Treinamento I

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Eu me preparava para ajudar Hugo no feitiço de desbloqueio de poder, só faltava os anfitriões chegarem, ouvi a campainha era eles, Luna levantou sua cabeça e miou, fui na direção da porta abrindo-a revelando Jade e seus amigos em minha frente, dei espaço para ele passarem, Hugo saia e entrava toda hora do quarto de pintura, e isso me deixava com os nervosos a flor da pele, respirei profundamente algumas vezes para me acalmar, vi pela ultima vez Hugo sair do local chamando-nos para entrar, Ana foi a primeira, ela me pareceu nervosa, Jade seria a segunda mas ela parou de andar e me chamou para pedir que Caio participasse, ela pensou que ele seria excluído, mas não, só estávamos poupando-o de uma possibilidade de ver uma delas ou até mesmo as duas sentirem dores, os guardiões costumam sentir também por terem uma ligação com seus protegidos.
Fiquei receoso de deixa-lo vim, mas ele ficaria mais nervoso sem ver o que estava acontecendo, sendo que me parece que Caio não confia muito nas pessoas, abri a boca para falar, mas decidi só concordar com a cabeça, fomos todos para dentro do quarto que ficou pequeno com cinco pessoas. Hugo começou a explicar para as meninas o que elas tinham que fazer, e cada uma ficaram em seu devido lugar, começamos a fazer o feitiço eu estava de frente para Ana, e o feitiço começou tranquilo, ela não se queixava de dor, mas ficava sorrindo feito boba sentindo seu poder fluir de dentro dela, no mesmo momento que Ana sentia isso, Jade se queixava de dor e de estar sentindo queimação, Ana me olhou preocupada, mas falei para ela não se preocupar com Jade, mas sim com o desbloqueio do seu poder. O grito de Jade só aumentava, comecei a ficar preocupado com isso, mas não parei de recitar o feitiço, os poderes de Ana já tinham sido debloqueados, suas asas rosas brilhante se mexiam conforme o que ela fazia, pedi para ela sair do centro, para  poder concentrar em Jade, ela foi tocar na amiga, mas ela quase se queimou, Caio gritava para pararmos, mas não podíamos, se parássemos agora, ela poderia perder seus poderes e morrer ali.
Não descansávamos um minuto se quer e de repente Jade parou de gritar, ela estava ainda ajoelhada vi que seus olhos estavam brancos como um papel ela olhou na minha direção dizendo:
- Lobo cinza, teremos uma luta árdua, a besta só está esperando  uma brecha para atacar, fiquem espertos, vocês serão a chave para a libertação dos povos que estão presos. Jade encontrou seu poder, é hora de ir embora. Foi bom conhecer vocês meus jovens. – Jade cai no chão do quarto desmaiada. Ficamos ao seu redor por um tempo para ver se ela acordava, mas não acordou, Ana se preocupou mais Hugo a confortou falando que ela estava bem, com isso resolvi chamar Caio para conversarmos:
- Chamei você para falar que as meninas vão enxergar a verdadeira cidade de Mistoryth, e você precisa também, por isso fiz um feitiço para que você possa ver igualmente. Tudo bem? – Perguntei olhando-o nos olhos, e ele assentiu, então o tirei do quarto. Falei para ele ficar calmo e respirar fundo, o mesmo fez tudo oque disse fechando os olhos, admirei sua confiança em mim. Respirei fundo e falei. – Videbitis verum nisi veritate.
Quando terminei, voltamos e ficamos olhando Jade, esperando ela acordar, nós decidimos não contar para ela o que tinha acontecido a poucos minutos, eu tinha a impressão que era a fênix branca que estava falando, sua classe, sua suavidade ao falar, o sorriso meigo. Não era impressão eu tinha real certeza que era ela, “mas porque ela se despediu?” “Será que Jade não se transformará no animal?” me perguntei. Depois de um tempo Jade acordou um pouco zonza, resolvi leva-los para o hotel, carreguei ela nas minhas costas, e ao sair, o ar frio nos atingiu em cheio, andamos em silêncio por um tempo, mas Ana resolveu corta-lo:
- Nossa a cidade está tão colorida, espera ai, aquilo é casinhas de cogumelos? – Ela olhou bem no rumo das casas dos gnomos, eu sorri, Jade se mexia em minhas costas, e Ana continuava a falar. – Nossa o céu tem pedaços da terra que flutuam, ai que coisa linda, esses são os lugares das fadas? – Hugo ria de seu deslumbro pela cidade que para ela era cinza e triste. Caio se falou abobado pela estrutura da cidade ser desconexa do que enxergavam antes.
