Nos acomodamos no espaçoso quarto de hotel, caminho até a varanda e fico extasiada com a altura exacerbada do andar que estamos. Sinto o corpo do italiano me abraçar por trás depositando um beijo no meu rosto em seguida fazendo com que de alguma forma eu me sinta segura.
— O que achou? – pergunta.
— Alto, bem alto – afirmo e ele me aperta ainda mais.
— Estamos seguros aqui.
Me viro ficando frente a frente com o homem, passo meus braços pela sua nuca e inclino meus pés a fim de conseguir acesso a sua boca. Dou um selinho longo nele que logo esboça um sorriso largo para mim fazendo com que eu sorria também.
— Preciso ir – diz ele encarando meu rosto — Vim a trabalho e estou muito atrasado para uma reunião bastante importante.
— Vai me deixar aqui sozinha? – choramingo.
— Não fale assim – pede calmamente — Chegarei a tempo de te levar para se ajeitar para o desfile de hoje a noite.
— Promete?
— Sim – afirma — E estarei lá na primeira fila para te ver fechar um evento importantíssimo na nossa região e depois iremos jantar juntos para comemorar.
— Eu quero dançar hoje a noite.
— Dançar? – questiona entre risos — Dançar o que Bela Lorena?
— Qualquer música que esteja ecoando em uma das boates dessa cidade.
— Boate? – uma feição de descontentamento brota no rosto do homem — Faz muitos anos que não vou a uma.
— Por favor, amor – insisto — Vamos poder dançar juntos, beber.. Nos divertir. O que acha, hum?
O europeu solta um suspiro seguido de um sorriso e eu já entendo sua resposta.
— Obrigada, obrigada – agradeço espalhando beinospelo seu rosto — Eu amo você.
— Eu também a amo ragazza – diz fazendo meu coração se aquecer — Agora preciso mesmo ir. Estou muito atrasado.
— Não quero me desgrudar de você – choramingo me pendurando em meu pescoço.
— Estarei de volta a tarde como prometi – assegura o homem — Vá a praia, ou ao shopping.. passeie um pouco e quando menos esperar já estarei aqui.
— Não demore – deposito um beijo de despedida em sua boca o soltando do meu apego em seguida.
Então o italiano sai do quarto me deixando aqui, observo todo o ambiente bem decorado e extenso.
Caminho até o banheiro e me alegro quando vejo uma banheira de hidromassagem ali, começo a enche-la colocando os sais de banho em seguida, quando a mesma está totalmente cheia tiro minha roupa e me insiro na banheira afundando meu corpo na água quente enquanto sinto a potência da água que se choca contra meu corpo massageando-me.
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Deitada na cama vendo uma longa-metragem clássica na TV me surpreendo quando a porta é aberta e Luigi aparece no meu campo de visão. Pulo da cama em um movimento rápido e corro até o homem o dando um abraço apertado.
— Eu disse que não demoraria.
— Já estava com saudades – afirmo.
— O que fez durante esse tempo? Foi a praia ou deu uma volta pela cidade?
— Tomei um banho na hidromassagem e assisti filme.
— Porque não saiu um pouco? – questiona encarando-me.
— Vim para aproveitar ao seu lado e é isso que quero fazer.
O europeu me responde com um sorriso largo depositando um beijo na minha testa em seguida.
— Preciso te contar uma coisa – indaga ele.
— O que aconteceu? – questiono franzindo o cenho.
– A Sabrina.. – sinto meu corpo estremecer — Ela está aqui.
— O que?
— Estava na reunião dos empresários que querem investir na nossa cidade – explica e eu respiro fundo — Não sabia que ela estaria aqui, se tivesse a ideia disso jamais a traria para ca.
— Essa mulher nunca vai nos dar paz? Parece uma sombra – esbraveja virando as costas para o mais velho — Nem em outra cidade conseguimos ficar longe dela?
— Lorena se acalma, não vamos permitir que ela estrague tudo.
— Me acalmar? Eu não quero ela nos seguindo o tempo inteiro.
