Descoberta

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O céu estava em uma coloração muito bonita com cores laranjadas e avermelhadas, era o entardecer, daquele primeiro dia de visita, eu estava olhando para janela admirando o céu até que me lembrei dos livros que eu trouxe da biblioteca, virei no ruma da cama para pega-los, estava indecisa em qual eu leria primeiro, os três me pareciam ser muito bons, mas o que mais me intrigava era o único que visualmente Cristian não queria que eu pegasse que era referente a cidade, então preferi começar por outro que era livro fino aparentemente, eu leria ele em uma sentada.
O começo estava bem detalhado, mas não com muito excesso, o livro falava sobre como surgiu a cidade. O que me chamou atenção foi que a história praticamente era a mesma que foi contada por Miranda, porém com algumas diferenças. Hoje ela nos falou sobre um conto, na verdade dois que poderia ser o nascimento da cidade, mas pelo livro é a junção das duas histórias que é marcante, com palavras simples, mas com muito sentimento dentro das palavras, meu coração pesou ao lê-lo, senti toda angústia em cada frase.
Como eu disse, terminei ele em uma sentada e bem na hora do jantar, coloquei o livro na escrivania ao lado da cama, fiquei esperando as meninas terminarem suas obrigações, então fomos para o local do jantar, no meio do caminho encontramos Caio vindo em nossa direção.
- Nossa passou tão rápido as horas, nem tinha percebido que já era hora de jantar, se não fosse meu colega de quarto eu ainda estaria lendo o livro de Ciências. - Disse ele animado. Ana e Poliana fizeram uma cara de tédio ao ouvir a palavra ciências, eu comecei a rir delas e do próprio Caio, que não entendia o porquê eu estava rindo.
Esse garoto é uma enciclopédia humana, adora ler livros acadêmicos e cada dia se tornando o mais nerd do grupo, mas eu entendia sua paixão por esses tipos de livros, pois eu também tenho as minhas preferências por livros de fantasias, sou fascinada igual meu amigo, já as meninas não compreendia esse nosso lado, elas gostavam de ler, mas não eram amantes da leitura com nós dois.
Chegamos no restaurante do hotel e percebendo que todos já estavam jantando, e igual de manhã, sobrou uma mesa para nós, cada um foi fazer seu prato e se juntou na única mesa que tinha restado.
- Acho que devemos chegar mais cedo, sempre pegamos as piores mesas. - Poliana reclama e Ana concorda.
- Mas se vocês duas não fossem tão dorminhocas, teríamos pegado uma mesa boa tanto de manhã quanto agora, e vamos combinar, essa mesa, não é a das piores, observem bem, tem um grupo que pegou o pior lugar, que é bem perto da cozinha, olhem lá. - Eu dizia apontando disfarçadamente. As meninas olharam, e Caio só balançava a cabeça em negação.
- Vocês garotas são tão enjoadas com determinadas coisas, eu realmente não entendo vocês. - Caio disse enquanto dava uma grande garfada.
- Querido, você nunca vai entenderá nós mulheres, pois somos diferentes e problemáticas. (risos) - Ana disse gesticulando com o garfo e debochando dele.
Enquanto eles discutiam, eu e Poliana só saboreávamos nossa comida, que por sinal estava uma delícia. Após terminarmos o jantar, fizemos um pouco hora só jogando conversa fora, mas quando percebemos que tinha pouquíssimas pessoas, resolvemos voltar para nossos quartos e nos despedimos de Caio.
Estava ansiosa para ler os outros dois livros que eu tinha pega, o conto sobre o surgimento da cidade, me deixou bastante empolgada, e essa empolgação me fez ficar horas lendo sem me preocupar com o tempo. Ao entrar no quarto fui direto para cama e peguei o primeiro livro que vi pela frente, por incrível que pareça era o bendito livro da história de Mistoryth.
Ao abri-lo em sua primeira página já envelhecida estava escrito manualmente a seguinte frase: 'Este livro são todas as cartas e também o diário do senhor Mist, o grande fundador da cidade.'
Fiquei surpresa ao ler isso, e pensei: "será mesmo que é sobre fatos reais este livro?", ao invés de só tentar achar resposta para a minha pergunta interna, resolvi explorar ele.