- Foi ótimo você abrir meus olhos Cristian, pois se me contassem que uma cidade como essa existia eu não acreditaria. Que coisa mais linda. Quero morar aqui pelo resto da minha vida. – Ele sorria e olhava a cidade no céu e ficava encantado com os moradores serem tão diferentes uns dos outros.
Chegamos rapidamente no hotel, passei Jade para os braços de Caio que se despediu e Ana ainda abobada olhava para trás toda hora para ver mais um pouquinho que seja de Mistoryth. Eu e Hugo saímos rindo das caras deles, mas certos que a cidade era uma beleza esplendida aos olhos das pessoas que nunca moraram aqui. Despedimos e cada um foi para um lado, Hugo ficou na festa e eu decidi ficar em casa com Luna e tentar dormir, mas por algum motivo não conseguia.
Toda a cidade estava em um sono profundo, enquanto eu estava alerta a noite inteira,  foi difícil de presenciar o desbloqueio do poder da Jade, ela sentiu muita dor, enquanto sua amiga Ana estava calma e recebendo como se fosse um doce, suas personalidades são bem diferentes, enquanto uma estava aberta para algo novo a outra estava receosa, mas no fim, tudo acabou bem, apesar de nunca ter visto alguém ficar presa dentro de si mesma, estática demonstrando um vazio. Eu não conseguia dormir, lembrando de tudo aquilo, prevejo que essa noite não dormida vai me prejudicar no treino matinal, sai dos meus devaneios procurando em algum lugar da casa meu celular olhei o horário e percebi que estava na hora de sair, toda madrugada eu saia com Hugo para treinar.
Arrumei-me rápido e organizando as coisas que precisaria para levar e começar o treinamento da Jade, deixei comida e água para Luna que ainda dormia profundamente em sua cama, sai do meu apartamento abrindo espaço para o ar frio da madrugada, a rua estava com pouca iluminação, mas céu tinha seu moradores que estavam com suas luzes acesas, as fadas costumam acordar cedo e dormir cedo, aquilo não me surpreendia mais, mas quando eu era criança, minha mãe me mostrava e ensinava sobre cada espécie que habitava nessa cidade, não imagino uma vida sem nunca ter convivido com povos tão diferentes. Eu estava tão inerte aos meus pensamentos que não percebi que alguém chegou perto de mim, olhei para ver quem barrava minha passagem, e  com as  mãos e perguntou:
- Porque você estava com uma menina no seu apartamento, sendo que é uma das alunas da escola que esta nos visitando? – Sua expressão indicava reprovação, suspirei e respondi:
- Longa história dona Meredit. – Enquanto falava eu tentava me desviar de minha mãe, que esforçava para impedir de prosseguir meu caminho, ela pegou em meu braço e disse:
- Tenho tempo para ouvir, vou te acompanhar no seu treino hoje Cristian. – Ao falar ela se virou de costa para mim e andava rumo as raízes que ligava a cidade com as grandes terras flutuantes das fadas.
Balancei a cabeça demonstrando um cansaço pelo que vinha pela frente, minha mãe era o tipo de mulher que não passava nada dos seus olhos, nada a escapa, até mesmo seu filho levando alguém em suas costas enquanto o festival rolava, para todo mundo ver.