— Não a veremos mais, não temos com o que nos preocupar – garante o europeu.
— Aconteceu algo entre vocês hoje? Uma conversa, sei lá, alguma aproximação? – questiono com a voz embargada.
— Ela tentou se aproximar, mas não a dei espaço – garante.
Tento organizar minha respiração a fim de não surtar, passo os dedos pelo meu cabelo e o homem percebe toda minha tensão.
— Precisa se arrumar, logo terá que estar se preparando para o desfile de mais tarde e pelo que conheço de Alício ele odeia atrasos.
— A notícia que ela está aqui me desestabilizou – confesso passando a mão pelo meu rosto.
— Não de esse poder a ela. Quero te ver brilhando naquela passarela hoje, por favor não permita que nada estrague isso.
— Você está certo, não permitirei que ela destrua nossos planos dessa vez – falo tentando fazer com que a sanidade e a calma se apossem de mim.
— Agora se arrume, precisamos chegar a tempo para que você seja a modelo mais linda daquele lugar.
Sorrio para o homem e vou em direção a mala, escolhendo um vestido leve com uma estampa colorida. Coloco uma bolsa simples e uma rasteirinha, assim que estou pronta Luigi pega em minha mão entrelaçando nossos dedos, saímos do quarto juntos e permanecemos assim até chegarmos na garagem onde ele faz questão de abrir a porta do banco carona para que eu me acomode e ele se senta em seguida e da partida com o carro.
O caminho é leve, vamos conversando animados e fazendo planos para o nosso domingo amanhã, dia do qual aproveitaremos juntos cada instante. Logo o italiano estaciona o carro na frente de um extenso prédio e pela primeira vez me sinto nervosa, minhas mãos começam a soar e as pernas ficam bambas.
— Será que eu vou conseguir? – pergunto lançando um olhar para Luigi.
— Eu não tenho dúvida que estará impecável – afirma o europeu me trazendo segurança — Agora vá, que daqui a poucas horas estarei aqui para te assistir.
— Por favor não se atrase, hoje só tenho você.
— Serei o primeiro a chegar.
Selo nossas bocas em despedida e enfim saio do carro, chego na recepção do prédio e logo sou indicada a me apresentar no oitavo andar.
Entro no elevador e após alguns segundos me encontro no local indicado, já sou induzida a sentar em uma cadeira com uma penteadeira a minha frente, maquiadores e um hair style se aproximam de mim e sem qualquer cerimônia começam a arrumar-me.
Assim que o penteado e a maquiagem estão prontos, um homem se aproxima de mim cumprimentando-me. Logo reconheço a voz de Alício que me leva até uma arara indicando o modelo que irei usar para fechar o desfile.
Assinto com a cabeça e com a ajuda de alguns profissionais visto a peça de vestido prata que vai até o meio da coxa cravejado de pedras e com uma costura impecável.
O trabalho contínuo nos bastidores faz com que o tempo passasse rápido e quando menos espero as outras modelos já estão prontas para ir a passarela. Uma música alta é ouvida por mim indicando que o desfile acabou de começar, estremeço enquanto o maquiador faz os últimos ajustes na iluminação da minha pele e sinto como se fosse a primeira vez que vou desfilar.
O nervosismo e a insegurança está aqui, tento recaptular todas as valiosas dicas de Márcia em minha mente e organizar a minha respiração ao mesmo tempo na esperança de impedir que meu nervosismo estrague qualquer milésimo de segundo do meu andar enquanto eu estiver na passarela.
Alício se aproxima de mim guiando-me até o lugar que devo aguardar, pois daqui aproximadamente um minuto já é minha vez.
E sem que eu perceba meu momento chega, fecho os olhos fazendo uma oração silenciosa e logo os abro novamente e sem dar espaço as minhas inseguranças começo a caminhar pela passarela, meus quadris se movem em sincronia com os meus braços, queixo erguido e no meu rosto uma feição leve, olhar semi cerrado e boca parcialmente aberta. Com minha visão periférica vejo Luigi sentado na primeira fila assim como prometeu, me seguro para não retribuir o sorriso orgulhoso que está em seu rosto e só de saber que ele está ali me sinto mais segura.
Logo dou meia volta e ouço aplausos, quando finalmente volto para a área interna do evento todos comemoram juntos a qualidade do que acabamos de fazer, Alício me abraça e as outras modelos também.
— Você foi esplêndida! – elogia o empresário — Superou todas as minhas expectativas.
— Obrigada – respondo com uma alegria aparente.
Então o italiano aparece no meu campo de visão, e eu corro ao seu encontro para abraça-lo e quando o faço, ele suspende meu corpo rodando-me.
— Você estava linda – diz me colocando no chão — Foi perfeito ragazza.
— Gostou mesmo?
— Eu amei – afirma fazendo com que eu me sinta ainda mais feliz — Estou orgulhoso de você – selo nossos lábios o dando um selinho demorado que o homem imediatamente retribui — Agora vamos, temos que dançar, esqueceu?
— Preciso devolver o vestido e passar no hotel para me arrumar.
— Não precisa, o vestido é seu.
— O que?
— Um presente.
— Aí meu Deus – exclamo boquiaberta — É sério?
— Sim.
Pulo em seu colo outra vez o enchendo de beijos.
— Amo tanto você.
— Eu também amo você – afirma me fitando com suas esferas azuis — Vamos, temos a noite toda para aproveitar.
Sua mão encosta a minha e instintivamente cruzamos nossos dedos, saímos do espaço sem olhar para trás. Entramos em seu carro e conversamos animadamente durante todo o caminho.
Meu celular vibra, pego o aparelho é vejo uma mensagem de Bruno. Respondo meu amigo e logo em seguida volto minha atenção total ao homem do meu lado que dirige animado.
Uma boate é avistada por nós, Luigi estaciona seu veículo e descemos, há uma fila imensa para ter acesso ao clube, mas surpreendentemente Luigi pega em minha mão e nos leva diretamente até a portaria. Lá o homem se apresenta e nossa passagem é concebida.
— Pra quem não vai há anos em uma boate, até que você está bem conhecido por aqui – exclamo sarcasticamente enquanto adentramos o ambiente.
— Conheço pessoa influentes nessa cidade, dentre elas o dono desse lugar.
— Está bem – assinto — Vamos tomar um drink?
— Ótima idéia. Estou afim de algo refrescante, e você?
— O que você quiser eu quero.
O homem sorri antes de caminharmos até o bar, lá ele faz o pedido de dois Mojitos e logo o barman nos entrega os drinks e vamos juntos para a pista de dança.
Começo a mover meu corpo conforme a música que ecoa no ambiente, Luigi está parado me observando com um sorriso estampado no rosto.
— Não vai dançar comigo?
— Te trouxe aqui, mas dançar já é demais.
— Se solta amor – falo virando de costas para o homem e encostando meu corpo no dele — Dança comigo.
Dou um longo gole no mojito e sinto a mão do europeu na lateral do meu corpo, intensifico os movimentos do meu quadril me esfregando contra o italiano, viro-me ficando frente a frente com ele, passo meus braços pela sua nuca e encaro seus olhos azuis enquanto continuo a dançar.
— Você veio para aproveitar a noite, certo? – questiona com a boca próxima ao meu ouvido.
— Sim.
— Então pare de me provocar desse jeito, caso contrário serei obrigada a tira-la daqui agora mesmo.
Começo a rir sarcasticamente com sua declaração e a ignoro continuando mexer meu corpo. Sinto os dedos do italiano de introduziram em meu cabelo e ele brutalmente chocar nossas bocas, todo meu corpo se acende enquanto nossas bocas se embalam em um ritmo perfeito e intimo. Então ele afasta nossos lábios encarando-me como um animal irracional e sedento.
— Continue.
