Mal entendido

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**Por Brittany Mills**

Agora

Eu já estava desesperada. Mas ao ver Kyle sair com aquela moto em alta velocidade, eu desabei. Eu não consegui explicar o que tinha acontecido. E eu não conseguia aceitar que naquele momento uma frase popular estava fazendo sentido na minha vida. "tudo que é bom, dura pouco."

Eu não iria aceitar. Entrei dentro da casa de Kyle furiosa.

-TÁ VENDO A PORRA QUE VOCÊ FEZ? -gritei com Dylan.

-VOCÊ NÃO O AMA DE VERDADE! -Respondeu.

-MAIS QUE CARALHO. VOCÊ NÃO SABE O QUE EU SINTO. QUEM TÁ SENTINDO SOU EU. IMBECIL. EU ODEIO VOCÊ. -Falei mais perto, minha respiração irregular e as lagrimas escorrendo.

-Você acha que ama. Você acha que ama ele porque ele foi o primeiro a não te tratar como LIXO. Ai você vem com essa de EU AMO ELE. -Disse alto, porém mais controlado.

-VAI PRO INFERNO. -Gritei e subi correndo as escadas.

Enquanto juntava minhas roupas pelo chão e a jogava dentro da bolsa eu chorava descontroladamente.

Encontrei Dylan subindo as escadas quando eu ia descer e sumir dali.

-Quero que você morra. -Falei baixinho, ainda chorando.

Sai dali e peguei o primeiro táxi que encontrei. Dei o endereço da casa da Hillie. Já no taxi liguei pra ela.

-Isso é hora? -Ela disse fingindo irritação ao atender.

Com a voz embargada graças as lagrimas eu disse apenas.

-Tô indo pra sua casa.

-O que aconteceu Brittany, me fala. Meu Deus, você tá desesperada.

Eu realmente estava, eu desabei dentro do táxi com o telefone ainda ligado. Hillie não precisava se desesperar, então eu desliguei a chamada e me contive em chorar baixinho e sozinha sentada naquele táxi.

Quando o carro parou em frente ao apartamento de Hillie eu paguei a corrida com um dinheiro que eu tinha dentro da capa do meu Iphone. Agradeci mesmo chorando e o porteiro, que já devia ter sido avisado abriu a porta para mim.

Apertei o numero 30 da cobertura de Hillie e esperei provavelmente cinquenta segundos até o elevador chegar. Toquei a campainha e a cabeleira loira de Hillie apareceu e ela se jogou nos meus braços em um abraço apertado.

Eu não conseguia parar de chorar. Não conseguia falar. A dificuldade de respirar estava ali, eu sentia que ia morrer.

Sentamos-nos no enorme sofá de Hillie com vista para a cidade de Nova Iorque. Ficamos ali, assim, por pelo menos meia hora, enquanto eu me acalmava e me dava conta do que realmente tinha acontecido.

Ela se levantou e pegou um copo de suco de maracujá pra mim, dei um meio sorriso sem graça em agradecimento e bebi todo o suco, estava delicioso.

-Eu e Ky. Terminamos. -Falei baixinho, mas sabia que ela poderia escutar. Dizer que tínhamos acabado em voz alta, fazia tudo ser ainda mais doloroso e real.

-O que aconteceu? Por que? Meu deus, não acredito. -Ela falou se desesperando também.

Hillie como minha melhor amiga sabia que eu estava amando ele de verdade. E sabia como eu demoraria a amar outra pessoa de novo.

-Ele me viu beijando o irmão dele. -Ela abriu a boca. -MAS EU NÃO ESTAVA BEIJANDO ELE HILLIE, ELE ACHOU QUE EU ESTAVA, EU JURO QUE NÃO ESTAVA. -Falei chorando de novo.

-Eu acredito em você Britt, não se desespera.

Respirei fundo.

-Do começo então ok? -Falei tentando me acalmar e contando até dez mentalmente.

Contei que tínhamos feito amor duas vezes seguidas, contei de quando ele me disse eu te amo e do quanto eu fiquei feliz e com medo ao ouvir aquilo pela primeira vez. Contei que também disse eu te amo, e que só disse por que eu tinha certeza.

Contar aquelas partes em que ainda estávamos vivendo o "Felizes para sempre" doeu de um jeito que eu não consigo explicar.

Logo em seguida contei que acordei com a ligação de Anna, e que encontrei Dylan na cozinha. Contei que estava um silêncio constrangedor e que logo ele entrou em um assunto mais constrangedor ainda. E que se eu pudesse voltar atrás e escolher, eu escolheria o silêncio.

Falei que Dylan me pressionou e deu levemente em cima de mim, que ele fez eu admitir coisas, e que eu tinha dito da boca pra fora, apenas pra ele me deixar em paz. Mas que Kyle ouviu, e provavelmente achou que eu estava com ele apenas por estar, ou que ele achava que eu era amante do irmão dele, ou que alguma coisa muito ruim, mesmo não sabendo o que.

Lhe disse também que implorei para Kyle me escutar, mas que ele não quis, ele simplesmente saiu, voando na moto dele. A da mesma marca que quase tinha matado meu irmão.

-To com tanto medo, que aconteça alguma coisa. Meu Deus Hillie. Ele estava puto, em alta velocidade. E se sofrer um acidente. E se... -Não consegui pensar em mais nada, as lagrimas voltaram.

Os "E SE" rondavam a minha mente, e nenhum E SE era bom, todos eram tragédias.

-Ei. Ele tá bem ok. Kyle é forte, sabe se cuidar. Ele não vai fazer nenhuma besteira...

Eu abracei Hillie para me confortar.

-Meu amor você não... -Ouvi uma voz masculina dizer.

Quando olhei para trás, Drew estava parado de cueca.

-Eu ia dizer para a cama. Mas.. -Ele deu um sorrisinho meigo. -Olá Brittany.

Tentei sorrir, mas como não consegui eu disse apenas um oi.

-Eu vou voltar pra lá. Desculpa atrapalhar. -Ele disse com vergonha.

Ao ver o sorriso de Hillie pra ele, eu me senti feliz por ela. Feliz por ver que Drew não estava brincando com minha amiga. E ainda mais feliz por ver que Dafne tinha perdido o brinquedinho dela pra minha amiga.

-Ele é uma graça. -Falei pra Hillie tentando sorrir.

-É. Realmente uma graça. -Disse ainda olhando por onde ele tinha vindo.

-Quando você me ligou, e eu estava em paris. Você me disse que TONY -Dei ênfase. -Estava ligando. E não Drew.

-Claro, tive que inventar um nome né. Se eu dissesse que o Drew que tava ligando, você não ia ter a surpresa. -Disse sorrindo.

BadGirl ||Em Revisão||Where stories live. Discover now