Causa Mortis - Bônus

17K 1.5K 91
                                    

Esperei que o furgão, onde estava a Alice, sumisse do campo de minha visão antes de voltar e parar na porta. A mansão ficava vazia quando um dos grupos de caçadores saia. Na verdade, os que restava ficavam preocupados demais com a partida para continuar com a energia da casa. Já eu, estava preocupado com a minha menina. Era a primeira vez dela naquilo e preferiria que estivesse por perto quando isso acontecesse.

Alice era completamente inexperiente. O nosso mundo ainda não tinha sido revelado para ela. Era uma médica apenas, era boa em cuidar da saúde e dos corações dos outros. De repente se viu no meio de uma guerra que já durava por séculos a fio. Tendo que usar armas de fogo com aquelas mãos tão delicadas. Estava tremendamente preocupado, mas ficava aliviado por ter a certeza que Sean lhe fazia companhia.

Não queria que estivesse chateada comigo por uma coisa que não fiz. Foi a Annie que fez e aquilo foi ridículo. Tudo o que existia entre nós, havia acabado há cinquenta anos. Não tinha o direito de aparecer novamente e se prestar a um papel tão baixo quanto aquele. Não dei essa liberdade e não deixaria que fizesse outra vez.

Subi as escadas rapidamente, em direção aos quartos, e não bati em sua porta antes de entrar. Estava deitada na cama, aos beijos com Marion, uma das melhores do grupo de caça. Virei de costas imediatamente. A morena passou correndo por mim e saiu do quarto. Me deixando livre para fazer o que havia ido fazer.

— Poderia colocar uma roupa? Preciso conversar com você. — mandei, mas pareceu não se importar, porque segundo depois estava em minha frente, usando uma camisola tão transparente que fazia parecer que não estava usando absolutamente nada.

— Você invadiu meu quarto, grandão. — aproximou-se e me afastei. — Se não queria me ver de camisola, não deveria ter vindo.

— Vou ser bem direto com você, Annie. — a encarei. — Quero você fora daqui o mais rápido possível.

— Me quer fora? Porque? — ergueu as mãos em protesto.

— Ainda pergunta o porquê? — respondi elevando minha voz. — O que diabos estava pensando quando fez aquilo lá embaixo?

— Em que estava pensando? — perguntou e veio para a minha frente outra vez. — Eu lá ia adivinhar que a sua namoradinha querida estaria aqui? Que droga! Nem sabia que essa coisa de reencarnação existia.

— Mas quando a viu, continuou.

— Não sabia, está legal? Se você quer brincar de casinha, ótimo Victor, mas não me culpe por isso. E também não me culpe pela sua vadiazinha não aguentar saber que tem uma rival. — avancei no pescoço de Annie, com toda a força que tinha. A segurei no ar e imprensei contra a parede. Os olhos tornaram-se tão claros como poderiam ficar.

— Respeito ao falar dela ou juro que te amarro do lado de fora da mansão, Annie. Cato as suas cinzas com uma pá, no outro dia.

— Oh, ficou magoadinho. — debochava. — preste atenção em uma coisa, Victor. Meu pai construiu essa droga de casa e depois que morreu ficou para minha mãe e para mim. Não vou a lugar nenhum. A sua namorada vai ter que me aguentar vivendo embaixo do mesmo teto ou ela que dê o fora. — me encarava decidida. A enviei em uma missão porque Annie começou a causar problemas e brigas dentro do clã. Deveria ter visto que voltaria algum dia. Deveria ter dado um jeito nisso.

— O que está havendo aqui? — Ouvi uma voz feminina da porta e me virei para olhar. Amira estava parada enquanto a cena discorria.

— Fica longe de mim e de Alice ou juro que mato você. — deixei que as palavras saíssem demonstrando o ódio que sentia naquele momento. — Você e sua mãe podem ser donas da casa, mas sou o líder desse clã e não vou deixar que a paz seja perturbada por sua causa outra vez. Estamos entendidos? — não respondeu, apenas sorriu. — Você me entendeu?

ImortalWhere stories live. Discover now