02. heartless

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— Trouxe toda a cavalaria, Travis

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— Trouxe toda a cavalaria, Travis.

Juan Hernandez não era confiável. O sorriso psicótico nos lábios era um sinal que confirmava isso. Os cabelos bagunçados e o fedor de cigarro nem o faziam parecer um dos maiores investidores de lutas clandestinas como eu. Porém aquele não era o único negócio de Hernandez, agora ele também investia em tráfico de drogas e para dizer a verdade, não fiquei surpreso.

Ele era o tipo de filho da mãe pelo qual sempre esperamos pelo pior. Se existir uma escala entre os piores criminosos, Juan estaria no topo. O cara era um sádico, usuário de drogas e perseguidor. Só de olhar para Juan, já tenho vontade de quebrar todos os ossos dele. Não que eu fosse um anjo, e muito menos um príncipe digno de contos-de-fadas, mas eu não seria capaz de machucar uma mulher da maneira como ele machucou a Blake.

Se dependesse de mim, esse desgraçado já estaria a sete palmos abaixo da terra. Mas os planos mudaram e agora ele ia sofrer, ser torturado, e humilhado igual como fez com ela.

E o irônico nisso tudo é que ele só está vivo porque ela não deixou que eu o matasse.

"Você não é como ele." Foram as palavras dela que me impediram de puxar o gatilho, e Blake, você estava certa, não sou igual ao Juan Hernandez. Os dias estão contados para que eu coloque um ponto final em toda essa situação. O plano ainda não era perfeito, mas dessa vez ele não escaparia. Eu ia matá-lo mas antes tinha que resolver a questão dos negócios que era comprar a parte que Hernandez não queria vender no clube Ozone.

Infelizmente, a reunião era no território do Hernandez, então todo o cuidado era necessário pois ele me queria morto mais que tudo.

— Tenho que me precaver. — Respondi com um sorriso atrevido.

Morrer com uma bala cravada no meio da testa não era suficiente. Primeiro eu arrancaria sua língua por todas as vezes que ele a agrediu verbalmente, depois arrancaria suas orelhas porque ele gostava de ouvi-la sofrer, chorar e implorar. Depois arrancaria apenas um de seus olhos porque ele tinha que presenciar seu próprio sofrimento, também pensei em cortar algumas partes de seu corpo e jogar aos cachorros. Ainda não era o plano perfeito, mas ele sofreria, gritaria e quando ele estivesse implorando para que eu parasse, finalmente, eu daria um tiro no meio de sua testa.

Olhei para Draco, que com seus quase dois metros de altura causou medo nos seguranças de Juan, principalmente no que estava ao lado do careca com tatuagem de dragão na cabeça. Foi uma boa escolha trazê-lo comigo. Ele é um dos principais lutadores que trabalham para mim, um dos poucos em quem eu confio com a minha vida. Dominik Abramov também estava na sala, e seus olhos atentos procuravam por qualquer mínimo movimento meu que permitisse um ataque.

Hoje não, Abramov.

Levei a mão até a garrafa de uísque que estava na mesa e coloquei um pouco no pequeno copo de vidro. Notei que era um Tullamore D.E.W, uma ótima marca de uísque escocês, não era à toa que era considerado um dos melhores do mundo. Apreciei o sabor da bebida, e quem diria que teria algo tão bom assim na casa de Juan Hernandez.

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