[27] BERRI BLOSSOM

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O Submundo iluminado de âmbar, com seu chão amadeirado, e música baixa trazia uma sensação estranha para quem residia ali, era inevitável.

Talvez o cheiro de tabaco dos charutos, o som sensual ou o tom de luxúria fizessem inflamar todo aquele sentimento de temor que as palavras de Lalissa me trouxeram.

A última hora me fez sentir como um pássaro preso do lado de dentro de uma gaiola, nas mãos de uma criança mimada e cruel.

Acuado.

Amedrontado.

Assustado.

Em frente ao espelho do elevador eu me vi, parei, ajeitei os fios escuros dos meus cabelos e arrumei a lapela da camisa social branca que eu vestia. Com as mãos eu pude posicionar o harness marrom de couro, com fivelas douradas sobre meu busto. A calça marrom chocolate cobria as minhas pernas, combinando perfeitamente com a parte de cima e com o brogue terroso que eu calçava.

Suspirei, vendo o reflexo de Lalissa atrás de mim quando as portas se abriram, eu me virei, e a mesma permaneceu estática, com a mão na maçaneta.

- Você fica aqui. - Falou, e o segurança nem fez questão de me parar.

Eu me sentei, sentindo toda a exposição que era estar na sala de Seokjin, sem ele ali... até não estar mais. 

- Se você pensar um pouquinho... - Rápido como um raio eu levantei o meu olhar, vendo Seokjin com uma carranca no rosto, se dirigindo diretamente até sua própria Whikeira, virando em um copo e dando um gole. Eu me levantei, e ele se aproximou. - Jimin. Jeon já machucou muito mais gente do que você imagina. Feio. Muito feio. Ele ameaçou a Lisa e a mim também. Não acredito que você entrou no caminho dele.

Eu engoli em seco, sabendo o que vinha por aí.

O olhar de Jin agora carregava chateação.

- Não posso deixar que ele ameace mais alguém de quem eu gosto... - Seus olhos foram em direção ao chão.

E apesar da música exorbitantemente alta, eu estava consciente de que era o suficiente para me desmontar, ver um cara durão como ele ali, sem defesas.

- Eu sei como lidar com ele...

- E se ele te machucar?

- Ele não vai me machucar. É do interesse dele me manter inteiro. Confia em mim. - Olhei em seus olhos.

Ele respirou longa e lentamente. Até as pessoas mais difíceis ficavam sem cartas às vezes.

- Tudo bem...

Sorri.

- Será que eu posso te dar um abraço?

Ele revirou os olhos, mas confirmou, e eu o fiz. Dando um abraço bem apertado em seu corpo.

- Você me lembra alguém, sabia? - Sorri, e ele ergueu as sobrancelhas.

- Não vai dizer que é o seu pai. - Suspirou.

- Na verdade é. O Nam.

Eu sorri e me virei, indo direto até o elevador com ele em meu encalço feito um segurança.

- Só... - Ele segurou o meu braço, antes que fossemos de encontro ao diabo. - Só... pode me explicar? Digo, como aconteceu tudo... eu ainda não entendi nada. - Ele pediu, ajeitando o par de luvas de couro, que casavam bem demais com o terno preto feito a noite e os sapatos oxford em verniz em seus pés. O casaco de pelos preto por cima do paletó, apenas apoiado em seus ombros sem cobrir seus braços faziam jus a sua pose.

CABARETWhere stories live. Discover now