O QUE NOS ESPERAVA

Não podemos perder vocês.

Callie:

Os dias passaram e a evolução da Arizona era nítida, e nós prometemos que íamos nos mudar quando ela estivesse bem.
Contratei um fisioterapeuta particular e as sessões já estavam se encerrando.
- É Drª Robbins, já já as sessões se encerram e você já está bem avançada. - diz o fisio enquanto ajeita a prótese dela.
- Ah, sabe como é né! Já tenho experiência no assunto. - diz Arizona.

Mas então, Tim começa a chorar pedindo leite e só a chupeta não está contentando.
- Tem alguém querendo comer! - digo eu, o balançando para parar de chorar mas sem sucesso.
- Calliope, tem leite na bombinha lá na cozinha. Pega e da na mamadeira! Com todo respeito ao fisio mas meu peito não aguenta mais. Tim não mama, ele morde e tá machucando! - diz Arizona enquanto vou pra cozinha.
- Depois eu vejo isso pra você. Sofia filha, faz um favor pra mamãe? Coloca esse leite que tá nesse potinho... dentro da mamadeira do seu irmão por favor. Cuidado pra não derrubar... isso, muito bem filha! Obrigada viu! - digo, agradecendo Sofia por ter ajudado.
Volto pra sala e o fisio se despede.
- Bom, já estou indo. Amanhã eu retorno e Arizona, sem roubar nas lições de casa hein! Tchauzinho gente! - diz ele, saindo.

Enquanto Tim termina de mamar, peço pra Arizona me mostrar o machucado em seu peito.
- Levanta a blusa, deixa eu ver.
- Espera pelo menos o Tim terminar a mamadeira... como ele tá comilão né. Hoje tem consulta dele! - diz ela.
- Ele cresceu bastante. - digo.
- Hoje o fisio pediu pra que eu tomasse banho sem apoio e sem a cadeira, você vai ficar de olho em mim. - diz ela, se levantando e se aproximando devagar.
- Você está evoluindo toda hora, meu amor. Eu tô tão orgulhosa de você! - digo, me inclinando para te dar um beijo até que o Tim resmunga.
- Ué, mas já tem neném ciumento na área! - diz Arizona enquanto pega ele do meu colo e coloca no carrinho. - Cadê a Sofia?
- Tá no quarto vendo desenho, começou a ficar viciada em Barbie. - digo.
- Vou deixar o Tim com ela um pouquinho, só um tiquinho. Será que tem perigo? - diz Arizona pegando o carrinho.
- Sofia é grandinha, e o Tim tá de barriga cheia, já vai dormir. - digo indo em direção ao quarto dela.

- Filha, faz um favor pras mamães? Fica de olho no Tim só pra mamãe ver uma coisinha aqui? Se o seu irmão resmungar e querer chorar pode chamar a gente tá bom? Chama, não pega ele no colo. - digo a ela.
- Tudo bem mamãe. Eu cuido dele, sou a irmã mais velha e irmãs mais velhas fazem isso. - diz ela, toda fofa.
- A gente tá aqui no quarto, qualquer coisa chama tá bom? É rapidinho! - diz Arizona.

Em seguida saímos do quarto.

- Você contou pra ela que iremos voltar pra Seattle? - me pergunta Arizona.
- É... mais ou menos... agora vem aqui pra eu ver uma coisa. - digo beijando seu pescoço e fechando a porta do quarto.
Ela ri.
- Calma, devagar! Primeiro deixa eu te mostrar o que seu filho fez em mim. - diz ela tirando a blusa e mostrando o seio machucado por conta da amamentação.
- Se passar um soro com gaze dá uma amenizada. Sofia fez isso comigo nos primeiros meses e foi tenso, mas passou rapidinho. Agora vem cá, me dá um beijo bem demorado que eu tô morrendo de saudade! Aquele beijo pra eu saber se ainda sei beijar, depois de tudo que aconteceu eu esqueci completamente. - digo, passando minha mão em seu rosto.
- Palhaça... - diz ela, se inclinando e me beijando.

O beijo começa a ficar quente e Arizona para no meio do caminho.
- O que foi? Tá doendo alguma coisa? - pergunto, preocupada.
- Não, não tá doendo é que... eu... Callie eu passei por muita cirurgia, muita coisa mudou aqui. Minhas cicatrizes incomodam e não quero que você fique vendo. - diz ela.
- Ei, não precisa esconder essas cicatrizes de mim. Elas só mostram o quanto você é forte, o quanto é linda por fora e por dentro e mostra que você nasceu mais uma vez e ainda por cima, colocou mais uma vida no mundo. Oh meu amor, você esquece que eu sou apaixonada por cada detalhe seu. Desde esses cabelos loirinhos e esse olho cristalina até o último ponto cicatrizado da sua cirurgia. Eu ainda tenho marcas do meu acidente mas sou tão segura enquanto a isso porque sei que você não se importa. E cá entre nós, eu não me importo nadinha com esses risquinhos modernos que você adquiriu. Eles só te tornam ainda mais atraente... tão atraente que chamou a atenção até da nova residente. - digo a ela.
- Eu tava quase chorando se você não falasse da nova residente hein. - diz ela, querendo se afastar.
- Ué e eu tô mentindo? Se tivesse solteira certeza que ficaria com ela. - digo.
- Calliope, obrigada. O tesao que eu tava sentindo, foi embora. Vamos lá ver o Tim. - diz ela, emburrada.
- Volta, eu tô brincando. - digo, puxando ela pelo braço.
- Para de falar dessa menina porque hoje vamos no hospital levar o Tim e conversar com a chefe e ela vai estar lá. - diz ela.
- Tá bom, prometo que não falo mais. Agora me beija mais um pouquinho. - digo.