- Um Banquete Deslumbrante -

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As carruagens não paravam de chegar aos portões do Castelo da Corte. Naquele anoitecer, os cocheiros faziam os corcéis trotar pelas ruas da cidade atiçando a curiosidade dos plebeus e das crianças que apontavam seus dedos e corriam atrás dos veículos exuberantes. De fato essa noite estava destinada a ser uma noite muito especial.

Os cavaleiros e companhia caminhavam pela calçada das ruas e observavam a passagem das carruagens. Devin por diversas vezes contava em voz alta quantos daqueles veículos passaram desde que deixaram a estalagem. Provavelmente eles haviam de ser os únicos convidados a não irem por algum veículo luxuoso de tração.

Inicialmente, Eurene pensara que seu vestido carmesim chamaria muita atenção enquanto perambulasse pelas ruas em meio ao povo. Mas para a sua surpresa, ninguém a observava diretamente. Dessa forma, ela chegou à conclusão que as roupas que usava eram as mesmas de uma garota asmabeliana normal, suas roupas antigas é que não condiziam com o comum. Esse fato a trouxe certo conforto pois isso de certa forma a tornava diferente das outras.

Enquanto caminhava ao lado de Adilan, Talion alternava sua visão entre o caminho afrente e Eurene ao lado de Idarcio. Aos seus olhos, a garota estava mais bela do que jamais a tinha visto. Os longos cabelos encaracolados balançavam à cada passo que ela dava, e isso agradava muito os seus olhos. Não havia dúvidas de que aquela cor carmesim a havia lhe caído bem, perfeitamente bem.

A Praça dos Pássaros era a última travessia antes de chegarem na escadaria que dava acesso aos altos portões, e aquele lugar estava repleto de carruagens e nobres que caminhavam elegantemente em direção ao seu destino. Não havia outro acesso, dessa forma, os companheiros viram-se obrigados a andarem entre aquelas pessoas de roupas extravagantes.

Quando chegaram na entrada do castelo, viram que uma recepção de guardas certificava a identidade de cada um ali presente. Um oficial possuía um longo pergaminho em suas mãos e parecia conferir os nomes dos visitantes. Aparentemente, nenhum dos que estavam ali mostrou-se ser um impostor.

Nesse momento, Idarcio lembrou-se do que lhe ocorreu na última vez em que esteve naquele lugar. Ele parou seus passos e agachou diante de Filo no degrau. Desta vez, a ordem de ambos se separarem foi mais aceita pelo flito. Idarcio sugeriu que ele buscasse rodear o castelo para tentar entrar por alguma abertura livre de guardas ou longe dos olhos da rainha. Astuto como ele era, Filo não hesitou em virar para o lado e correr em outra direção.

— Nome. — o guarda solicitou.

— Adamor, Cavaleiro de Edaron.

O homem passou os olhos por toda a extensão da lista. Por um momento, Adamor estranhou a demora.

— Sim, seu nome está na lista. Quais desses o acompanham?

— Todos eles.

Não foi fácil precisar se a expressão do guarda significava algo negativo, mas isso não importava. Ele abriu espaço para o lado e os companheiros seguiram os passos do líder.

— Aquele guarda não foi com a nossa cara. — Adilan comentou.

— Não importa. A simpatia dele não nos será útil para nada.

Os olhos de Devin arregalaram-se ao ver a imensidão do Salão Real. O extenso tapete azulado estava repleto de visitantes que o percorriam até o final onde mais guardas os indicavam o caminho a seguir. Adilan buscava olhar para cada detalhe naquele lugar, jamais imaginou estar em um ambiente tão luxuoso e com tanta riqueza de detalhes. Quando eles chegaram próximo do altar do trono, guardas os indicaram o corredor de acesso à Casa das Canções.

A enorme porta daquele salão estava sendo grandemente vigiada por mais guardas que cumprimentavam os visitantes e abriam espaço para eles entrarem. Eurene percebeu que aquela área se tratava de um jardim devido as plantas e os chafarizes existentes pelas redondezas. Quando puseram os pés na entrada do salão, viram-se diante de um farfalhar de pessoas.

A Pretensão dos CavaleirosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora