Encontro?

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   Acordei cedo e me arrumei. Antes de sair dei um beijo em James com lágrimas nos olhos e prometi silenciosamente que voltaria.

    Assim que chegamos no aeroporto logo embarcamos, era segunda feira e eu estava perdendo aula, e o dia da entrega do trabalho. Precisaria pensar em uma desculpa.

    Dormi a viajem inteira, o cansaço tomou conta de mim e eu só acordei quando pousei em Nova York meio dia.

    Assim que cheguei em casa tomei um banho e liguei para Hillie, ela nunca dormia cedo.

    -Oi. -Falou ela quando atendeu. -Como foi?

    -Foi triste. Eu deveria ter ido vê-lo Hillie. -Falei baixo.

    -Deveria. O importante é que você foi Britt. Que tal a gente falar de coisa boa?

    Sorri, era a Hillie, ela nunca falava sobre coisa triste. De acordo com minha amiga, coisa triste atrai tristeza.

    -O que sugere? -Perguntei.

    -A festa. Vai rolar ou não.

    Pensei um pouco, eu queria mudar não queria? Uma festa poderia me deixar idiota novamente e me fazer esquecer os problemas?

    -Vai rolar. Quarta. Que tal? -Falei. Eu precisava de um pouco de distração. Se eu não tivesse isso novamente provavelmente entraria em depressão de tanto arrependimento.

   -Maravilhoso Britt. Posso enviar as mensagens então né? -Perguntou.

    -Pode. -Falei com um sorriso no rosto.

    -Britt. Espero que esteja bem amiga. Quer que eu vá te ver? -Falou calma.

   Apesar de tudo, ela se preocupava comigo.

    -Não. Eu estou bem. E eu preciso ir fazer umas coisas. Eu amo você vadia. -Falei com uma voz alegre.

    -Eu também prost.

    Não esperei mais. Desliguei logo depois da resposta dela.

    Fiz umas pesquisas no google e logo depois decidi dormir novamente.

                                         ***

     Acordei nove horas na terça e logo desci para tomar café da manhã.

  Encontrei Anna na cozinha conversando com as cozinheiras.

   -Oi garotas. -Cumprimentei. -Anna, lembra daquela festa? Pede as coisas pra mim. As bebidas, comidas e tudo mais?

   Anna me olhou, me estudando atentamente.

    -Você vai dar uma festa? Depois de tudo Britt?

    Suspirei e me sentei numa cadeira da cozinha.

    -Ai Anna. Eu só, não sei. Preciso. Se eu ficar só pensando em como ajuda-lo eu vou entrar em depressão. -Falei baixinho. -Você sabe que eu o amo. Mais eu preciso.

    Anna assentiu, Concordando comigo. Comi panquecas e tomei um café com leite.

   Sai da cozinha disposta a fazer o que tinha planejado. Peguei o meu carro e fui conversar com um tal senhor Griler. De acordo com um site do google, era o melhor médico especialista em traumatismo crâniano.

    Assim que estacionei em frente ao hospital dele, as dez e meia meu celular vibrou:

    Que bom que chegou. Espero te ver amanhã. Estou com saudades. Beijo K.

    Franzi a testa e logo respondi.

    Como sabe?
    Entrei na clínica enorme e cheia. Três recepcionistas estavam no balcão de atendimento, muitas pessoas sentadas nas poltronas confortáveis esperando para serem atendidas.

    -Bom dia. O Doutor Griler. -Falei para a loura. Ela pegou o telefone e discou um número. E então perguntou.

    -Da parte de quem?

    -Brittany Mills. -Respondi.

    Enquanto ela ligava eu vi a resposta de Kyle.

    Está em um site. Tiraram uma foto sua no aeroporto. A notícia diz que você fez uma viajem inesperada e secreta.

    Não respondi, não tinha nem o que responder.

    -O Doutor está a sua espera.

    Sorri. O que nome e dinheiro não fazem? Desigualdade? Sim. Mais essa é uma causa pela qual eu não posso fazer nada. Se o governo não faz, o que eu poderia fazer?

    -Bom dia senhorita Mills. -Disse o médico alto, corpo esbelto, loiro de olhos escuros. Provavelmente uns trinta e cinco anos.

    Sorri, ele era bonito. Tudo o que eu queria era dar uns beijos naquela boca. Como eu queria. Mas James, ele é prioridade. Aceitei a mão do médico meio receosa. Como alguém tão novo é o melhor especialista de Nova York?

    -Bom dia Doutor Griler. -Falei.

    -Sente se. -O médico sorriu. Um sorriso branco e lindo. -Já sei o que deve estar pensando. Como alguém tão jovem é especialista em traumatismo crâniano...

    Sorri.

    -Exatamente. Estou pensando isso mesmo.

    -Bom, me formei cedo. Me esforcei e estou aqui. Sei que não quer saber da minha vida. Então, qual o problema?

    Moço, com esse sorriso nos lábios a gente pode conversar o dia inteiro. Contanto que ora você me beije e ora fale.

Foco Brittany, foco.
    -É. -Soltei a respiração. -Meu irmão. Ele sofreu um traumatismo crâniano grave. James não consegue andar, nem falar. E eu simplesmente preciso que o senhor possa fazer alguma coisa.

    -Eu gostaria de consultá-lo. Fazer uns exames e tudo mais. Seria possível?

    -James não mora em Nova York. Mais sim. É possível.

    -Bom, depois dos exames que poderei dizer o que podemos fazer Senhorita Mills. Existe uma cirurgia, mas ela é muito minuciosa, e só posso ter certeza se o paciente pode fazer depois de uma série de exames.

    Senti meu celular vibrar no bolso da calça jeans que estava usando.

    -Eu entendo. -Falei apenas. -Acho que é isso senhor Griler. Muito obrigada pela sua atenção.

    -Você sempre será bem vinda. Eu te acompanho até a porta. -Ele disse depois que eu me levantei.

    Apertei a mão dele e sai.

    Sabe, não quero te ver amanhã. Quero ver hoje. Que tal almoçar comigo nesse restaurante aqui perto do campus? Eu te pego na sua casa?
    Revirei os olhos. Mais acabei concordando.

    Ok. Eu vou. Não precisa me buscar te encontro lá daqui uma hora.
    Enquanto não dava a hora, eu liguei para um pedreiro que eu conhecia.

    -Oi. E a Brittany, filha dos senhores Mills. -Falei tentando fazer com que ele se lembrasse de mim. -Eu quero saber se há possibilidade de colocar um elevador na minha casa.

    Idéia louca? Claro. Mais James precisava estar no quarto dele.

    -Olá senhorita Mills. Sim. Existe uma possibilidade. Posso ir na sua casa hoje de tarde e podemos ver como ficaria o projeto.

    Concordei com ele e logo desliguei. Dirigi até o restaurante duas ruas depois da faculdade. Eu estava indo encontrar Kyle, e uma pergunta rondava minha mente. Era um encontro?

  

 

  

  

BadGirl ||Em Revisão||Where stories live. Discover now