Eu Escolho a Eternidade - Parte Dois

En başından başla
                                    

— Com que idade ele parou de envelhecer?

— Quando fez trinta — me respondeu e continuou. — O gado ficou agitado, de uma hora para outra, e eu sabia o que aconteceria. Já havia encontrado a carcaça de, pelo menos, dez vacas naquela semana. Fui até a casa grande e peguei uma arcabuz. Eu iria matar a coisa que estava atacando a fazenda. Ao menos era o que eu pensava — ele balançou a cabeça. — Parti para o campo, com uma lamparina na mão e pronto para encher qualquer coisa de bala, até que o vi. Victor estava bebendo o sangue de uma das vacas. Mordia o seu pescoço enquanto o animal estava no chão. A princípio eu paralisei, não sabia o que fazer, até que ele me olhou e eu disparei.

— Nossa.

— Victor me disse que não tinha intensão de me machucar. Se eu tivesse, simplesmente, deixado ele ir embora nada teria acontecido comigo, mas eu disparei e as balas o acertaram. Por isso que eu lhe digo: atire e acerte. Errar é sua morte.

— Mas as suas balas não eram de prata.

— Não. Eram de chumbo — Sean me olhou novamente. — Victor perdeu a razão e veio para cima de mim. Eu o havia enfurecido. Eu tentei correr, mas ele era muito mais rápido do que eu e me alcançou. Me mordeu. Sugou meu sangue e no lugar, colocou o veneno.

— Mas ele não sabia como controlar, não é?

— Não. Ele nunca havia bebido o sangue de um humano antes. Eu fui o primeiro.

— Como é o veneno? É igual quando eu fui mordida ou tem algo diferente?

— Ácido — ele foi curto. — Queima tudo por dentro. Parece que te jogaram em um vulcão e sua pele quer desgrudar dos músculos e ossos. É horrível.

— É igual então — respondi e ele respirou fundo.

— Victor ficou desesperado, não sabia o que estava acontecendo comigo. Então teve a brilhante ideia de me dar seu sangue para eu beber.

— E a dor parou? — perguntei. Sean gargalhou.

— Aí é que a dor aumenta, minha senhora — os olhos azuis me olharam de uma forma que me passou medo. — Se torna insuportável. Pedimos a morte, mas é nesse momento que se encontra a graça. A morte nos leva, mas nos devolve — ele abaixou a cabeça. — Tudo muda e você renasce. O mundo continua o mesmo, mas você o vê de forma diferente — os olhos dele tornaram-se claros. — Você o vê em todos os seus detalhes. Em todo o seu esplendor. E já não há mais dor.

— Posso te pedir um favor? — perguntei e ele me encarou, ainda com os olhos claros. Voltando a sua cor azul gradativamente. Assentiu. — Segura a minha mão quando chegar a minha hora?

— Prometo que não solto até que esteja de volta — sorri para ele. Sean era um amigo e tanto. Eu tive sorte de tê-lo encontrado.

Era pouco mais das quatro da manhã quando cheguei em meu apartamento, mais exausta do que era de costume. Querendo ou não, Sean estava intensificando os treinos e cada vez eu tinha que me doar mais. Aquilo estava acabando comigo.

Tomei um banho rápido e me joguei na cama. Adormeci mais rápido do que eu esperava.

Sonhei que estava sentada em uma poltrona. Olhava, por uma enorme janela de vidro, uma tempestade que caia forte do lado de fora. Os pingos chocavam-se contra as águas revoltas de um mar e eu sabia que estava em alguma casa na praia. Era rustica, de madeira, e a lareira estalava com um fogo acolhedor. Era um ambiente gostoso de se estar.

Reparei que eu não estava vestida, apenas estava envolta em uma colcha vinho que me aquecia. Não entendi de imediato o porquê estava assim até que o vi. Victor veio da cozinha, completamente nu, e me entregou um copo de vidro. Havia sangue nele. Sorri agradecida e bebi todo o líquido antes que pudesse colocar o copo na mesinha, ao meu lado, e voltar a olhar para fora.

ImortalHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin