Capítulo 37

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Let’ s put our two hearts back together And we’ll leave the broken pieces on the floor Make love with me baby Till we ain’t strangers anymore We’re not strangers anymore

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Let’ s put our two hearts back together And we’ll leave the broken pieces on the floor Make love with me baby Till we ain’t strangers anymore We’re not strangers anymore.
— Bon Jovi feat. Leann Rimes, “Till We Ain’t Strangers Anymore

Ouço Bailey ligar o chuveiro enquanto ando pelo quarto enrolada na coberta. Foi só ele sair de perto para o frio me pegar outra vez. Quando penso no que fizemos e em tudo o que temos compartilhado, sinto que não existe outro lugar para estar além de aqui, com ele.

Olho ao redor casualmente, prestando um pouco mais de atenção.

Tudo é tão perfeitamente organizado. Bem diferente de como eu imaginava o quarto de um homem. César e Lamar são organizados, ou melhor, seus quartos são, mas outras pessoas os arrumam, então não conta.

A parede acima da cabeceira da cama é exclusiva para a guitarra pendurada e dois quadros, um de cada lado. Eu me aproximo para observá-los melhor. Quase toco o instrumento, mas desisto no último segundo. É o elo com o pai dele. Algo assim não pode ser tocado sem permissão.

Os quadros são fotografias de Johnny Cash. Eu não saberia dizer quem é se não estivesse escrito. Um deles é apenas uma imagem de Cash segurando um violão e mostrando o dedo do meio. Tão Bailey que é difícil não sorrir.

No outro, há uma imagem do cantor olhando para baixo, com fogo em volta e uma frase:

“I hurt myself today to see if I still feel. I focus on the pain, the only thing
that’ s real”.

Quanta dor Bailey deve sentir para manter algo assim no próprio quarto? Até que ponto posso acreditar que serei suficiente para aliviar essa dor?

— É um trecho de “Hurt”. É uma música linda. Triste, mas linda. — Estou tão perdida em pensamentos que a voz de Bailey me assusta. Ele está vestindo uma boxer preta, seus cabelos estão molhados e algumas gotas escorrem pelo corpo. — É a minha preferida, mas ironicamente não é dele. É um cover que ele gravou há dois anos. O Pepe me deu esse quadro faz uns seis meses, quando consegui ficar limpo pela primeira vez. Não falei dessa parte no hospital porque não queria te dar falsas esperanças. Eu não quis realmente ficar limpo da outra vez. Fiz porque achei que podia tentar, e o Pepe quis me lembrar que, se o Johnny conseguiu, eu também conseguiria. — Ele desvia o olhar, suspira, depois me encara. — Mas não durou muito.

— Quando você voltou a usar?

— Na noite do acidente e algumas vezes depois — ele diz enquanto mexe em um aparelho de som, e percebo que é uma vitrola antiga. Ele coloca um disco de vinil. Não via um fazia anos. — Eu não lido bem com perdas.

As Batidas Perdidas do CoraçãoWhere stories live. Discover now