Faço o que é pedido e sigo mexendo meu quadril livremente dando mais um longo gole no drink, levanto meus braços permitindo que a animação contagiante do lugar se apossem totalmente da minha áurea, fecho os olhos ouvindo a música alta e envolvente e sinto meu corpo acompanha-la involuntariamente. Abro meus olhos e me sinto satisfeita em ver o europeu me admirando como se eu fosse uma obra renascentista. Me aproximo dele colando nossas testas, nesse momento uma tensão entre nós dois aparece, nossas conexções carnal e energética se tornam ainda mais latentes até que o vínculo é quebrado quando uma voz aguda é ouvida por mim.
— Não tem vergonha de se exibir com uma menina que tem idade pra ser sua filha?
Viro para trás no mesmo instante vendo Sabrina vestida com um macacão branco com um copo de whisky na mão me olhando com um ar de superioridade.
— Só pode ser brincadeira..– indago revirando os olhos.
— E você não tem vergonha de ficar com um homem vinte anos mais velho que você só pelo dinheiro dele?
Nesse momento solto uma gargalhada sarcástica e forçada.
— Nós duas sabemos que tem coisas que ele faz que dinheiro nenhum paga – falo mordendo o lábio.
— Sabrina, não faça essa situação ficar ainda pior. Saia daqui, por favor – pede o europeu.
— Não ouviu o Luigi amor? Saia. Está sendo inconveniente.
Vejo uma feição raivosa brotar no rosto da mulher, e a encaro com um sorriso no rosto sentindo minha força de se impor dominando-me graças ao álcool que já começou a se infiltrar em minha mente.
— Não fale assim comigo sua ninfeta!
— Sabrina! – a voz de Luigi está ainda mais grave expondo o quanto ele está enraivecido com a situação — Pare de se comportar como uma criança.
— Devo estar no caminho certo, você parece gostar de crianças agora.
— Nunca mais se refira a mim dessa forma, sou uma mulher e me chamo Lorena. Agora pegue o resto de dignidade que ainda tem e saia daqui, e se não o fizer continuaremos aproveitando nossa noite como se você não estivesse aqui nos encarando como se fosse uma stalker pirada.
Lágrimas começam a molhar o rosto da mulher e vejo o descontrole dela aflorar através do seu olhar.
— Vai deixar ela falar comigo assim Luigi?
— Nos deixe em paz Sabrina, por favor – pede ele.
— Olha o jeito que ela falou comigo e você não vai fazer nada? – questiona entre lágrimas — Não sobrou nem um pouco de respeito ou carinho aí dentro? – Então Luigi abaixa os olhos incapaz de responde-la — Impossível não ter sobrado nada!
— Vai Sabrina – reforço.
Nesse momento a sanidade da economista a minha frente parece se esvair.
— Eu vou acabar com a sua vida desgraçado – um desconhecido a segura enquanto ela ameaça se aproximar de nós dois com brutalidade — Eu vou te destruir assim como está fazendo comigo. Eu juro! – os soluços que escapam dela são latentes e sua voz está alta de forma com que todos a nossa volta parem pra observar — Eu não vou parar enquanto não te ver na merda. Me aguarde Luigi, me aguarde.
Nesse momento o homem pega a minha mão nos afastando dali em meio os gritos histéricos da mulher.
— É melhor irmos embora – digo com a voz embargada.
— Não. Você quer dançar e viemos para aproveitar juntos – ele pega meu rosto com ambas as mãos segurando-o — Irei resolver isso agora mesmo. Me espere aqui.
Então o homem some do meu campo de visão por poucos minutos, quando volta pega minha mão entrelaçando nossos dedos e então caminhamos juntos até um camarote privativo presente na parte superior da boate. O sinto me abraçar por trás trazendo-me um conforto exacerbado me tirando um leve sorriso.
— A noite está só começando – afirma me apertando ainda mais forte.
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Se deliciem com esse capítulo gigantesco!!
Acham que Sabrina vai aprontar alguma?? O que?? 🤔
Votem e comentem muitooo pra me ajudar a voltar logo. Um beijo e bom domingo pessoal 🥰