Luísa
Volto para casa totalmente confusa. Erick está mexendo muito comigo e me sinto estranha. Subo para o meu quarto e vou direto para o banheiro. Quero tomar um banho e quem sabe depois consigo relaxar um pouco?
Ledo engano. Nem a água fria caindo sobre meu corpo consegue apagar o incêndio que aquele homem provocou dentro de mim. Eu devo estar me tornando algum tipo de libertina. Não, libertina seria um pouco de exagero, mas convenhamos que não é normal uma menina que acabou de perder a virgindade com um cara estar nesse estado por conta de outro que acabou de conhecer.
Ai o meu ogro! Sinto-me como se eu o estivesse traindo. Onde será que você está agora? Será que ainda lembra que eu existo? Por que diabos devolveu aquele dinheiro? Será que está tentando mudar de vida ou continua a cometer crimes por aí?
São tantas as dúvidas que trago dentro de mim. Será que algum dia o verei novamente? Para falar a verdade, tenho medo que isso aconteça caso o delegado Cerqueira consiga prendê-lo. Não quero vê-lo na cadeia. Apesar de ele ter errado, eu não consigo desejar-lhe mal, afinal esse cara foi o único que cuidou de mim naquele lugar.
Deito na cama e me ponho a pensar no que meu pai disse hoje pela manhã. Será que eu estou doente? Será que estou com essa tal Síndrome de Estocolmo? Será que o que sinto por ele é só uma fantasia que pus na cabeça para fugir da realidade daquele cativeiro?
Não, aquilo tudo era real! Ainda é real. Se eu fechar os olhos e me concentrar, sou capaz de sentir suas mãos passeando sobre meu corpo e seu hálito quente me arrepiar inteira. Desperto dos meus pensamentos quando vejo Helô entrar no quarto cuidadosamente. Até já sei o que veio fazer. Com certeza, meu pai lhe contou o motivo de eu ter saído de casa tão descompensada quando atropelei aquele rapaz.
Oh meu Deus! Ainda tem esse que entrou na minha vida para terminar de me arrancar o juízo. Que aproximação foi aquela de agora há pouco? Bem, quanto a Heloísa, depois que nossa mãe morreu ela meio que puxou para si algumas responsabilidades incluindo esses assuntos femininos.
– Será que a gente pode conversar? – diz ao sentar na cama.
– Claro! – respondo sem muita animação.
– O que está acontecendo com você, Luísa? – pergunta com o semblante preocupado.
– Helô! – Reviro os olhos. – Não estou com paciência para sermões.
– Não vim aqui para te julgar, irmã. Só quero conversar e tentar entender o que está acontecendo.
– Você também acha que eu estou doida? – Sento de maneira que fiquemos frente a frente.
– Não. Acho que você está confusa. Aquele cara é um bandido, Luísa! Como você pode afirmar que está apaixonada por uma pessoa assim? – Arqueia a sobrancelha.
Abro e fecho a boca algumas vezes buscando palavras para argumentar, mas simplesmente não consigo. Heloísa tem razão! Seria tentar explicar algo que não tem explicação. Então, simplesmente assinto.
– O que aconteceu naquele cativeiro?
– Foi o papai que te mandou vir até aqui me fazer essa pergunta?
– Não. Ele apenas comentou comigo a discussão que vocês tiveram e eu também fiquei preocupada.
– Eu não sei explicar, Helô! Mas o fato é que eu não consigo tirar esse homem da cabeça. Penso nele todos os dias em quase todos os momentos – confesso sem conseguir encará-la.
– Em quase todos os momentos? – pergunta calmamente.
– É, mas isso é outra história – falo e a cena que protagonizei com Erick hoje à tarde me vem à cabeça.
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Paixão em Cativeiro
RomanceLuísa é uma jovem cuja família é dona de um dos maiores hospitais do país. Ela sonha em ser médica assim como o pai e a irmã mais velha, Heloísa. Concluiu o primeiro ano de faculdade, e se esforçou bastante para tirar as notas máximas. É uma moça tí...