Chegamos perto da raiz começamos a subir, elas tinham elevações parecidas com escadas, mas eram da própria, me acostumei com os grandes degraus que tinham, pensei em como os novos alunos iriam estar ao chegar no topo. Caminhamos até ao centro de treinamentos, o local estava vazio sem ninguém para interromper nossa conversa comecei a me preparar mentalmente e disse:
- Enquanto treinamos contarei para a senhora, sei que não adiantaria nem nada enrolar esta conversa. – Ela assentiu e me esperou juntar-se a ela no centro. Ela me olhava esperando que eu a atacasse mas não o fiz, então falou:
- Vamos começar com feitiços e depois terminamos com uma luta corpórea. Comece a falar Cristian. – Ela se posicionou em uma posição de luta eu observava uma pequena movimentação em seus dedos, respirei fundo me preparando para seu ataquei, e comecei a explicar:
- A garota que você viu em cima das minhas costas é a Jade, uma das alunas visitantes, ela estava realmente no meu apartamento e seus amigos também. – Quando eu falava ela ouvia com atenção, e a mesma jogou um feitiço de imobilidade em cima de mim, mas ela não contava com minha astucia e fiz um bloqueio invisível, sua magia cinzenta atacou o paredão, continuei a falar: - No primeiro dia do festival, eu e o Hugo resolvemos fazer um feitiço de aparição, desejávamos achar à fênix branca. E pela ironia do destino Jade é a fênix branca. – Minha mãe ficou estática perdendo total foco em mim, sua vulnerabilidade abriu espaço para eu ataca-la com um feitiço de repelir e  voou para o outro lado do centro de treinamento. Ela levantou zonza e gritou:
- MOLEQUE NÃO ERA PARA VOCÊ UTILIZAR ESSE FEITIÇO, EU TO VELHA DEMAIS PARA CAIR NO CHÃO. – Enquanto ela falava ao levantar começou a andar em minha direção começando uma luta corpórea comigo. Ela estava com raiva e começou a me bater forte, eu só desviava, e a mesma continuava a gritar – NÃO DESVIE, LUTE CRISTIAN, VOCÊ É UM HOMEM AGORA, VOCÊ NÃO PODE FICAR SE ESQUIVANDO QUANDO A BESTA VIER PARA CIMA DE VOCÊ. – Eu ouvi sua sugestão e comecei a lutar, minha mãe era forte, mas por respeito eu não atingia seu rosto. Ficamos naquilo por uma hora até cansarmos. Já mais calma minha mãe falou. – Gostaria de conhecer fênix branca, concordei e disse:
- Hoje vou treinar ela, e Hugo vai treinar seus amigos. – Ela franziu a sobrancelha e me lembrei de que não tinha contado sobre os amigos dela, então voltei a falar. – Ana a amiga dela é uma fada, já o garoto é o Caio que é um guardião. – Deitei no chão cansado e ofegante. Ela não falou nada só começou a caminhar se despedindo rápido, imaginei que ela sairia do centro de treinamento para ir contar ao meu pai e ao Ancião sobre as boas novas. Fiquei mais um tempo ali deitado vendo o céu começar a clarear.
Olhei para o relógio de pulso e percebi que estava quase na hora de encontrar Jade e seus amigos para começarmos seus treinos, antes de ir, achei a treinadora das fadas caminhando para o centro de treinamento, a chamei para conversar.
- Treinadora, que bom que você está aqui, preciso conversar com você. Gostaria que você treinasse uma fada para mim o nome dela é Ana. – Ao terminar de falar ela parou de arrumar suas coisas me olhando e perguntou:
- Ela virá para treinar? Esse nome é humano, você não confundiu não? – Ela cruzou seus braços enquanto suas asas se abriam. Bufei rolando os olhos e respondi:
- Sim ela vem treinar, e não confundi, sei o que vi treinadora. Ela precisa de treinamento rápido e eficaz. Você é a melhor entre todas as fadas, confio em você. – Virei-me de costa para ela enquanto terminava de falar com a mesma, acenando um tchau.
Voltei para cidade, indo em direção ao meu apartamento, mas percebi que Caio e Ana estava andando em silêncio, resolvi chegar mais perto, e percebi que Jade não estava perto deles então perguntei:
- Onde está Jade? – Franzi minha sobrancelha, olhando para ao redor. Ana olhou para trás e disse:
- Ela estava com nós alguns minutos. Vou busca-la. – Impedi a mesma e disse que iria em seu lugar, ela aceitou, quando ia sair procurando por Jade, a mesma estava parada olhando para o rumo das casas das fadas, cheguei perto dela que nem percebeu minha presença até quando falei, seus olhos tinham um brilho diferente, uma admiração quase palpável, agora ela via o que eu via todos os dias, a verdadeira beleza da cidade, a verdade por trás dos muros antigos de uma cidade humanizada, era bom ver a curiosidade dançando em seu olhar.
