Não era pra isso ser coincidência.

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Arizona:

Tanta gente nessa lanchonete, mas o destino coloca Eliza Minnick na minha frente.

- Drª Robbins, você por aqui?
- É... eu por aqui. E você, veio fazer o que... quer dizer, eu já sei o que tá fazendo aqui mas me disseram que só viria depois do almoço. - digo a ela.
- Calma, eu não vim atrás de você... por mais que isso me deixe mais animada e te olhar me excite muito, eu só vim ajudar o hospital a crescer a pedido da Drª Chandra. Aliás, o Dr Avery me contou que veio pra Nova York atrás da sua ex, que interessante - diz ela, andando e colocando a comida.
- É esposa, não é ex não. E ela tá bem ali sentada comendo e olhando o celular. - respondo ela.
- Hm, ela é a famosa Drª Torres, a deusa da ortopedia? Você tem bom gosto Arizona, ela é  linda mas eu ainda tenho uma queda por loiras... e ela tem uma carinha de inocente... por um acaso a deusa da orto sabe o que a gente aprontou em Seattle, Drª Robbins? - me diz ela me olhando com aqueles olhos verdes.
Respiro fundo.
- Faz de conta que você não me viu tá bom? Fica longe dela e principalmente fica longe de mim. - respondo me afastando e indo em direção a Callie.

- Vi que a Drª Minnick já chegou e vocês já se reconheceram. Eram amigas lá no Grey-Sloan? - me pergunta Callie.
- É... colegas de trabalho. - digo a ela, comendo e desviando o olhar.
- Ela é bonita, tem um olhar forte! Só espero que seja competente e faça algumas mudanças por aqui. - diz ela.
- Comida daqui é boa né, olha essa batatinha - digo mudando o assunto e colocando comida na boca dela.

Quero evitar ao máximo olhar e falar da Minnick, e eu espero muito que a chefe não contrate ela, senão eu serei obrigada a voltar pra Seattle com a minha família.

Calliope precisa voltar no seu caso, os residentes dela a biparam e os exames do seu paciente estão prontos, então ela se levanta e eu vou atrás.
- Ei, pode ficar aí. Eu só vou porque me chamaram mas termina seu almoço tá? A gente se vê por aí - diz ela me dando aquele sorriso lindo e passando a mão no meu rosto.

Fico sentada sozinha e começo a comer apressada e percebo que tem alguém me olhando. Era a Minnick, conversando com uma das médicas e olhando pra mim (com certeza estava dando em cima da dr, mal chegou e já tá destilando o charme podre dela).

Ela se levanta e vem em minha direção. Se eu levantar agora, vai ficar muito na cara que eu estou fugindo dela e não posso dar tanta pinta assim.
- Posso sentar só um pouco com você pelo menos? - me pergunta ela.
Não respondo nada e mesmo assim, ela senta.
- Então você veio atuar na pediatria ou na área fetal? Você era a única da região que fazia isso, Nova York teve muita sorte. - me diz ela.
- Vim pra fetal, mas estou na pediatria também quando precisam. - digo tentando ser direta e reta.
- E está gostando?
- Estou.
- Você não me respondeu se sua esposa sabe de nós duas. - me pergunta ela.
- Eliza, não existe nós duas. E licença que eu preciso ir no meu departamento. - digo a ela me levantando.
- Daqui a pouquinho a Drª Chandra me apresenta o tão falado novo departamento do The York Clinic. - diz ela enquanto eu saio.

Eu espero muito que ela se toque. Sigo em direção ao meu departamento, pra organizar algumas coisas pendentes.

Callie:

Arizona anda bem aérea, deve ser a ansiedade de atuar na área dela aqui. A vontade dela de ser reconhecida logo em Nova York como a única cirurgiã fetal da cidade, é muito grande e eu vou fazer de tudo pra isso acontecer. Ela merece ser reconhecida pelo que faz e diga-se de passagem, faz muito bem.

A Drª Eliza Minnick veio visitar a ortopedia, que mulherão. Sou apaixonada pela minha esposa, muito! Mas não sou cega, né?!
Ela se aproxima.
- Será que posso me apresentar a deusa da ortopedia? - diz ela.
- Ah que isso. Um prazer ter você aqui no hospital. - digo esticando a mão para cumprimentá-la.
- Drª Calliope Torres, sou Eliza Minnick. Sabia que antes de ser orientadora e conselheira, sou cirurgiã ortopédica desportiva? Muitos dos meus artigos são baseados no seu método de trabalho, você é conhecida demais mulher. - diz ela, me deixando sem graça.
- Que honra, muito obrigada. Você trabalhou um tempo no Grey-Sloan né? Eu vim de lá, na verdade me mudei por questões pessoais mas ainda sou uma das donas do hospital. - digo a ela.
- Eu vi seu nome em uma das placas de honra do hospital, juntamente com o da Grey, Avery, e todos os outros grandes chefe-cirurgiões do país. Quem me dera ter meu nome do ladinho do que vocês. Mas trabalhei por um curto período e posso adiantar que muita coisa mudou por lá. - me responde ela.
- Sério? Relacionado aos residentes? Isso é bom né? Eu fico pouco informada sobre o que acontece. As vezes chegam até mim algumas questões financeiras, mudanças que só precisam do meu consentimento, não entro mais a fundo nos assuntos do Grey-Sloan. Minha esposa, a Drª Robbins veio pra cá e ela me contou meio por cima sobre algumas coisas que rolaram por lá enquanto estávamos separadas. - pergunto a ela.
- Olha, Drª Torres, eu posso garantir que muita coisa mudou pra melhor. E eu conheci a Drª Robbins, ela me ajudou bastante no início do meu trabalho em Seattle. Foi uma grande amiga. - me diz ela e a olho com cara de desconfiança.
- Arizona me disse que era apenas colegas de trabalho, mas grande amigas? É, ela é bem prestativa e acolhedora. Deve ser o espírito de médico pediátrico né - digo a ela dando uma risada.
- Ah... fomos colegas de trabalho apenas, ela tem razão. Não tivemos vínculo fora do hospital, mas sim, ela é uma pessoa bastante prestativa... bom Drª Torres, vou dar mais uma volta por aí, apesar de eu ser ortopedista também e querer ficar aqui vendo ossos se quebrando, preciso ir. Podemos nos ver depois? - me diz ela.
- Claro, claro que sim. - digo a ela dando um sorriso, e nos afastamos.

O QUE NOS ESPERAVAWhere stories live. Discover now