𝘁𝗵𝗲 𝗴𝗲𝗿𝗺𝗮𝗻 𝗴𝗶𝗿𝗹 | 𝗇𝗈𝖺𝗋𝗍

༶༝☆༝༶ fourth

S I N A  D E I N E R T

A cada hora que passava eu me arrependia mais por ter aceitado ser uma intérprete. Noah Urrea conseguia facilmente me irritar, o que formava um sorriso vitorioso em seu rosto, o que fazia minha raiva aumentar.

Não sou uma pessoa estressada, apenas não estou acostumada com pessoas idiotas, ou seja, não tenho paciência para elas.

Eu estava focada em meu livro. Gostava de ler desde de pequena, mas geralmente não gastava meu dinheiro com livros... Ajudava minha família com o que eu ganhava.

Nunca passei dificuldades, apenas não era a pessoa mais rica do mundo. Minha mãe ficou grávida de mim com o seu chefe no trabalho. Sim, pornô não sabe o que está perdendo.

A mesma descobriu sobre a gravidez logo depois que pediu demissão, meu pai era casado e estava traindo a esposa com minha mãe, ela não conseguia olhar para a cara dele sem sentir nojo.

Foi em busca de uma nova vida e foi ai que ela achou o "Buck and Breck", o bar do meu padrasto. Adam se apaixonou por minha mãe, e ela por ele. Eu cresci naquele bar. Minha mãe trabalhava no bar e Adam era o pai que eu nunca tive. Brincava comigo, me ajudava na lição de casa...

Lembro como eu fiquei feliz ao saber que eu iria ganhar uma irmã, Joalin. Era uma época muito boa da minha vida, sem problemas, sem estresses, sem ansiedade. Logo veio Sofya, a que sempre estava com um sorriso no rosto. Éramos muito unidas e éramos uma família.

Tudo muda conforme o tempo. Eu cresci. Era meu aniversário de quinze anos, foi uma festa simples, só para a família... Já que eu não tinha muitos amigos.

Adam não era o mesmo. Nossa família cada vez estava com o dinheiro limitado, por culpa dele. Ele jogava muita sinuca, mas a questão é, ele apostava muito. O dinheiro da minha família sumia quando ele perdia, as dívidas aumentaram muito e ele começou a beber. Virou um bêbado todo hora.

Eu via o cansaço da minha mãe. Joalin e Sofya ainda eram pequenas para entender o que se passava, mas eu não. Quinze anos eu já tinha a noção suficiente de tudo, os professores me elogiavam. Falavam que eu era avançada na escola e por isso eu entrava na biblioteca da cidade e ajudava a organizar os livros, separava os que as pessoas davam e ganhava um dinheirinho. Mas não gastava comigo, fazia isso para ajudar a minha mãe.

Dia dois de setembro. Tudo começou a ser diferente. Eu estava atendendo um casal no bar, e vejo meu padrasto me olhando de outra forma.

Eu estranhei, e muito. Sabia que ele estava olhando para mim, mas ignorei. Achei que era só impressão minha... Mas não. Isso passou a acontecer sempre.

Eu percebi que eu estava sendo assediada pelo meu padrasto que antes, eu o via como um pai mas agora, como um filho da puta.

Contei para minha mãe e ela achava que era coisa da minha cabeça, óbvio que ela ia ficar no lado do Adam. Ele era pai das minhas irmãs, não queria que elas tivessem uma infância sem o pai ou um clima pesado.

Esse assédios foram aumentando. Ele foi avançando. Eu lembro quando eu estava no banho,a fechadura da porta estava quebrada e a tranca ainda ia ser arrumada, mas qualquer um do lado de fora poderia saber que tinha alguém tomando banho pelo barulho do chuveiro.

Era meu único momento de paz, mas depois daquela noite... Fiquei com receio de tudo.

{Anos Antes}