A história já começa com uma data, 29 de Maio de 1850, o fundador relata como conheceu o local que se tornaria seu novo lar, a história se encaixa muito com a do livro anterior. Continuando a ler, outras datas marcadas nas páginas do livro, porém algumas me chamaram mais atenção como na data de 1870, ele conta que já tinha sido criada a cidade e existiam alguns moradores, no qual todo eram nascidos da magia, e que cada um dos habitantes tenham poderes, mas não era só isso, havia mais, em 1900 a cidade já tinha uma população razoável, nas escritas diziam que varias outras pessoas decidiram diferentes decidiram morar lá, como fadas, gnomos, vampiros, lobisomem e os nascidos do mar, pois foram em buscar de um novo lar, porque a pessoas comuns começaram cresciam em volta dos seus lares de origem e os expulsavam, torturavam seu povo e até mesmo os matavam, e quando estava nas últimas páginas do livro referente a data de 1950, foi relatado que chegaram um povo diferente na cidade, que não possuíam poderes, mas tinham força física e que ficavam por longos dias lutando se deixassem, eles eram chamados de os guardiões, e os mesmo protegiam os Mists quanto eles não atingiam as suas evoluções baseados em suas idades.
Quando terminei de ler, minha cabeça estava a mil, me questionar pensar: Isso é verdade? Será que tudo isso é verdade mesmo? Eu precisava chamar Ana e contar para ela, quando eu olhei no relógio constava que era quase duas da manhã, fui até a sua cama em passos leves para não acordar Poliana, a chamei e ela acordou assustada, gesticulei para saírmos do quarto em silêncio, peguei o livro enquanto a Ana levantava sem fazer barulho, fechando a porta do quarto, e com o celular na mão me perguntou:
- Jade são duas da manhã, porque você me acordou a essa hora, espero que realmente seja importante. - Ela me fala com os braços cruzados.
- E é, mas precisamos está em um lugar sem que nos escutem. - Falei nervosa, já caminhando para ir à área da pisciana pois naquele horário não teria ninguém.
Sentei em uma espreguiçadeira esperando a Ana fazer o mesmo.
- Ana, acho que descobri algumas coisa sobre a cidade, mas para mim é algo irreal. Isso não existe. - Eu Sussurrei para ela que confusa disse:
- Não existe o que Jade? Você está me deixando nervosa. - Ela fixou nos seus olhos querendo entender o que eu estava dizendo, resolvi contar tudo que tinha lido no livro.
- Você acha que essa cidade é mágica? - Ela colocou seus dedos como se estivesse pensando em algo. E eu respondo:
- Não a cidade, mas os habitastes que moram nela. Raciocina Ana, os moradores não gosta de visitantes, liberam de dois em dois anos a entrada e não gostam de estarem "juntos" com os visitantes. Bem que minha mãe falou para nós descobrirmos sobre a cidade. - Quando terminei de falar, nos olhamos e falamos juntas. - A carta das nossas mães. - Saímos correndo para o quarto e quando chegamos pegamos as cartas e voltamos de novo para a área da piscina. Falei para Ana:
- Ana liga para o Caio, ele precisa saber de tudo isso, além do mais me esqueci de contar outra coisa. Em 1950 apareceu um novo grupo de pessoas, pelo livro diz que eles não tinham poderes mais sim força e são chamados de guardiões. - Eu falava folheando o livro procurando a página e a marcando-a. Ana parou de andar e disse:
- Espera aí Jade, essa pessoas são guardiões que nem o Caio é? - Parei junto com ela, e por mais que eu não estava entendo direito tudo que tinha descoberto, eu achava que poderia ter alguma relação com nosso amigo. Ela me olhou e eu afirmei com a cabeça, Ana ficou com a cara espantada em um movimento rápido ligou para Caio que atendeu na hora.
- vá para a área da piscina agora, precisamos te contar muito coisa, Jade descobriu algo sobre a cidade. - Ela falou e depois desligou, fomos o mais rápido possível para o local que marcamos com ele, e o mesmo foi correndo para o local combinado.
- Meninas o que vocês descobriram? - Ele nos olhou confuso.
- Acho que você faz parte dessa cidade Caio. - Falei meio receosa. Ele franziu a testa e disse:
- Como assim? O que te faz achar isso? - Ele me questionou sentado, e foi novo explicar sobre o que descobri, enquanto contava, ele passava as mãos em seus cabelos e às vezes esfregava um na outros, quando terminei o silêncio se instalou entre nós, então comecei a falar:
- Já que descobrimos algumas coisas sobre a cidade, temos que ler as cartas que seus pais fizeram para os nossos. - Eu disse passando meus dedos nas cartas que estavam em minhas mãos.
- Então lê você Jade. - Ana sentando ao meu lado falou. Peguei a carta que minha mãe tinha me intregue no aeroporto, abri a mesma e comecei a ler.