Eu ia falar para irmos e ai apareceu uma das espécies dos nascidos do mar, um Aquilon, é uma espécie criada para proteger os nascidos do mar, fiquei intrigado com ele, pois era o único que não tinha escolhido seu dono até hoje, pelo que sei. Sua escolha foi estranha, Jade não era uma filha dos nascidos do mar. É raro essa espécie escolher alguém que não tem os mesmo dons da água. Vi que Jade se encantou com a criatura. Comecei a dar uma pequena explicação para ela, mas minha sabedoria sobre os Aquilon eram raso, nada muito profundado. Ela teria que estudar por si só sobre eles. Voltei a me recompor e disse:
- Já que estamos aqui, vamos direito para o centro de treinamento. – Conduzi para onde eu estava antes, ela não disse nada só caminhava ao meu lado fazendo brincadeiras com seu novo mascote, lembrei-me de mandar mensagem para o Hugo dizendo que estávamos todos indo treinar. Rapidamente ele respondeu que ira direto para o local.
Fomos para a raiz e começamos subir, mas percebi que os três amigos estavam para trás esperei eles chegarem perto de mim, e ouvi Ana reclamar:
- Não aguento subir essa raiz. Sinto-me um chumbo ambulante. Vamos parar um pouco e descansar. – Ela me olhou de relance e me virei em sua direção dizendo:
- Nesse pique, você não vai conseguir treinar Ana, essa raiz já é um preparo para nossos treinos, e antes que me pergunte você não vai voar até lá como algumas fadas estão fazendo. – Ouvi seus resmungos e continuamos e ao chegar no topo ela quase deitou no chão de felicidade, mas antes disso caminhamos até chegarmos ao centro de treinamento. Quando chegamos ao local, a treinadora da Ana estava sentada esperando e para conhecer qual seria sua nova aluna. Ela levantou ao nos ver, cheguei perto e disse:
- Essa aqui é a treinadora da Ana. Ana vem para o lado dela. – Ela chegou perto da fada mais velha e comprimentou a mesma. E antes mesmo da treinadora falar algo Hugo gritava:
- NÃO COMECEM SEM MIM. - Todos os olhares foi em sua direção, ele corria que nem um louco se aproximando e ficando ao meu lado, então disse:
- Não comecei sem você, só estava apresentando a treinadora da Ana. – Ele me olhou e sorriu, sem falar nada. Voltei a falar. – Já que está aqui, você vai treinar com o Caio hoje Hugo, até acharmos algum guardião para treina-lo. Jade venha comigo. – Terminei de falar e comecei a andar para o centro do local. Jade me acompanhou em silencio, virei em sua direção e comecei a explicar como ela devia estar e também ensinei alguns movimentos de luta corpórea. Ela é focada, e aprendeu rapidamente os movimentos então a chamei para utilizar comigo o que ensinei e comecei a falar. – Firma os pés Jade, pois alguém pode te dar uma rasteira se perceber que não está firme. Outra coisa, invés de se preocupar com o que seu adversário está tentando fazer, começa a observa-lo, tente achar alguma brecha nele, e assim você conseguirá ataca-lo, observe como ele comporta em uma luta. – Disse enquanto ela me observava. Fingi estar disperso e ela percebeu me atacou, mas fui mais rápido que ela e dei uma rasteira, continuei a falar: – Eu te falei para firma seus pés, você precisa ter foco e firmeza. Vamos de novo. – Fiz outras formas para que pudesse aprender a visualizar outros tipos de brecha, ela vinha algumas vezes para cima de mim, mas com um pouco de firmeza nos pés, treinamos por horas, até alguns alunos da iniciação chegar.
Resolvemos ir almoçar, achei melhor leva-los para a casa dos meus pais para que pudessem conhecer Jade e seus amigos, se eu não fizesse isso o inferno ia chegar a terra de tão furiosa que dona Meredit ficaria, eu tinha falado para meus pais que eu iria almoçar na casa deles juntamente com Hugo, Jade e seus amigos.
