Luísa
Mas o que diabos está acontecendo? Ouvi gritos nooutro cômodo e agora tudo está no mais absoluto silêncio!Cadê o Ogro? O que será que Caveira fez com ele? Escuteibem quando o mandou baixar a arma e certamente estavam brigando.
Merda! Por que permiti que me amarrasse?Agora estou presa e não consigo sequer bater na porta.Quer saber? Dane-se! Preciso saber como o meuogrinho está. Afinal, ele mesmo disse que esses bandidossão muito perigosos.
– Ei! Tem alguém aí? Ei! – grito o máximo que posso. – Ei! Está me escutando? Ei! Droga! Ninguém responde.
Arrasto-me com dificuldade até a porta e não pensoduas vezes antes de chutá-la. Dane-se o Caveira! Chuto semparar até ouvir passos se aproximarem. Deus me ajude!
– O que está acontecendo aqui? – Enfim, ele aparece; sua voz é calma, mas sinto nela certa tensão.
– Onde você estava? Por que não me respondeu?
– Fui tomar um ar! – Diz agachando ao meu lado.
– O que aconteceu? Ouvi gritos e fiquei preocupada! – Confesso enquanto ele retira as cordas do meu corpo.
– Nada demais! – Tenta transmitir tranquilidade,mas eu sei que algo lhe aflige.– Tem certeza? – O encaro firmemente e percebo que seu olho está inchado. Tento tocar o machucado, masele se esquiva afastando seu corpo.
– O que ele fez comvocê?
– Nada! Já disse! – Levanta alterado.
– Não mente para mim. Ouvi bem quando aquelemarginal mandou você baixar a arma. O que estava acontecendo? Vocês brigaram?
– Foi só um desentendimento sem importância. –Leva as mãos à cabeça, me virando as costas.– Ele te machucou? – pergunto baixinho enquantoo abraço por atrás. Sentir seu cheiro e seu calor tão perto,acalma meu coração.
– Não! Quem me machuca é a vida! – lamenta apósum longo e profundo suspiro.
– Do que você está falando? – Franzo o cenho, confusa.
– Nada! Eu não quis dizer nada! – Vira novamenteem minha direção, segura meu rosto e me encara profundamente. Posso sentir cada músculo do meu corpo estremecer diante desse olhar magoado. – Chegou a hora, Luísa! – sussurra e vejo lágrimasinvadirem seus olhos. – Hoje à noite você vai voltar paracasa.A minha primeira reação foi sorrir, mas, quandopercebo o que isso também significa, sinto meu peito apertar.
– Por que você está assim? – pergunto.
– Assim como?
– Triste...
– Não estou triste. Pelo contrário, estou feliz por saber que você vai voltar para casa, para a sua família... E quedaqui para frente vai se proteger melhor de bandidos comoeu. – Sinto sua respiração abafada em meu pescoço.
- Não fala assim... Eu não gosto! – Lágrimas também chegam aos meus olhos.
– Promete que vai se cuidar? – pede com a voz aniquilada.
– Para com isso, por favor!
– Promete que vai tomar mais cuidado a partir deagora?
– Para! Eu não quero ouvir. – Tento ignorar o queele fala.
– Escuta! – Volta a me encarar. – Você vai voltarpara a sua vida e esquecer que tudo isso aqui aconteceu,entendeu? Vai ser melhor assim.
– Para! – grito me desvencilhando do seu abraço. –Para! Será que você não percebe que eu não quero ouvir?
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Paixão em Cativeiro
RomanceLuísa é uma jovem cuja família é dona de um dos maiores hospitais do país. Ela sonha em ser médica assim como o pai e a irmã mais velha, Heloísa. Concluiu o primeiro ano de faculdade, e se esforçou bastante para tirar as notas máximas. É uma moça tí...