[20] CHIVAS COLLINS

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Amor.


Segui por um redemoinho de tensão enquanto relembrava todos os acontecimentos das últimas vinte e quatro horas, que insistiam em me pairar a mente a cada segundo que eu fechava os olhos.

— Ele é um idiota. — Murmurei, jogando o antebraço por cima dos olhos e suspirando fundo e sentindo o cheiro do casaco dele que estava em minhas mãos, exalando seu perfume de mauricinho.

Apesar de ter total certeza disso: De que ele realmente era um idiota; algo me levava a sentir que de alguma forma eu deveria me explicar.

Me sentei a contragosto na cama, discando o número dele no celular, ponderando momentaneamente, se deveria ligar ou não. Fiquei por essa conta durante uns dois minutos, paralisado nas frutas que Namjoon havia deixado ali.

— Mas eu não fiz nada errado. — Eu disse com a testa franzida. — O Jin é só um amigo. — Disse convicto. Mas não tão convicto. —Mas ele bem faz as coisas ficarem confusas, com a limitada noção de espaço pessoal que ele tem. Talvez eu também me confundisse. — Mas ele tem que confiar em mim! — Respondi para mim mesmo, contrariando a minha própria consciência, que por si só já estava bem pesada. Se não fosse isso, eu não estaria tendo essa discussão.

Respirei pesarosamente e resolvi ceder.

Quando decidi por fazer sim a chamada, batidas na porta ecoaram pelo meu quarto, me fazendo dar um sobressalto.

— Puta que pariu. — Eu sussurrei para mim mesmo, sentindo o meu corpo tremer um pouco.

Se fosse Taehyung, ele teria entrado.

Se fosse Nam, ele teria entrado.

Eles tem a chave. Que porra alguém veio fazer na minha casa às 01:43 da manhã?!

Kwon.

Senti um baque interno e um instantâneo arrependimento por aceitar que desafiar um mafioso seria uma boa ideia. As batidas na porta se repetiram, mais fortes desta vez.

— Sangue do cordeiro do calvário. Tá repreendido em nome de Jesus, saí quebrando toda a obra de feitiçaria senhor. Saí limpando os caminhos, eu profetizo em nome de Jeová. — Sussurrei agarrando a primeira coisa que eu vi pela frente, antes de tocar a maçaneta e abrir a porta bruscamente.

— Ah! Q-quê isso?! — Jungkook disse dando um passo para trás com uma expressão de susto no rosto.

— Jungkook! — Arregalei os olhos. Não sabia se deveria me sentir aliviado por ser ele, ou se deveria sentir raiva, por ele ter me largado falando sozinho hoje cedo. — Filho da mãe!

— Olha se isso é por mais cedo, eu vim te pedir desculpas, não precisa me jogar o mamão. — Ele disse na defensiva.

Eu olhei para a minha mão erguida de forma ameaçadora, eu realmente tinha me armado com uma fruta contra o possível encontro de um mafioso.

— Você bem que merecia! — Ameacei, fingindo que iria joga-lo em si, fazendo-o se esquivar outra vez. — Eu pensei que fosse um Serial Killer, ou um assassino perigoso, ou pior, sua ex-namorada, imagina aquele demônio na minha porta a essa hora da noite?!

— E aí se defendeu com um mamão... — Ele disse compreensivo, e eu me senti patético. — Olha eu gosto de você... mas você até que é bem idiotinha às vezes... — Ele deu de ombros, com a testa franzida.

— É, é. Eu sou um idiota. — Eu dei de ombros, abaixando a fruta, e vendo em minhas mãos.

— É mesmo...

CABARETWhere stories live. Discover now