Capítulo 11

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Luísa 

Acordo cedinho por conta de um raio de sol quepassa por uma pequena fresta entre as telhas. Olho para olado e percebo que ele já levantou e logo constato que meucorpo ainda se encontra completamente nu sobre o velhocolchão. Curvo os lábios num enorme sorriso quando melembro do que vivemos na noite passada. A cada vez quetransamos sinto que ficamos mais íntimos e atingimos umprazer ainda maior.

 Às vezes, o pego me olhando com umar confuso, seus olhos expressam algo que eu não sei bemdecifrar. O que está acontecendo comigo? Estou completamente envolvida por esse homem proibido. 

Saio de meus pensamentos quando o vejo entrar noquarto, já devidamente disfarçado. 

– Bom dia! – Seus olhos verdes sorriem para mim. 

– Imagino que esteja faminta, então, fiz um café um poucomais reforçado hoje. 

– Obrigada! Você acertou em cheio. Estou de fatocom muita fome – respondo enquanto pego a comida. 

– Depois de tudo que praticamos horas atrás seriaimpossível não estar. – Se aproxima e sussurra em meu ouvido. 

Engulo em seco e sinto meu rosto queimar. Comcerteza, estou vermelha que nem um tomate.

 - Estava pensando se você não quer tomar um banho de sol hoje! 

– Banho de sol? – pergunto animada. 

– É! Faz tempo que você está aqui e ainda não viua luz do dia. O que acha? – Pega uma torrada e passa manteiga. 

– Eu acho ótimo! Estou precisando mesmo respirarum pouco de ar puro. – Sinto meus olhos marejarem defelicidade. – Obrigada!

 – Você não precisa me agradecer por nada, Luísa.Eu é que tenho que te pedir desculpas, pois eu estou te privando da sua liberdade. – Acaricia minhas mãos. – E querodizer que sinto muito pelo que está acontecendo. Eu queriapoder te soltar, mas se fizer isso entrarei numa encrencaainda maior. Esses caras que te sequestraram são muito perigosos, e não sei o que poderia acontecer caso eu dessepara trás. Se eu fosse sozinho no mundo, com certeza, nãopensaria duas vezes, mas me preocupo muito com a segurança da minha família. Se eu soubesse que isso iria acontecer, nunca teria aceitado participar desse sequestro. 

– Isso o quê? – Arqueio uma sobrancelha. 

– Ah, isso que está acontecendo aqui... entre nós –fala de maneira tímida o que o deixa ainda mais atraente.– Nunca imaginei que eu pudesse me envolver tanto comvocê, mas depois de te ver todos os dias, de olhar seu jeito, de conversar com você... depois que nos beijamos, quetransamos... Está difícil pensar com coerência – fala comos olhos confusos. 

– Eu sei que nem devia estar te falando essas coisas, mas é o que sinto. E sei também que maiscedo ou mais tarde isso tudo aqui vai ter que acabar, mas,quando acontecer, quero que saiba que está sendo especialpara mim... como nunca tinha sido antes. – A voz rouca eretraída denuncia seu nervosismo.

Meus pensamentos vagueiam pelas suas palavras.Nunca imaginei ouvir coisas tão doces vindas de uma pessoa como ele. Meu coração passar a pulsar mais rápidodiante de tal declaração. Eu não esperava, mas era tudo oque eu precisava e queria ouvir. Escutando-o falar dá parasentir sinceridade em sua voz. 

Não sei exatamente o queseus comparsas podem lhe fazer, mas ele parece realmentepreocupado com as consequências, caso me liberte. 

– Vamos ao passeio? – Levanto tentando me desvencilhar do assunto.

 – Sim, mas só iremos até o pequeno riacho. Nãoquero correr o risco de alguém nos ver. – Me oferece a mão. 

– Ok. – O acompanho. 

Paixão em CativeiroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora