Não falo do sentido figurado da palavra, o meu corpo foi literalmente ao chão. Eu sentia como se toda a minha energia tivesse se esvaido completamente, como se o ar faltasse dos pulmões, o sangue não voltasse ao coração e a garganta arranhasse como se areia tivesse passado por ali. O Doutor me ajuda a sentar e me encostar na parede, me dando uma garrafa de 1 litro de água.

–Apenas beba! –Ele diz e assim eu faço.

Quando a garrafa finalmente está vazia, sinto que posso realmente me mexer e fazer as coisas. Então, pergunto a ele:

–O que houve?

–Você viu que a tarefa era fácil e rápida, certo?

–Sim, senhor.

–Mas, não se ligou na quantidade de alimentos e nem sabia quantas calorias tinha cada um. Sendo assim, você fez a tarefa dentro de 10 ou 15 minutos, e consequentemente gastou toda a sua energia, praticamente ficando desidratado. Uma garrafa de 1 litro de água foi suficiente para lhe suprir, já que foi quase isso que você perdeu agora.

–Como é possível alguém se desidratar em tão pouco tempo? –Pergunto.

–Você tem grande poder, Thomas. Mas, precisa lembrar que já não é mais uma gema. Está usando um corpo humano, e este não aguenta todo o seu poder. Sendo assim, ele o coloca pra fora moderadamente. Só que seus poderes lutam contra isso, já que querem sair. O que estou querendo dizer é que fica uma luta interna em você e era isso que eu precisava observar. Se não for equilibrado, o seu poder vai matar você, por querer sair e não ter por onde.

Se o Doutor esperava que eu falasse alguma coisa, eu o decepcionei, porque estava completamente em choque.

–É, acho que está bom por hoje. –Ele diz vendo-me ofegar. –Vou falar pro Scott que você não vai treinar hoje!

–Não, não! Eu aguento.

–Rapaz! Você não aguenta! Bebe essa água e vai descansar!

A capa de Strange se ergue, me da dois tapinhas nas costas e eu a agradeço –O que é muito estranho, porque é um tecido mágico. –E observo Strange se retirar da sala com aquela marra de sempre.

Continuo bebendo aquela garrafa sentindo aos poucos meu corpo reabsorve-la, até que, através da enorme parede de vidro que tem aqui, eu vejo os agentes da S.H.I.E.L.D. andando de um lado pro outro como sempre, mas, mais a frente, percebo um dos meus de costas. Olhando pra frente, como se buscasse algum rumo.

Levanto-me do chão e saio complexo, ainda cansado. Sinto o mormaço que faz aqui fora, mas o vento que corre ajuda a amenizar toda a sensação de calor. O que é ótimo pra alguém que acabou de passar por um alto nível de desidratação. Sinto inclusive uma pequena dor de cabeça.

Olho pro lado, a procura de quem vi, e encontro Edward sentando no banco, meio desorientado. Não parecia o mesmo de sempre.

–E ai, cara? –Pergunto parando em pé. –Como você tá? Não parece muito bem...

–É... Mais ou menos. –Ele responde se espreguiçando no banco. Seus olhos estavam vermelhos, com olheiras muito profundas. –Senta ai! Você também não parece muito bem.

–Digamos que eu perdi toda a água de meu corpo em menos de 20 minutos. Enfim, isso fica pra outro dia. –Ele me olha surpreso. –Mas, me conta, por que tá assim?

–Não é óbvio? –Ele pergunta desviando os olhos do horizonte e os virando pra mim. Naquele momento tudo volta como um tsunami a minha mente.

–Ah... Sim... O ser que vimos ontem.

As Joias do InfinitoWhere stories live. Discover now