"Valda e Victor,
Meus querido amigos estamos escrevendo esta carta para vocês, informando que na nossa última viagem para a cidade de Mistoryth, ficamos sabendo sobre uma profecia que e a mesma que foi dada para você Valda, de quando esteve lá. Você se lembra de como nos conhecemos? Eu me lembro bem, você chegou na cidade toda empolgada querendo conhecê-la junto com sua amiga Elisabeth , eu fui a primeira a conversar com vocês duas, e com o passar do tempo fomos criando uma amizade profunda. Mas teve um dia que você deve se lembrar, o Ancião da cidade passou a mão em sua barriga e disse que você seria mãe de um ser fantasticamente diferente, e realmente Jade é uma pessoa fantástica, mas sei que as meninas tanto a Jade quanto a Ana pertencem aquela cidade, e ajudarão a combater o que aflige a cidade a tanto tempo. Se você estiver lendo essa carta, significa que eu morri para proteger todos vocês, e peço que deixem as meninas conhecerem aquele lugar para que se cumpra a profecia. Não impeçam queridos amigos, pois de qualquer forma tudo acontecerá, com ou sem sua permissão Valda. Deixe Jade viver seu próprio destino.

Com Amor,
Seus amigos e guardiã."

Quando terminei, estava com lágrimas nos olhos e não sábia o que dizer, não queria mais ler nada, então Ana, pegou a carta que pertencia sua mãe e começou a ler.

"Querida Elisabeth,
Saiba que essa carta não é uma despedida, mas um até logo, e que nos veremos quando estivermos juntas no céu. Amiga, você é uma pessoa maravilhosa foi um prazer conhecer você e a Valda na minha querida cidade de Mistoryth, vocês fizeram valer todos esses anos que vivi perto de vocês, tanto de amizade, tanto para protegê-las, quero que saiba que independente de não estar perto de vocês fisicamente, estarei sempre estarem guardando suas vidas, e também deixei meu filho Caio que e guardiã bem treinado, para proteger as meninas. Saiba que Ana faz parte de um propósito maior, e por isso não devemos deixar ela se afastar de Jade, pois como você mesmo sabe, elas serão importante para a cidade. Seja muito feliz amiga, eu protegi vocês ao máximo que pude, mas se está lendo essa carta é porque eu já não estou mais entre vocês. Não sinta tristeza, mas saudades e continue com a mesma alegria que sempre esbanjou todos esses anos.

Com amor,
Sua amiga e guardiã."

Ao fim de ler todas as cartas, ainda ficaram os questionamentos entre nós três. Caio realmente pertence à cidade, mas porque nos duas somos parte de algo neste local? E qual é a profecia que estamos predestinados?
Ao olhar as horas percebi que já se passava das três da manhã, chamei eles para irmos dormir e falei que não adiantava tentar descobrir algo que não sabíamos direito o que era. Despedimos e fomos para nossos quarto em silêncio, porém com mil pensamentos rolando em nossas cabeças. Chegando no quarto, cada uma se dirigiu para sua cama e o cansaço nos dominou, fazendo-nos adormecer.

The Enigmatic CityWhere stories live. Discover now