Tudo pra te defender.

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Callie:

Eu extrapolei, porque fiz isso? Eu deveria não reagir as provocações, agora minha carreira tá em risco por conta de uma falha minha.
Assino a convocação e deixo minhas consultas pra outro doutor.
Sigo em direção ao vestiário, me troco e vou pra casa mais cedo, abalada porém em pé.

~chegando em casa~

- Calliope? Porque tão cedo? - diz Arizona quando me vê.
- Eu preciso de um banho e depois conversamos - digo dando um beijo nela e indo pro quarto. - Cadê a Sofia?
- Ela está aqui na vizinha, brincando com a filha dela mas já já vou buscá-la. - diz ela me olhando com cara de preocupada.
Entro no quarto, sento na cama e começo a chorar. Não de tristeza, mas de raiva de mim mesma por ter permitido que a situação chegasse a esse ponto.
Arizona percebe que não estou bem e bate na porta, que estava trancada.
- Calliope? Abre, por favor. Eu... eu preciso pegar uma faixa pra prótese - diz ela gaguejando.
Eu abro a porta, eu estava tão aérea e ao mesmo tempo preocupada com a tal reunião no hospital que, acabei acreditando e abri a porta.
- As faixas estão na segunda gaveta da cômoda - digo a ela limpando o rosto.
Ela tranca a porta.
- Eu não quero faixa nenhuma, eu quero saber o que você tem. - diz ela sentando ao meu lado.
Demoro um pouco pra falar, mas crio coragem. Afinal de contas, já que recomeçamos nossa vida, não tô podendo esconder nada da minha esposa.
Tirei do bolso uma cópia do documento que me entregaram no hospital e dou pra Arizona.
Ela pega e começa a ler.
- Agressão Callie? Como assim? Em quem você bateu? - diz ela me questionando.
- Não, eu não bati em ninguém eu juro - digo a ela, chorando.
- Porque aqui tá dizendo agressão verbal e física? Residente do primeiro amo... - ela para de ler e se levanta. - Penny é do primeiro ano né? Bateu nela?
- Já disse que não bati Arizona. Ela me provocou e eu levei ela pro quartinho e... a força subiu, a raiva se misturou e apertei o braço dela com muita força. Eu sou alta Arizona, sou forte e você sabe disso mas não queria machucar ninguem. - digo chorando.
- Calma, respira e me conta direito o que aconteceu e o que significa esse documento - diz ela sentando ao meu lado.
Enxugo o rosto e conto o que aconteceu.
- E esse documento significa que amanhã terei uma reunião com a chefe, o rh, seguranças e advogados do hospital. - término contando.
- E você não tem nem o direito de escolher um advogado de defesa? - pergunta ela.
- Não, é o hospital que escolhe por mim. Não é um júri, Arizona. É uma reunião, qualquer um pode me defender.
- Calliope, claro que não! Você já fez parte de um conselho, você ainda é dona de um hospital lá em Seattle lembra? Você sabe como funciona essas coisas, já aconteceu várias vezes com a gente no Grey-Sloan, se a Penny quiser arrastar isso pra justiça, ela pode e vai. E você vai perder se escolherem qualquer um. - diz ela levantando e falando bem séria.
Fico em silêncio e peço pra ela esquecer tudo isso, mas conhecendo bem minha esposa, eu sei que ela não vai esquecer.

Arizona:

Saio do quarto e deixo a Callie ir tomar banho, porém eu aparento ser a única preocupada com essa situação toda.
E logicamente, não vou deixar qualquer um defendê-la. É a carreira dela que tá em jogo, independente se é só uma reunião ou não.
Eu já sei quem pode vir aqui e ser a defesa perfeita.
A advogada Chelsea Johnson, a mesma que me defendeu no dia do julgamento da guarda da Sofia. Bom, não queria lembrar disso mas eu acabei ganhando, April conseguiu na época uma liminar pra afastar o Jackson dela... isso significa que a Drª Johnson é boa no que faz e é extremamente respeitada.
Vou procurar o contato dela.
Achei.
Aproveitar que a Callie vai dar uma deitadinha pra relaxar a mente, ligo pra Drª.

