saiu andando na frente. Segurei a bolsa entre minhas mãos e a segui. Antes de abrir a porta para que pudéssemos entrar, virou e sussurrou: — E, quiçá, soasse menos exagerado se você o olhasse nos olhos.
Meu olhar automaticamente se tornou de indignação. Mas sorri e cumprimentei a todos normalmente.
A casa de Anne ficava há alguns poucos quilômetros dali. Não demoramos a buscá-la, muito menos a pegar a estrada novamente. E eu estava quase tão animada quanto ela, que me contava sobre seu vestido de mangas bufantes e perguntava sobre possíveis atrações que poderiam aparecer na festa.
casa da tia josephine
2— Bem-vindas, queridas! — Tia Josephine nos cumprimentou com um abraço caloroso e um lindo sorriso. Era a primeira vez que eu entrava numa casa tão bonita quanto aquela. Cheia de pinturas e tão refinada. — Este vai ser o cenário do crime.
Ai, meu deus. O lugar estava estonteante, exalava exuberância. O salão, que eu julgava ser a sala de estar, era repleto de flores de todos os tipos que seguiam do teto até o chão de madeira brilhante. Era de um colorido tão intenso que eu não conseguia parar de olhar. E o cheiro? Deus sabe o quão gostoso estava.
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blue boy, gilbert blythe
FanfictionMe perdi em meio as suas palavras, reparando na forma em que seus olhos se comprimiam quando dizia algo. Adorava passar aquele tempo com ele, porque eu o enxergava de verdade - através dos seus olhos, como mamãe diria -; via alguém além do garoto tr...