The Enigmatic City

Viagem

Hoje é o grande dia da viagem, o dia que vou conhecer a misteriosa Mistoryth, tudo a minha volta estava tão corrido e elétrico, eu só conseguia olhar para um ponto fixo de casa, enquanto meus pais faziam um alvoroço na aquela manhã, minha mala já estava pronta, não tive nenhum problema em arruma-la, minha mãe me despertou dos meus desvaneios e acabei percebendo que faltava algo para irmos, minha bolsa.
- Espera, minha bolsa com meus documentos, está no quarto. - Eu disse enquanto corria para pega-la e voltar antes que meus pais gritassem comigo.
Enquanto descia eu conferia se todos os documentos estavam no seu devido lugar, cheguei perto da porta que já estava aberta e saindo de casa, levantei a cabeça e olhei direto para meus pais, minha mãe conversava com alguém da empresa ao telefone enquanto meu pai colocava minha mala no porta malas. Acho que vou ficar com saudades, nunca fiquei tanto tempo fora de casa em uma viajem da escola. Papai olha na minha direção e diz:
- Está com todos os documentos e a passagem? - Sorri para ele afirmando com a cabeça, minha mãe terminou sua ligação e já entrou direto no carro, acabei fazendo o mesmo. Mamãe parecia nervosa pela minha viagem, ela percebeu que eu estava á observando e sorriu e falou:
- Quando chegar na cidade de Brintan me manda uma mensagem para saber se está viva e quando chegar em Mistoryth liga sem pensar duas vezes. Ok? - Ela dizia meio afobada sem pausar para respirar.
- Vai ficar tudo bem mãe, não se preocupe, vou mandar mensagem e ligar. - Disse me ajeitando no banco de trás, enquanto esperava meu pai entrar para levarmos ao aeroporto.
No caminho eu ouvia a música suave que tocava no carro, acabei me perdendo em pensamentos, tentando visualizar mentalmente como seria essa viagem de fim de ano, pelo menos não vou passar as festividades de fim de ano sem meus pais, vou chegar antes disso, já que ficaremos até o dia 15. Eu amo viajar e conhecer lugares novos, realmente agradeço por minha escola poder proporcionar isso para nós alunos, cada viagem tem um significado para mim, são memórias inesquecíveis. Percebi que já tínhamos chegado, resolvi afastar meus pensamentos enquando meu pai estacionava.
- Olha só, Caio e Ana já estão te esperando. - Falou papai.
- Eu imagino que Ana deve ter arrastado Caio bem cedo. - Soltei um pesamento em voz alta, fazendo meus pais rirem. - Vocês vão ficar para se despedir? - perguntei enquanto saiamos do carro.
- Sim meu amor. - Meus pais falaram em coro, concordei com a cabeça, enquanto eles conversavam com os pais da Ana e tratavam de colocarmos na fila para o check-in.
A fila não estava tão grande a maioria dos alunos já tinham feito, e só esperavam entrar no avião rumo as "ferias". Caio foi o primeiro a fezer o check-in despachando sua mala, a segunda foi eu, fiz tudo conforme foi pedido pela atendente, e por último Ana. Nosso vôo sairia daqui meia hora, então resolvemos nos despedir dos nossos pais.
- Jade minha filha se comporta, não se meta em problemas, tá legal? - Revirei os olhos para meu pai que tinha um sorriso brincalhão, concordei e fui direto para minha mãe. Ela me entrega a carta que os pais de Caio tinham escrito para meus pais e disse:
- Filha, quero que você fiquei com essa carta, não lê sem conhecer sobre a cidade primeiro. Boa viagem. Faço as palavras de seu pai as minhas. Eu te amo. - Sussurrei um eu te amo de volta só pra ela ouvir, enquanto eu abraçava com a carta em minhas mãos.
Entramos na sala de espera para embarcar, guardei a carta na bolsa enquanto ia de encontro com a turma.
- Pessoal, vou fazer uma chamada para saber se todos estão aqui. - professor Marcos começou a falar todos os nomes dos alunos, por incrível que pareça não faltava nenhum, ele me pareceu feliz que todos já estavam lá. A hora chegou eu entrei com toda a turma no avião, fui  tentar achar meu acento, quando vi eu estava junto com outras pessoas e não com meus amigos, procurei com os olhos eles e encontrei-os perto um do outro, queria poder trocar de lugar, não quero que as pessoas do meu lado reparem eu dormir o vôo inteiro, mas também não queria atrapalhar ou incomodar a pessoa que estava perto deles. Resolvi ficar na ponta e não perturbar o casal que estava do meu lado. Enquanto me ajeitava meia desconfortável percebi uma movimentação ao meu lado e virei para ver o que era, era minha professora de literatura pedindo para sentar no meu lugar.
- Jade, você podia trocar de lugar comigo? Meu acento é do lado dos seus amigos. Acho que você ia gostar de ficar perto deles. - Ela piscou para mim e disse mais. - E também vou ficar entre esse casal que não tem modos. - Aceitei a proposta, pegando minhas coisas e indo direto para o lugar dela que era na janela.
- Nem acredito que a professora estava neste lugar. - passei por eles e me sentando.
- Amiga você tem uma bunda virada para a lua, vai ser sortuda. - Ana rebate meu comentário e ri, enquanto Caio balançava a cabeça em negação pelo comentário. - Mudando de assunto, minha mãe me entregou a carta dos pais de Caio, mas tem uma condição, como sempre, que é para eu ler só depois que eu souber tudo sobre Mistoryth. Da para acreditar nisso? - Ela fala indignada por não poder abrir o mais rapido possível.
- Relaxa não é só você que recebeu a carta com uma instrução de não ler antes da "hora". - Fiz aspas com os dedos. Não era só nós duas que estava curiosa, na verdade acho que quem ta mais curioso é o Caio, pois era as cartas dos pais dele, imagino o que ele deve está sentindo.
- Acho melhor obedecermos, não vai adiantar nós tentarmos ler sem saber sobre algo daquela cidade. - disse Caio e eu concordei com sua observação, mas Ana estava relutante com isso, mas acabou aceitando o fato. E ficamos em silêncio, foi até mesmo constrangedor, mesmo assim eu continuei calada, e acabei adormecendo, enquanto o avião decolava.