Desde que saiu do México para ter uma vida melhor nos EUA, Blake Campbell passou por situações de risco e na pior delas, acabou perdendo o que tinha de mais precioso.
Numa noite, sem esperanças, ela vê seu mundo girar de cabeça para baixo ao ser re...
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Aceitar a ideia da gravidez me deu medo na primeira vez. Eu já presenciei muitas mulheres grávidas e todo o sofrimento que elas passaram tanto com seus corpos como por causa de suas situações financeiras tendo que ir atrás de remédios, conseguir vagas em hospitais... era aterrorizante. Eu não era nenhuma garotinha quando engravidei do Dave mas mesmo assim tive muito medo.
Infelizmente, o medo não tinha ido embora. Eu vivi constantemente com medo por mim e pelo bebê por conta do Juan que enlouquecia dia após dia. Eu tive razão em ter medo pois ele arrancou Dave de mim da maneira mais cruel possível. Apesar de conseguir carregá-lo apenas por alguns segundos, aquela foi a melhor sensação da minha vida.
E pensar que eu posso estar prestes a sentir tudo novamente fez o meu coração acelerar de um jeito que eu mal conseguia raciocinar.
Norton foi até a mansão me buscar com a desculpa de ser um "passeio entre amigos" para os presentes que deram de ombros, pouco se importando. Os únicos que sabiam realmente para onde estávamos indo eram Fabrizio e Esperanza.
No carro, enquanto nos aproximávamos do laboratório, não consegui esconder o nervosismo, estalando todos os ossos dos dedos das mãos, mania que irritava Norton. Segundo ele, parecia que "os meus ossos se quebrariam", era irônico ele falar isso sendo que, por saber lutar, já tinha quebrado mais ossos do que pudesse contar mas ficava agoniado com apenas um estalar de ossos.
A recepcionista do laboratório foi educada e assim que eu pedi o exame, ele foi prontamente entregue.
Um bebê ou um não-bebê? Conforme eu caminhava em direção à saída com Norton ao meu lado, mil questionamentos vieram com força na minha cabeça. Será que Travis ia ficar feliz? Como eu criaria um bebê nessa vida? Que nome ele teria? Gravidez não era brincadeira e eu sabia disso, mas como eu pude ser tão descuidada?
Eu só abriria o envelope quando alcançasse o andar de baixo, porém quando chegamos, o meu melhor amigo arrancou o teste das minhas mãos com rapidez.
— Me dá esse envelope, Norton!
Ele esticou o braço acima na cabeça, impedindo que eu alcançasse o resultado do teste de gravidez. Para disfarçar as mãos trêmulas, comecei a dar socos no peito dele que ria igual a uma hiena. Era ridículo comparar as nossas alturas tendo em vista que ele tinha quase dois metros mas insistia em agir como uma criança birrenta.
— Diz que eu vou ser o padrinho — Ele pediu com um sorriso travesso e eu simplesmente o encarei como se ele fosse a pessoa mais idiota do mundo. E de fato, ele era. — e não o Fabrizio.
Em outra situação, eu soltaria uma risada e mergulharia em mais uma das maluquices dele, mas meus nervos estavam à flor da pele e ele com esse comportamento infantil só colaborou para isso.
Mas se eu tivesse a confirmação hoje, Norton seria um ótimo padrinho.
— Diz que sim e eu entrego o envelope. — Norton prometeu, parando de rir.
