Desde que saiu do México para ter uma vida melhor nos EUA, Blake Campbell passou por situações de risco e na pior delas, acabou perdendo o que tinha de mais precioso.
Numa noite, sem esperanças, ela vê seu mundo girar de cabeça para baixo ao ser re...
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— Mãe?
Demorou alguns segundos para que eu ouvisse o suspiro de alívio de Elaine Davies e seu choro baixo.
— Joshua, meu filho! — A voz estremecida por conta do choro me fez ficar em silêncio porque sabia que se voltasse a abrir a boca, ia chorar junto com ela e a ligação seria baseada apenas em lágrimas. — Estou com saudades. June e Janet também.
— Eu também.
— Como anda o trabalho?
— Bem, quase não tenho tempo livre.
Odiei ter que mentir para a mulher, mas isso era melhor do que "oi mãe, estou tentando me vingar do filho do homem que destruiu a vida do meu pai, beijo". Sei que ela não concordaria porque segundo Elaine, a vingança não dá em nada.
— Estou orgulhosa de você. — O suspiro dela me fez sentir vergonha do que eu estava fazendo. Não era justo mentir para a minha própria mãe mas quanto menos ela soubesse, melhor. — Mas me diga, quando vem nos visitar? Fazem meses desde que você veio da última vez...
— Prometo que em breve. — Aquela promessa era uma mentira porque se eu quisesse mantê-las a salvo, teria que manter distância por alguns meses, no mínimo. — Eu só liguei mesmo para saber como a senhora está, se está precisando de algum dinheiro.
— Não, eu estou bem, Joshua. — A mais velha suspirou, sua voz estava mais fina e eu sabia que era por causa da saudade. Apesar de ser muito forte, todos que a conheciam sabiam que o ponto fraco em Elaine eram seus filhos. — É uma pena que suas irmãs não estejam aqui, elas iam amar falar com você.
Maldita dor no peito!
— Prometo ligar outra hora para falar com elas. Diga que eu mandei um beijo.
— Falo sim, querido. Eu te amo, não esqueça.
— Também te amo.
Todo mundo tem seus dias difíceis e os que eu ligava para a minha mãe eram os meus porque ouvir a voz dela me fazia querer desistir de tudo.
— Problemas à vista. — Norton entrou sem qualquer cerimônia no quarto, e eu tive que enfiar o celular dentro da calça.
— Qual problema?
— Problemas — Ele repetiu no plural. — Alguém armou pro Travis e acabaram fechando a Booty.
— E?
— Em alguns dias, ele reinaugura. — Norton abanou a mão como se não fosse nada. — Esse não é o problema principal, por causa disso, as lutas que aconteceriam na Booty foram transferidas para o Ozone e lá é tudo mais cheio de fru-fru, tem que fazer um monte de coisa e o tempo está corrido.
— Tenho uma luta?
— Enquanto estiver vencendo, sempre terá uma luta.
— Você pode me dizer com quem é pelo menos? — Perguntei vendo ele me encarar com os olhos cerrados. — Vou ter uma pequena vantagem se eu já conhecer o oponente.
