Capítulo 23

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So tell me when you’re gonna let me in I’m getting tired And I need somewhere to begin

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So tell me when you’re gonna let me in I’m getting tired And I need somewhere to begin.
— Keane, “Somewhere Only We Know


Assim que entro no bar, procuro o banheiro. No espelho, estão as provas do que fizemos lá fora. Meu rosto ainda está corado, meus lábios vermelhos, e tem marcas da barba dele em todo o meu pescoço. Sinto um arrepio gigantesco ao lembrar de cada toque e aonde teríamos chegado se não tivéssemos sido interrompidos.

Nunca na vida senti tanta vontade de ser de outra pessoa como agora.
César, apesar de seu jeito certinho, era bom de cama e nos dávamos muito bem nesse quesito, mas hoje ansiei tanto por mais que estou assustada. A mera pegada de Bailey em um simples beijo — que de simples não teve nada — me matou. Imagine continuar... Não, para.

Ou seria não para?

Meu Deus! Preciso me controlar ou não sei o que vai acontecer.

Duas mulheres entram rindo no banheiro e é meu sinal para sair. Do lado de fora, percebo que está tocando “I Could Die for You”, do Red Hot Chili Peppers. Ouço muito porque Lamar adora e ainda não aprendeu que existe fone de ouvido, mas essa nunca foi minha banda favorita.

Porém pelo menos essa música tem tudo para se tornar inesquecível. Enquanto caminho para o bar, Bailey me vê abrindo passagem entre as pessoas. Ele prepara uma bebida para alguém, mas está tão concentrado em mim que não sei como não derruba tudo. E não derruba mesmo. Eu me sento em uma banqueta alta, encostada no bar, e fico ali, enquanto ele termina a bebida e troca olhares comigo.

Eu me concentro na música, mas é pior. Parece que hoje o universo conspira.

Come again and tell me
Where you wanna go
What it means to me
To be with you alone
Close the door and
No one has to know
How we are.

Bailey entrega a bebida ao garçom, que vai levá-la até o cliente, e foca a atenção em mim durante esse trecho da música. Está claro. Se eu quiser, teremos a sequência do que aconteceu lá fora — ninguém precisa saber ou se envolver.

Como ele mesmo disse, o perigo é evidente. Ele é alguém de quem se deve fugir, mas eu não quero e não vou me censurar por desejar ficar com ele. Nunca quis nada como quero isso.

Meu celular começa a tocar de novo. Vejo que é César e desligo o aparelho.

— Algum problema? — ele pergunta, colocando uma bebida colorida na minha frente. São tantas cores se misturando que não imagino como ele pode ter feito isso. — Eu disse que ia preparar algo especial para você.

As Batidas Perdidas do CoraçãoWhere stories live. Discover now