[31] DARK 'n' STORM

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J.E.O.N.J.U.N.G.K.O.O.K


Ouvi, vagamente, ruídos no andar de baixo. Imaginei que tinham chegado em casa. Minha cabeça latejava como se uma banda de heavy metal estivesse tocando no último volume do lado de dentro. Ao invés de me jogar na cama como o planejado, fui interrompido por batidas insistentes na porta.

Eu havia acabado de desabotoar a blusa social que vestia. Era inacreditável o que havia ocorrido hoje.

Ver as lágrimas no rosto de Jimin havia sido uma das coisas mais dolorosas que eu já havia presenciado, mas a situação já não era mais sustentável, era o que eu gostaria de conseguir pensar.

– Eu cheguei muito longe para deixar tudo para trás agora... – Ele disse e eu soltei os meus dedos dos seus lentamente.

Não existia mais uma forma com a qual nós dois conseguíssemos sustentar isso. Não quando a base do nosso relacionamento era feita de mentiras. E não quando tudo isso que existia entre meu pai e ele era mais importante do que a sinceridade entre nós.

Eu o amava mais do que a mim, porém não mudava o doloroso fato de que não estávamos um com o outro completamente.

Eu estava cansado de sentir como se estivesse do lado de fora do nosso relacionamento.

– Ah, cara, puta merda. Minha cabeça. – Disse para mim mesmo, andando de um lado para o outro.

Mais uma vez, batidas fortes se fizeram em minha porta.

Eu estava cansado, mais do que o normal, e mesmo molhado pela tempestade caindo lá fora, eu caí sobre a cama sem forças para encarar mais um segundo se quer dessa noite.

O som ficou mais alto, porém, não eram ruídos ou som de conversa no andar debaixo. Foi um estrondo forte na minha orelha, se unindo ao ecoar retumbante em minha mente.

Eu estava a mil.

Pisquei várias vezes e abri os olhos. Ao mesmo tempo, comecei a apertar os meus dentes uns contra os outros.

– O que... – Falei, olhando para a porta, que se abria lentamente. – Quem é?! Inferno.

Isso não fazia o mínimo sentido, por que raios alguém estaria batendo na minha porta às três da manhã?

Minha cabeça rugiu, e eu pressionei a palma da mão na têmpora, tentando desesperadamente aliviar a pressão. Me sentei na cama, e foi quando a porta se abriu e meu primo entrou, naturalmente, como se fossem quatro da tarde.

– Tio Jeon está te chamando lá embaixo.

Me levantei da cama feito o vento, agarrando o seu colarinho, vendo seus olhos se arregalarem feito nunca.

– Pois eu quero que você diga alto e claro: eu quero que o tio Jeon se foda. Quero que ele vá pra porra do inferno e não volte nunca mais! Está ouvindo?! – Empurrei seu corpo, o soltando de vez. – Agora some. – Ele se afastou e seu corpo tremeu.

Dylan olhou para mim assustado, pigarreou e ajeitou a roupa. Surpreendentemente, um sorriso baixo se formou em seu rosto.

– Eu achei bonitinho o seu surto. Mas tenho certeza de que o assunto lá é sério. Caso contrário ele não estaria te chamando agora.

CABARETWhere stories live. Discover now