O Baile de Máscaras - Parte Um

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— Amira deve ter ficado louca. Eu teria ficado se fosse eu no lugar dela — ele sorriu e me deu um beijo. — Como ela sobreviveu?

— Eu, aqueles que criei e alguns poucos vampiros que resolveram nos seguir, estávamos por perto quando tudo aconteceu. Lutamos com os modificados, mas eles conseguiram levar o Anthony. Segundo eu fiquei sabendo, eles o mataram para fazê-lo de exemplo. Amira ficou desesperada, quase não concluiu a gravidez, mas então Annie nasceu. Uma vampira comum, cresceu e aqui estamos. Amira nos deu a mansão como prova de gratidão.

— Não foi coincidência que estavam aqui. Amira é sua. Foi criada por você — falei encarando-o e Victor sorriu ainda mais largamente.

— Eu esqueci que você é uma pessoa detalhista e não deixa passar nada.

— Não mesmo.

— Eu dei permissão para Amira partir. Ela não me ocultou nada e sempre falou abertamente comigo. É uma grande amiga e uma das coisas que ela me contou foi que esperava um filho — ele respirou profundamente. — Entenda que nunca houve um caso semelhante aquele. Nunca um comum se apaixonou por um modificado, de modo que não sabíamos do que aquela criança seria capaz.

— Pensaram igual aos modificados.

— Sim, mas não tínhamos intenção de destruir a família. Apenas conhecer melhor a criança. Por isso nos mudamos para a América.

— Entendi — concluí. Victor começou a beijar meu pescoço e a me fazer um carinho, mas a minha mente não parava. Eu senti pena de Amira, do que ela deve ter sofrido por causa disso. Imaginei se tivesse acontecido comigo, eu teria perdido a razão. Teria ficado louca. — Porque você transformou Amira? — Victor parou e me olhou. — Eu sei a história de Sean, mas dela e de Ethan eu nada sei.

— Eu não vou lhe contar nenhuma dessas histórias agora. Eu estou tentando começar uma coisa aqui, preciso de você comigo — Victor beijou meus lábios outra vez.

— Está bem, eu não vou mais abrir minha boca — o segurei pela nuca e alisei suas costas.

— Eu não quero que se cale. Se assim for, como vou ouvir você gemer? — Ele me encarou e os olhos estavam claros. Senti um arrepio me percorrer as costas.

— Você sabe que o seu desejo é uma ordem... — Victor mostrou um sorriso no rosto, as presas à mostra. O prendi entre minhas pernas e o virei. Ficando em cima dele. —... Mas agora eu comando e quero ouvir você gemer — deixei claro as minhas intenções antes que pudesse começar uma sequência de beijos que iniciou no pescoço de Victor, seguindo pelo seu peito e barriga. Gemeu uma vez antes que respirasse profundamente e se desvencilhasse de mim.

— Droga — murmurou enquanto me deixava sozinha na cama.

— O que foi? — vestia as calças e a camisa apressadamente. Me sentei implorando uma resposta.

— Andrei e os dois modificados — ele respondeu. — Os outros estão incitando um confronto desnecessário — parou e me olhou, respirando fundo. — Eu sinto muito.

— Vai — mandei revirando os olhos.

— Prometo recompensá-la — respondeu deixando o quarto.

— Eu vou cobrar — respondi para mim, mas eu sabia que ele tinha escutado. Voltei a me deitar e comecei a reparar no teto do quarto. Era finamente trabalhado. Havia um homem, com enormes asas coloridas, estendendo uma lança na direção de outro homem, caído no chão e sendo pisado. Era uma luta entre anjos e demônios. Me senti mal em olhar para aquilo por muito tempo. Até para os vampiros, aquilo era algo perturbador.

Virei para um dos lados, na tentativa de dormir, mas meu corpo estava grudento por causa do suor. Levantei da cama, sentindo o chão como se eu pisasse em plumas, e segui para o banheiro. Enchi a banheira e me deitei. Acabei adormecendo dentro da água morna.

ImortalWhere stories live. Discover now