Desde que saiu do México para ter uma vida melhor nos EUA, Blake Campbell passou por situações de risco e na pior delas, acabou perdendo o que tinha de mais precioso.
Numa noite, sem esperanças, ela vê seu mundo girar de cabeça para baixo ao ser re...
Oops! Questa immagine non segue le nostre linee guida sui contenuti. Per continuare la pubblicazione, provare a rimuoverlo o caricare un altro.
Meus olhos estavam abertos mas tudo continuava escuro. Nenhum som que pudesse me auxiliar, nenhum cheiro que pudesse diferenciar, tudo estava calmo demais. Mas apesar da calma, a situação era realista demais para mim. Não sabia a quantos minutos estava sentada, mas a minha bunda começou a doer e por estar com os pulsos amarrados, tive que usar toda força para apoiar as costas na parede até conseguir ficar de pé.
Com passos curtos, não desgrudei da parede tentando conhecer cada canto do lugar. O silêncio não me enganou, tinha alguém me observando. Ele estava, porque não conseguia ficar sem se divertir com a minha falta de coordenação inicial. Quase pude ver o sorriso idiota em seu rosto. Usei o máximo de cautela que consegui e quase sorri ao sentir uma ardência na mão. Não soube de imediato se o corte foi profundo, mas senti o sangue escorrendo pelo dedo. Encostei parte da corda que prendia meus pulsos na barra pontuda e esfreguei devagar, com certa força tentando cortar.
— Eu sei que você está aí. — Falei alto, tentando desviar a atenção dos pequenos movimentos que fazia nos braços.
— Use os sentidos, Blake.
— Como você sabe que não estou usando?
— Você está tentando ganhar tempo para alguma coisa.
— Na verdade, estou usando o meu olfato, consigo sentir esse perfume caro a quilômetros de distância.
Norton gargalhou alto.
Direita. Se fosse advinhar, diria que ele estava a uns trinta metros de distância de mim.
Aproveitei seu momento de distração e acelerei os movimentos, sorrindo ao sentir os pulsos livres. Continuei com eles para trás do corpo, escondendo minha pequena vitória e caminhando em direção à sua voz.
— Blake, faz quinze minutos que você está morta.
— Saiba que se eu for um fantasma agora, não vou deixar você em paz pelos próximos cinquenta anos.
— Aguentar você por cinquenta anos? Eu me mato antes, viro um fantasma e transformo isso numa briga justa.
— Nunca vai ser uma briga justa.
— É, você tem razão.
— Porque enquanto você está desabafando comigo — Me preparei para correr e me jogar em cima dele, acertar um soco em seu rosto para mostrar que eu estava preparada pra qualquer situação. —, eu decorei mentalmente onde você está.
Coloquei o pior sorriso no rosto e ergui os braços para cima, no ângulo exato em que agarraria o pescoço dele.
— Blake...?
Corri como se minha vida dependesse disso e pulei na direção do meu melhor amigo, certeza que a cena ia parecer de um filme, me senti indo em câmera lenta pois não agarrei ele de imediato e tudo que eu senti após um vento no rosto foi meu corpo bater no concreto.
