✵ CAPÍTULO 5 ✵

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A PREPOTÊNCIA É O ATRIBUTO DOS FRACOS.Bernardo Bessler

•••"OLHEM isso aqui, meninas

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•••"OLHEM isso aqui, meninas." Margot ria bem alto de dentro do closet de Senhor Christopher.

"O que foi? O que foi?" Lyli com um paninho umedecido veio às pressas para entender o que se passava.

Josefine com alguns cabides de inox nas mãos também apareceu na velocidade da luz. As funcionárias estavam organizando o closet de Christopher, já estavam nessa labuta desde cedo. As duas curiosas surgiram, e, Margot que estava arrumando algumas gavetas do roupeiro do patrão estendeu uma cueca branca com o tema Star Wars cheia de máscaras do vilão mais conhecido da saga, Darth Vader. Elas se entreolharam com expressões que pareciam realmente perguntar se o homenzarrão de terno e voz grave usava mesmo aquela cuequinha de neném.

"Quem vê o Senhor Hartmann todo sério com aqueles ternos, nem imagina as roupas de baixo dele." Disse Margot olhando para a cueca semelhante à de uma criança.

"Queria ver o sabre de luz." Disse Jose, as três se entreolharam e riram até sentir as pernas amolecerem.

"Josefine! Você é uma imunda." Margot gritou para a amiga e atirou a cueca em sua direção, mas ela desviou, acertando a cabeça de Liberty em cheio. Por um acaso a roupa íntima ficou dependurada em seu coque feito por cabelos.

"Misericórdia! Onde está?" Lyli olhava de um lado para o outro procurando a peça íntima enquanto suas amigas de trabalho riam descontroladamente. A moça sentiu algo balançando em sua nuca, parou percebendo do que se tratava e retirou aquela cueca na ponta dos dedos.

"O patrão já está chegando, é melhor vocês se apressarem." Andrea alertou olhando no relógio eletrônico no criado-mudo.

"Guarde isso. Não quero que meu motivo de demissão seja uma cueca de Star Wars." Riu a moça loirinha e jogou a peça para Margot a guardar de volta no local.

Ajeitaram tudo antes do almoço. Tiraram toda a poeira das prateleiras e cabideiros, ilustraram a madeira do closet para reluzir o brilho de longe. Separaram os ternos por cores do jeito que o patrão gostava, engraxaram os sapatos, limpando até as solas para não sujar a sapateira, as camisas eram também organizadas por cores, existia uma variedade de camisas brancas e pretas, o patrão realmente se agradava dessas cores básicas. As gravatas tinham seu lugar de costume e os relógios tinham uma gaveta específica de vidro onde os relógios ficavam guardados e podiam ser escolhidos sem a necessidade de abrir a gaveta, bastava olhar pelo vidro. O restante de roupas caseiras e de esportes ficavam separadas não muito a mostra, o destaque estava nos ternos, que eram o triunfo do Hartmann. É, não se pode negar que o homem tenha bons olhos para escolher suas roupas.

Desde o ocorrido com a camisa queimada, Liberty ficou temerosa, pensou que seria demitida, pois enfrentou seu patrão com palavras. Para sua sorte a demissão novamente não aconteceu. Christopher parecia testar até onde ela iria aguentar esse trabalho, e ela já estava quase percebendo esse ato sadista. Ele não retirou nada do salário da moça como ela pediu que fizesse. Nem se tocou mais nesse assunto da camisa preta queimada por causa do ferro ter explodido. Ao invés disso o patrão comprou um novo passador de roupas. Diferentemente do antigo, seria impossível queimar outra de suas roupas caríssimas. Um passador à vapor, que não usaria nada mais, nada menos que água. Lyli agradeceu, pois o instrumento era mais fácil de ser manuseado. Já existia um desse na casa, mas era utilizado para passar as cortinas, lençóis, colchas e toalhas de mesa, artigos de grande porte. Como se não bastasse tanta grosseria por causa da camisa preta; na caixa do passador de roupas à vapor existia um bilhetinho desaforado escrito em um papel amarelo.

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