Capítulo 78

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What about now?What about today?What if you’re making me all that I was meant to be?What if our love never went away?What if it’ s lost behind words we could never find?Baby, before it’ s too late What about now?— Chris Daughtry, “What About Now”

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What about now?
What about today?
What if you’re making me all that I was meant to be?
What if our love never went away?
What if it’ s lost behind words we could never find?
Baby, before it’ s too late What about now?
— Chris Daughtry, “What About Now”

Faz um ano que saí e, além da carta, não tive mais sinal de Shivani. Lamar só diz que ela está em Londres e não pretende voltar. Não enviei a carta que escrevi. Decidi que quero entregar pessoalmente.

Paguei cada centavo do que devia ao seu avô. Financeiramente estou muito melhor do que poderia esperar. Dois meses depois que saí da clínica, Pepe e Lamar me propuseram sociedade para montar uma balada em São Paulo. Lamar tinha conhecimento zero, mas entrou com a maior parte da grana. Inauguramos há seis meses e temos feito muito sucesso.

Quero saber por que Lamar me disse para vir ao Ibirapuera com a carta que escrevi para Shivani. Krystian contou a ele que não tenho coragem de mandar. Vou matar meu primo por isso. Ele está andando demais com essa família e ficando tão fofoqueiro quanto.

O dia está quente, mesmo sendo julho. Acho que o verão é tão marrento quanto eu e decidiu invadir o inverno.

Duas crianças passam correndo atrás de uma bola, um senhor caminha com um cachorro e uma gargalhada ecoa, fazendo meu coração parar. Puta que pariu, meu coração parou! Puta que pariu!

Eu reconheceria esse som em qualquer lugar. Eu me viro e ao longe vejo Shivani rindo. Noah está com ela e continua dizendo algo que a faz se dobrar de rir. Meu coração dispara de um jeito que me faz tocar o peito para conferir se ele não vai explodir e sair como louco atrás dela. Mal consigo respirar. Nunca duvidei do que sentia, mas agora, vendo Shivani a metros de mim, é como se esse amor tomasse cada partícula do meu corpo. Nada do que usei em meus piores anos me deu tanto prazer quanto olhar para ela, mesmo de longe, mesmo perto de outro cara, mesmo com a possibilidade de que ela nunca mais seja minha. Ela voltou. Ela voltou. Ela voltou! Passo as mãos pelos cabelos, sem acreditar. É inevitável, perco uma batida, duas, três... Perderia todas por ela.

Meu primeiro impulso é me afastar e me ocultar atrás das árvores, mas continuo espiando sem que ela possa me ver. Quando me tornei o cara que se esconde?

— Ela parece feliz, não? — A voz grave de Fernando me faz dar um pulo.

— Parece. De onde você saiu?

— Se eu dissesse que os dois estão namorando e felizes, o que você faria? — Ele não me responde e ainda lança uma pergunta dessas. Parece uma versão bizarra do Mestre dos Magos.

— Não faria nada. Eu deixaria a Shivani ser feliz e continuaria longe. — Por mais triste que eu me sinta admitindo isso, é exatamente o que eu faria.

— Muito bem. Acho melhor dizer logo que eles não estão juntos nem nunca estiveram. — O alívio me invade. — O Lamar me disse que você escreveu uma carta para ela e nunca enviou.

— É. — Que porra de moleque fofoqueiro!

— Você trouxe?

— Trouxe. O Lamar pediu e fiquei sem entender. Achei que ele fosse enviar pra ela e que talvez estivesse mesmo na hora. Parece que escrevi há tanto tempo.

— Está na hora de entregar. — Fernando arranca o envelope da minha mão antes que eu possa reagir. — Agora vá embora e ligue para o meu neto. Pelo que fui informado, vocês têm uma apresentação especial no bar hoje à noite.

— E se eu quiser falar com ela? — Estou agoniado de vontade de falar com Shivani.

— Ah, garoto, vocês estão separados há dois anos. Já esperaram tanto.
Deixe esse velho romântico fazer tudo direito, por favor.

Penso, repenso, e a resposta é óbvia:

— Ok.

⏭  ▶ ⏮

“Que tal agora?/ Que tal hoje?/ E se você estiver me tornando tudo que eu estava destinado a ser?/ E se nosso amor nunca tiver acabado?/ E se estiver perdido por detrás de palavras que nunca conseguimos encontrar?/ Baby, antes que seja tarde demais/ Que tal agora?”

As Batidas Perdidas do CoraçãoWhere stories live. Discover now