22. cruel intentions

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Luke Crawford ainda esperava pela minha resposta

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Luke Crawford ainda esperava pela minha resposta.

— É uma oferta muito boa. — Acrescentou, notando o meu silêncio.

De fato. Assim como toda a polícia dos Estados Unidos, ele também queria a cabeça de Travis e entregada de bandeja por mim. Para ele — um policial que se coloca numa posição acima de nós, as pessoas que estão do outro lado — era fácil pedir que eu jogasse Travis aos lobos em troca da minha liberdade.

Tão fácil. É, seria fácil se eu não tivesse sentimentos por Travis, se eu não soubesse que existem criminosos bem piores que ele, como por exemplo, Juan Hernandez.

O homem que me destruiu. Apesar de Travis tentar de todas as maneiras me ajudar a curar essa ferida exposta que Juan deixou, eu sei que uma parte desse esforço está sendo em vão porque eu deixei Juan, mas ele, por outro lado, nunca me deixou. Eu sinto ele em todo lugar. É como uma sombra que me acompanha sempre e toda vez que eu fecho os olhos, ele aparece e sussurra a frase favorita dele "você é minha, Blake". Ele repetiu isso tantas vezes que em algumas delas eu cheguei a acreditar. Eu sei que estou fisicamente segura mas quem vai me proteger da minha própria mente?

— Quer outro incentivo? — O policial voltou a falar, me despertando dos pensamentos dolorosos e eu continuei como uma estátua. — Posso devolver o seu filho.

O quê?

Eu sabia que mesmo se tentasse, não conseguiria fingir que Dave não existia, e o meu rosto deve ter entregado o quão abalada eu fiquei.

— Não sei do que você está falando. — Respondi nervosa e com a voz mais fina que o normal.

— O nome dele é Dave, não é?

Por um segundo, o mundo parou. Ouvir o nome do meu filho saindo de outra boca além da minha, de Fabrizio ou Juan pareceu surreal, como se não fosse mais o segredo que eu guardava a bastante tempo, não foi uma sensação totalmente ruim mas diferente do que eu queria, o policial a minha frente não trazia boas notícias, ele queria uma troca.

— Como...?

— Sou da polícia, esqueceu? — Apontou para a própria camiseta que destacava o nome "Polícia da Califórnia". — Pelo o que eu sei, ele nasceu aqui e você não é uma cidadã legal... É só fazer as contas do que pode acontecer se você não colaborar com a gente.

— Por que eu?

O policial esticou o pescoço, aproximando o rosto do meu, até finalmente sussurrar:

— Porque ele é louco por você.

— Se sabe disso, deveria me tratar melhor. — O pequeno sorriso apareceu nos cantos dos meus lábios, tentando intimidar um pouco sequer o detetive.

Ele se afastou, acomodando o corpo na cadeira.

— Não. — Respondeu debochado. — Eu vou correr o risco porque pelo que eu também sei, o West não sabe do Dave.

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