Chegamos ao portão e fomos recepcionados por minha mãe, que sorria para todos nós, então chamou meu pai para conhecer as visitas, ele desceu as escadas e veio cumprimentar:
- Olá, sou Leonard Estrangh pai de Cristian prazer em conhecê-los. – Ele esticou sua mão para Caio que vez o mesmo, se apresentando em seguida, e acabou que o mesmo apresentou as meninas para ele.
- Essa aqui é a Ana, e a outra é a Jade. – As meninas cumprimentaram meus pais, minha mãe nos chamou pra a mesa para servimos. Meu pai começou a conversar.
- Não sou de rodeios meus caros, então vocês são descendentes do povo de Mistoryth. Fico feliz que tenham mais alguns de nós, apesar de não terem crescido aqui. Gostaria de saber o que cada um é, se vocês quiserem falar é claro. – Meu pai sorria gentilmente para os visitantes, eu e Hugo nos encaramos e observando até onde meu pai queria chegar com aquilo. Ana foi a primeira a falar.
- Eu sou a Ana, eu sou uma fada. Nossa isso é algo estranho de se falar em voz alta. – Ela balançava a cabeça olhando para seu prato. Caio sorriu fazendo um carinho nas costas da garota.
- Ela não se acostumou ainda, ela descobriu á dois dias, já eu sou um guardião. – Ele olhou para meus pais e no mesmo segundo virou seu olhar para mim, desviei e olhei para Jade que ficava cada vez mais incomodada com os olhares virados para ela, mas ela conseguiu falar:
- Cristian contou que sou uma Mist, e que faço parte de uma profecia sobre uma fênix branca e um lobo cinzento. – Meu pai parou o garfo no meio do caminho, chocado, parece que minha mãe não contou para ele o que falei. Ele voltou a si sorrindo para a mesma.
- Que honra ter a fênix branca em minha casa, não imaginava que seria uma jovem mulher. Seja bem vindos a cidade e que agora pertencem a vocês também. Já que vocês descobriram a dois dias, temos que resolver algumas questões, colocar o nome de Ana no livro das fadas, o do Caio também só que nos guardiões, precisamos desfazer o feitiço que proibia vocês de utilizar seus poderes, e a Jade precisa fazer o ritual de iniciação e colocaremos seu nome no livro dos filhos da magia. – Ele disparou a falar animado com tanta coisa para fazer, mas chamei sua atenção ao dizer:
- Fizemos o feitiço de desbloqueio de poder, Jade ficou um pouco fraca depois do mesmo, por isso a levei para o hotel nas minhas costas. – Olhei de relance para minha mãe enquanto eu bebia o restante do vinho que tinha na taça.
Hugo resolveu tirar a tensão que estava pairando na mesa e começou uma conversa amigável com Ana e meus pais, Caio parecia distante e aproveitando a comida, já a Jade observava as pessoas da mesa conversar, e eu fiquei quieto olhando e rindo das piadas sem graça de Hugo. O almoço foi tranquilo sem falarmos muito sobre o nosso futuro de guerra e muita luta.
Despedimos dos meus pais e saímos rumo ao meu apartamento, Hugo chamou Ana para ir a casa da única fada mais velha, que poderia ensinar ela a usar seus poderes, Caio resolveu voltar para o hotel tentar estudar mais sobre os guardiões. Jade começou a conversar comigo, mas seu mascote chegou perto dela, fazendo-a dispersar da conversa, ao chegarmos fomos para o quarto de pintura, ela chegou a conversar com seu mascote algo, mas não fiz muito questão de saber.
- Jade venha, quero que você aprenda a fazer alguns feitiços... – Parei de falar ao receber uma mensagem, era meu pai lembrando que depois da festa, teriamos alguns rituais para ser feitos, e que era para levar Jade e seus amigos. Pois faria o ritual de iniciação, que não estava previsto para hoje. Após ler voltei a olhar para a mesma continuando a falar. – Pois ainda hoje você vai ter que passar pelo ritual de iniciação.
Ela me olhou com seriedade, mas não disse nada, eu sabia que teríamos muito trabalho pela frente, pois tinha que ensinar ela em pouco tempo o que um Mist que estava na fase iniciante aprende em alguns anos. Parece ser difícil e impossível, mas não para Jade, pois ela tem um dom de  aprender bem rápido.

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