~ ligando para Drª Chelsea Johnson ~

Drª: Arizona Robbins? O que lhe devo a honra?
Arizona: Oi Drª Johnson, sabia que iria procurá-la novamente.
Drª: E a pequena como tá? Resolveu me procurar pro divórcio?
Arizona: Sofia está bem. E não, não é divórcio. Acabei vindo embora pra Nova York pra ficar com a Calliope.
Drª: Sério? Que bom que estão juntas novamente. Fico feliz por saber disso. E em que posso te ajudar dessa vez?
Arizona: Minha esposa perdeu um pouco o controle no hospital em que trabalha... na verdade Drª, eu posso pagar a sua vinda pra NY. Ela precisa de alguém competente pra defendê-la. E assim que você chegar, eu explico e mostro o documento alertando sobre a tal agressão.
Drª: Pra mim será um prazer defender vocês novamente. Podemos combinar a minha ida pra aí.
Arizona: É que a tal reunião é amanhã.
Drª: Bem em cima da hora mas posso dar um jeito. A partir das 15h estou livre, nos encontramos no aeroporto quando eu chegar. Pode ser?
Arizona: Ai perfeito. Irei falar com ela. Muito mas muito obrigada Drª. E espero por você.

~ desligando Drª Chelsea Johnson~

Callie vai querer me matar? Vai! Vai brigar comigo? Bem provável que sim, mas tudo bem!
Não vou deixar ela sozinha nessa, por mais que aparenta ser uma situação simples, sabemos que não é tanto assim.

Entro no quarto e vejo ela deitada. Deito ao seu lado, dou um beijo em seu ombro.
- Ei como você tá? - pergunto.
- Pensativa mas confiante. - diz ela - Eu sei do que eu fiz e nada vale mais que minha palavra.
- E eu fiz uma coisa que eu acho que não vai gostar muito mas eu tô preocupada.
Ela se vira pra mim e senta na cama.
- Arizona... - diz ela.
- Antes que brigue comigo saiba que foi pelo seu bem. Lembra da Drª Chelsea Johnson?
- Aquela sua advogada que me pressionou tanto que acabou ganhando a guarda da Sofia? - diz ela bem irônica.
- Ela mesma. Você sabe como ela é respeitada, na época eu e você estávamos brigadas então eu precisava da melhor. Ela resolveu a situação da April na época também e enfim, até a Penny perfeitinha ficou assustada com ela na época, imagina agora. - digo a ela.
- O que você tá querendo dizer com tudo isso? - pergunta.
- Eu a chamei pra te defender amanhã e lá sabe Deus se depois também né - digo.
- Arizona eu te avisei que não podia. Ela vai perder o tempo dela aqui, o advogado é de escolha do hospital. - diz ela se levantando.
- Calliope eu já te disse, você conhece esse mundinho da diretoria de um hospital melhor que qualquer um ali. Sempre escolhem os piores disponíveis, não vou deixar você sair dessa na pior. Confia em mim mais uma vez - digo levantando e pegando no rosto dela.
Ela me encara. - Você é terrível!
- E pelo amor de Deus Callie, por amor a Sofia, para de se meter em encrenca. Te defender tá saindo mais caro do que eu pensei. - digo a ela dando um sorriso.
Ela sorri e me abraça também. - Sua besta. Eu te amo! - diz ela.

A noite chegou.
~ mensagem de Drª Chelsea Johnson ~
"Já estou chegando no aeroporto de Nova York. Te encontro lá. Um abraço."

Vou junto com Callie e Sofia buscar a Drª no aeroporto. Temos menos de 12 horas pra resolver tudo e bolar uma estratégia pra deixarem a Drª defender a Callie.
Sofia vê a doutora primeiro que eu e me avisa.
Saio ao seu encontro.
- Drª Robbins, Drª Torres. Prazer em revê-las e agora, juntas né. Nada de ser inimigas, Drª Torres - diz a Chelsea assim que nos vê.
- Agora não somos (risos). Muito obrigada por vir. - diz Callie apertando a mão dela.
Seguimos a caminho de casa contando pra Drª Chelsea o ocorrido.

~chegando em casa~

- Bom, Drª Torres, a situação por mais simples que pareça ser, não é. A Drª Blake tem nas mãos um hospital inteiro a seu favor, pois não aceitam agressões seja lá qual for, dentro de uma instituição. Por tanto, deveremos pisar em ovos nessa tal reunião que poderá ser levada a tribunal, pois é uma denúncia. E você tem o direito de escolher uma advogada de defesa sim. E amanhã chegaremos juntas ao hospital, pode confiar que vai dar tudo certo. - diz a Drª Chelsea.
- Eu disse que ela era boa - digo pra Callie, que está emotiva.

A noite passou, ficamos comendo, conversando e a Drª não se importou de ficar aqui em casa. Deixamos a Sofia dormindo com a gente e a Drª no quarto dela.

O QUE NOS ESPERAVAWhere stories live. Discover now