Capitulo 17

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Erick 

Abro os olhos, ainda sonolento, e percebo que estou em um lugar desconhecido. Olho para os lados e vejo se tratar de um hospital. Observo uma mulher entrar no quarto e, pelas roupas que veste, deve ser uma enfermeira. 

– Ah, que bom que você acordou – fala cordialmente. 

– Onde eu estou? – pergunto tentando sentar, mas tudo em meu corpo dói então desisto e deito novamente. 

– No hospital. Você está em observação. 

– Observação? – Estranho. 

– Sim. São ordens do doutor Otávio – conta enquanto coloca algo no soro ao meu lado. 

– Doutor Otávio? 

– É, rapaz, pelo menos você foi atropelado pela filha do todo poderoso Otávio Schneider – brinca, e eu sinto meu corpo inteiro congelar. 

– Luísa! – sussurro ao lembrar sua expressão preocupada ao me ver caído no chão. 

– Isso mesmo. Ela te atropelou em frente à casa deles quando ia saindo no carro. – Revela. 

– A sorte foi que Doutor Otávio estava presente, te prestou os primeiros socorros e te acompanhou pessoalmente na ambulância até aqui. – Suspira. – Aquele homem é demais! 

– Eu estou no Hospital Schneider?

- Sim, mas não se preocupe. Sua estadia aqui será gratuita. – Sorri. 

– Preciso ir embora! – falo assustado. – Cadê minhas roupas? – Tento levantar e percebo que estou vestindo apenas uma bata. 

– Ei rapaz, calma! Está tudo bem! 

– Não, não está! Eu preciso sair daqui! – grito exasperado. 

– Mas você não está em condições. Olha a sua perna! Ela está quebrada e seu corpo, todo machucado. 

– Meu Deus do céu! – Tampo a boca me recostando novamente sobre o travesseiro. – E agora? – balbucio. 

– E agora aconselho que você descanse. Coloquei um remedinho no seu soro que vai diminuir as suas dores e te fazer relaxar – diz delicadamente. 

– Minha tia e meu sobrinho devem estar preocupados. 

– Não se preocupe. Eles já foram avisados e amanhã cedo vêm te fazer uma visita. Agora tente descansar, pois já está tarde.

 Olho para um relógio na parede e vejo que já passa das dez da noite. Quando a enfermeira sai do quarto, desliga as lâmpadas deixando aceso apenas uma espécie de abajur. Observando a penumbra, me pego a pensar naquele belo rosto que me olhava de maneira preocupada. 

Será que Luísa me reconheceu? Será que tem ao menos noção de quem eu sou? Não. Acho que não, pois se tivesse com certeza a esta altura eu estaria algemado nesta cama. 

Droga! Quebrei uma perna e agora? Como poderei procurar trabalho? As coisas lá em casa estão cada vez mais difíceis sem a contribuição do Thiago. Além da falta que a grana dele faz, ainda tem o Yuri. O garoto anda muito triste e tia Dulce e eu temos nos desdobrado para lhe fazer companhia, já que ele ainda é muito pequeno para ficar sozinho em casa. 

Nos dias em que ela tem alguma faxina para fazer, eu não posso sequer ir à procura de emprego. Aquele desnaturado nem ao menos tem dado notícias. Fui à empresa em que ele trabalha, mas ninguém quis me fornecer seu novo número de telefone e muito menos o seu endereço. 

O jeito foi arriscar ir à casa dos Schneider, pois sei que ele ainda presta serviços por lá. Era para ser uma visita rápida. Eu não iria nem entrar. Somente perguntaria a algum empregado em quais dias da semana meu irmão aparece por lá, mas, quando eu coloquei meu pé na calçada, senti meu corpo ser arremessado bruscamente. 

Paixão em CativeiroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora