Bêbada

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    A voz de Anna soou na minha mente "A mentira tem perna curta senhorita Brittany!"
    Revirei os olhos, ela sempre dizia isso quando eu contava uma mentirinha para minha mãe.

   "Não existe mentirinha senhorita, nem mentirão. Apenas mentira. Mentira sempre é mentira."
    -Droga, agora estou tendo alucinações com a Anna? -Falei baixinho para mim.

    Caminhei em direção ao meu carro, arrependida de ter bebido tanto. Sem saber como, senti o chão na minha bunda, e uma dor.

Percebi que estava muito bêbada mesmo, já tinha ouvido dizer que a bebida age de acordo com seu humor que se está mal, ela te deixa pior.

    -Você está bem? -Murmurou uma voz masculina.

    -Tô ooootima moço. Agora me ajuda a levantar vai! -Falei sem focar minha visão em nada específico e estiquei o braço.

    -Ela está muito bêbada. -Outra voz.

     Me virei pro nada e falei alto.

    -É claro que estou bêbada! Olha pra mim, estou muuuito bêbada! É uma festa, todo mundo tá bêbado.

    Comecei a pular, com os braços levantados e com um sorriso nos lábios.

    Me senti cambaleante e antes que eu atingisse o chão de novo, senti um braço na minha cintura.

    -Vem comigo. -Disse a voz séria.

    Senti um braço passando pelos meus ombros, e o outro nos meus joelhos. E então eu fui levantada do chão.

    -Issoo marido! Me leve pra cama nos braços! -Falei alto e levantei o braço. -Marry me!

    -Você não deveria beber tanto sabendo que fica assim Brittany! -Falou alguém, só Jesus sabe quem.

    -Shiiiu! -Falei com os olhos fechados. -Você não é meu pai! Meu pai tá morto! Mortinho da silva!

    Do nada, me senti triste, como se nunca mais fosse ser feliz.

    -Meus pais morreram. -Sussurei para o vento. -Eles morreram. -Senti minhas bochechas molhadas.

    Com os olhos inundados tentei ao máximo focar a pessoa na minha frente.

    -Esta tudo bem. Vai ficar tudo bem. -Dizia a voz.

    -Você é bonito. Bom, pelo menos eu acho que é bonito. Se eu ao menos soubesse quem você é!

    Outra lágrima escorreu, eu ainda estava chorando.

    -Existe mentirinha? Sério, eu realmente acho que sim.

    Fiquei um minuto em silêncio e falei de novo.

    -Meu estômago está muito ruim.

    -Já estamos chegando em casa querida. -Falou a voz desconhecida.

    -Querida é o seu c* -Falei grossa. -Não sou querida de ninguém.

    Meu estômago revirou.

    -Estou mal. -Falei. -Eu sou uma pessoa legal? Já me disseram que eu sou uma pessoa horrivel! Eu sou uma menina educada, quase sempre.

    -Você não é horrível. -Falou alguém.

    -Quero te dar! -Falei do nada.

    -Quer me dar? -O tom era assustado.

    -Quero. Dar muitos presentes! Quero dar tudinho! Você é alguma coisa que signifique bom. Eu não sei.. ah, não sei moço!

    -Claro que não sabe! -Disse agora irônico.

    -Cala a boca irmão! -Falou sério um homem.

                                   ***

    Assim que meus olhos se abriram, me senti enjoada. Levei a mão na cabeça, a dor estava horrível.

    Olhei para o lado e me vi deitada na mesma cama que Dylan. Fechei os olhos e tentei me concentrar em alguma coisa da noite anterior. Eu dormi com ele?

    Me levantei em silêncio, e percebi que estava usando apenas uma camisa social preta, batendo no meio das minhas cochas.

    Droga, o que estou fazendo aqui?

    Caminhei em direção a escada, já era dia, iria embora. Mas não posso. Como vou embora sem qualquer explicacão?

    Me virei e entrei no corredo do quarto de Kyle. Seria maravilhoso se ele estivesse acordado.

    Abri a porta silênciosamente e vi ele sentado na cama, o rosto nas mãos.

    -Kyle. -Chamei baixinho.

    Ele levantou o rosto, seu cabelo estava desarrumado, seus olhos azuis estavam vermelhos como se tivesse passado a noite em claro e ele estava vestindo apenas uma calça de pijama.

    -Entra Brittany. -Ele falou. Não parecia feliz.

    Caminhei lentamente até a cama dele, pensando no que dizer.

    -Acho que eu te devo desculpas. -Falei baixinho ao me aproximar. Ele apontou com a cabeça para o seu lado como se dissesse "senta". -Eu devia ter contado. Me desculpe.

   

   

BadGirl ||Em Revisão||Where stories live. Discover now