Ter sonhos é o que há de mais humano em nossa essência. O sonho de Lyli é trabalhar em uma grande Editora e suscitar sua paixão pelos livros e pela escrita. Ingressando em sua vida adulta a moça precisa de um emprego para se manter morando sozinha n...
❝SORTE SUA EU GOSTAR DE VOCÊ.❞ – Markus Zusak (A Menina Que Roubava Livros)
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•••"QUERIDA, já é hora de levantar. Acho que seu despertador não tocou." Dora adentrou o quarto da moça que exalava um aroma de lavanda dos lençóis.
Dora carinhosamente a acordou passando a mão por seus cabelos de ouro. Lyli esticou-se um pouco na cama e se virou para olhar a governanta. Seus olhos estavam um pouco falhos por causa da claridade, ou então porque estavam pregados de remela. Ela foi piscando os olhos até se acostumar com a luz do dia. Dora dentro de seu uniforme a olhava com um sorriso amistoso no rosto. Lyli se sentou na cama espreguiçando como um gato.
"O café já está pronto." Ela avisou. "Não demore."
"Ok, Dora." Ela concordou e ficou 10 segundos parada olhando para uma parede limpa esperando que sua alma voltasse ao seu corpo lhe trazendo a consciência.
Ainda preguiçosa ela levantou-se da cama e ligou o chuveiro, despiu-se e entrou debaixo da água quente, permitindo que aquela água tão límpida retirasse todo o cansaço da noite passada. Tomou seu banho, hidratou sua pele e colocou seu uniforme que estava devidamente passado no cabide. Enquanto ela penteava seus cabelos em um bonito rabo de cavalo no topo da cabeça ela encarou a caixinha de joia com a revista em cima da mesinha de seu quarto. Terminou de pentear os cabelos deixando as pontas curvas e esvoaçantes. A revista da H Company em que ela foi a capa estava aberta em uma página que apresentava Emilia Hartmann, seu patrão e a própria lado a lado. Emilia era realmente uma mulher bastante bonita e sofisticada, moderna e tradicional ao mesmo tempo assim como seu sobrinho. O colar de pássaros voando estava em uma das divisões do porta-joias. Lyli o apanhou em suas mãos e o contemplava com um olhar que brilhava mais que as pedras cravejadas nas asas dos pássaros daquela correntinha. Colocou o colar em frente de seu pescoço e olhou no espelho para ver se lhe caía bem. Ela gostou, não viu mal em colocá-la naquele exato momento. Um presente é para ser utilizado, não precisa ser guardado.
"Bom dia." Apareceu com seu sorriso de orelha a orelha no rosto.
"Bom dia." Disseram todas as mulheres em coro.
"Bonjour." Maurice disse em seu idioma.
"Lyli, é verdade que a Dora não contou nada sobre o encontro com o Ben?" Margot perguntou entregando uma caneca de café para a loirinha.
"É verdade." Confirmou sequestrando uma rosca para comer. "Mas, eu ainda irei descobrir, Senhora Theodora." Lyli abocanhou a rosquinha recheada feita pelo amigo.
"Como você sabe que meu nome é Theodora?" A governanta ficou pasma.
"Dora, seu nome non é Dora?" Maurice estava perdido.
"Não." Lyli riu. "Theodora Campbell. Estava escrito atrás de uma foto com Senhor Christopher quando ele ainda era um bebezinho."
"Por que nunca nos contou, Dora?" Margot questionou.
