Capítulo 5 - Parte I

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Luísa

Pela primeira vez, desde que cheguei nesse buraco, consegui descansar um pouco durante a noite. Acho que o fato de estar limpa e alimentada me ajudou a relaxar apesar de essas cordas incomodarem bastante. Remexo-me um pouco procurando uma posição menos incômoda. Se eu ficar muito tempo por aqui, vou desenvolver um problema sério na coluna.

Minha barriga está roncando. Não pedirei, mas se aquele cara aparecer com alguma comida, aceitarei de bom grado. De repente, alguém abre a porta do pequeno cômodo de maneira abrupta e por ela entra um homem magro e muito alto. Mesmo estando com o rosto totalmente coberto, percebo imediatamente que não é a mesma pessoa que estava aqui antes.

Ele se aproxima e me olha de uma forma estranha. Engulo em seco.

– Levanta a bunda desse colchão – grita, parecendo extremamente irritado.

Tento me pôr de pé, mas o pavor misturado com a dor que sinto atrapalha bastante.

– Tá precisando de ajuda, putinha? Pode deixar comigo! – diz ao me erguer pelos cabelos. Ele os puxa com tanta força que sinto uma dor terrível na cabeça.

– Ai! Por favor, não! – imploro sem conseguir disfarçar o medo.

– Não adianta choramingar, Cabelo de Fogo. Ninguém vai vir te tirar daqui. Se você quiser, também pode gritar que ninguém vai conseguir te escutar. Agora somos só nós dois, mas já posso te garantir que a brincadeira está só começando.

Decido não esboçar reação. Não vai adiantar pedir para me soltar. Esses homens são bandidos terríveis e não sei do que são capazes. Na verdade, eu até sei.

– Não vai falar nada, Luísa? Não vai me perguntar o que vai acontecer com você agora? Hein? – Aperta meu queixo com força. Ele aproxima tanto seu rosto do meu que dá para sentir seu hálito desagradável de pinga.

– Do que vai adiantar eu perguntar? – digo, esforçando-me para não evidenciar a dor que estou sentindo.

– Na verdade, nada. – De repente, sinto um lado do meu rosto queimar. – O desgraçado me deu um tapa sem mais nem menos.

Não vou chorar! Não desta vez. Não posso parecer tão frágil, senão esse marginal vai tripudiar em cima de mim.

– Tira a roupa! – Seus olhos esbugalhados me fitam de maneira enigmática.

– Não! – Em nenhuma hipótese, farei isso. Deus me ajude!

– Como é? Eu tô mandando você tirar a roupa! – continua gritando exasperado, mas eu nada respondo. Mesmo tremendo, resolvo manter a mesma postura.

– Se tu não tirar a porra dessa roupa por bem, vai tirar por mal. De qual maneira tu prefere? – ameaça entredentes.

Num impulso desesperado, tento correr e grito até minha garganta arder.

– Socorro! Socorro! Fui sequestrada e um bandido está me agredindo. Socorro! Alguém me ajude! – De jeito nenhum vou facilitar as coisas para esse vagabundo.

Em fração de segundo, sou jogada de volta no colchão. Mesmo me debatendo, não consigo me livrar desse homem odioso. Rapidamente ele consegue me imobilizar de modo que seu corpo fica sobre o meu. Sinto asco e a vontade que tenho é de cuspir em sua cara imunda, mas preciso me conter; fazer isso só pioraria a minha situação.

Sou despida com brutalidade e, num piscar de olhos, me encontro vestida apenas com meu conjunto de lingerie preta. Sinto seus olhos esbugalhados explorarem meu corpo e suas mãos ásperas agarrarem meus seios com força. Dói muito! Grito e choro ao mesmo tempo; não posso acreditar no que está para acontecer.

Paixão em CativeiroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora