Capítulo 15 - Parte I

18.8K 709 152
                                    

Luísa 

Hoje procurei me ocupar um pouco para tentar esquecer essa história toda de sequestro. O telefone daqui decasa não para de tocar. São ligações de amigos e familiaresquerendo saber sobre tudo o que aconteceu. 

É claro quenão entrei em detalhes. Cheguei a sentir nas vozes de alguns uma pontinha de descontentamento pela falta de informações, mas mesmo assim não me incomodei. 

Passei a manhã inteira no salão de beleza com aHelô. Eu estava realmente precisando fazer uma faxinano visual. Ficar tantos dias trancada sem ter uma manutençãozinha compromete a beleza de qualquer mulher. 

Aquele ogro devia estar me achando horrorosa. Merda!Por que eu tenho que estar sempre pensando nele? Eu játinha me prometido que iria colocar uma pedra em cimadisso tudo.

 Depois do salão, Helô foi para o hospital e eu seguisozinha para o shopping. Fiz algumas compras e aproveiteipara ir ao cinema. Resumindo, passei a tarde inteira por lá. 

Finalmente, comprei um celular novo. Aqueles bandidos confiscaram a minha bolsa e não devolveram quandofui libertada. Fiquei sem meu aparelho antigo assim comosem a maioria dos meus documentos e cartões de crédito.Só sobrou minha carteira de motorista e o cartão da minha conta corrente que quase sempre deixo em casa. 

Assim posso me virar até providenciar tudo de novo.Chego em casa um pouco antes do horário do jantare, quando passo pela porta, fico surpresa por meu pai estarem casa. 

Sorrio em sua direção, mas não obtenho respostapositiva. Seu semblante está fechado e ele me parece umpouco irritado. 

– Aconteceu alguma coisa? – pergunto preocupadaenquanto deposito alguns pacotes em cima do sofá. 

– Onde você estava Luísa? – Franze o cenho. 

– No shopping! 

– No decorrer do dia, liguei várias vezes para casa eem nenhuma delas você estava.

 – É que eu fui ao salão de beleza com a Helô pelamanhã e de lá fui ao shopping fazer umas compras e arejara cabeça. 

– Não custava nada ter dado notícias. Fiquei preocupado. – Esfrega a mão no rosto.

 – Desculpe, paizinho! Eu realmente esqueci, já queo senhor nunca se incomodou que eu saísse ou que passasse o dia longe de casa e, além do mais, eu estava sem celular.Só comprei um novo hoje. – Forço um sorriso, mostrando-lhe o aparelho.

 – O fato é que você foi sequestrada, minha filha.Isso prova que tinham bandidos de olho em nossa família efico muito preocupado com isso. Você é a única que insisteem andar sem seguranças, mas, diante do que aconteceu,não permitirei que continue assim.

 – O senhor tem razão. – Solto o ar pesadamente. – Andar sem proteção me tornou o alvo mais fácil de ser atingido. 

– Isso quer dizer que você não se opõe ao fato deeu contratar um segurança para te acompanhar em todosos locais?

- Apesar de não gostar da ideia de ter alguém comominha sombra... Tenho que admitir que isso seja necessário. – Dou de ombros. 

– Ótimo. Então, amanhã mesmo pedirei para queClarisse comece uma seleção. – Sorri mais relaxado se servindo de seu Scott. 

– Ok! Por mim tudo bem, mas, mudando de assunto... estou muito feliz em ver o senhor chegar mais cedoem casa. – Sorrio aproximando-me para abraçá-lo. Normalmente a única refeição que fazemos juntos é o café damanhã!

 – Eu sei. Durante o período que você ficou em cativeiro andei revendo algumas atitudes minhas. Sempre trabalhei demais e, por conta disso, acabava te deixando muito tempo sozinha nessa casa. Quando você ficou ausente,eu tive tanto medo de te perder que acabei percebendo oquanto era importante valorizar os momentos que ficamosjuntos. Prometi que se você voltasse eu iria multiplicar esses momentos. 

Paixão em CativeiroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora