capítulo 2 | Lucius Callahan

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— É o penúltimo andar! A porta tá aberta! —

Dionísia gritou lá de baixo, ela estava descendo as escadas para pegar mais caixas enquanto Stephan e eu estávamos subindo com a geladeira. Ela descia tão rápido que a observei receando que fosse cair a qualquer momento ao tropeçar nos próprios pés, mas não aconteceu nada disso.

OK! — gritamos juntos, subindo mais seis degraus antes de parar ao som dela saindo do prédio. A porta bateu meio segundo depois da sua saída e eu torci para que a mesma não retornasse carregando quatro daquelas caixas que são mais pesadas que seu próprio peso.

Stephan colocou a geladeira no chão e apareceu no meu campo de visão do lado direito, obrigando-me a também tirar as mãos e ficar com a postura ereta em meio a essa pausa desnecessária e estúpida. Fiquei com um ponto de interrogação na testa esperando-o se mancar.

— Por que caralhos você soltou? Ainda tem outros móveis para carregar e falta um lance de escada. —

Perguntei passando a mão pela cabeça e esfregando entre as sobrancelhas impaciente.

— Então agora você ajuda jovens indefesas? Ou melhor dizendo, jovens em mudança....—

Ele sorriu se apoiando no corrimão.

— Dá para pegar a merda da geladeira? Eu não quero perder a paciência como estamos perdendo o tempo que mal temos. —

Pedi. Ele sorriu ainda mais.

— E você está muito interessado nela, caralho muito interessado. —

Colocou a mão na boca para abafar a gargalhada.

— Você nunca se interessou por uma garota assim antes. — murmurou piscando os olhos amendoados. — Nem ajudou alguma ou foi tão...agradável. — um riso de diversão.

Puxei ele pela camisa e cerquei seu pescoço pressionando o corpo dele contra o corrimão duro o inclinando no ar deixando-o metade prestes a cair e metade com os pés no chão. Ele gemeu sem ar.

— Eu estou muito interessado em descobrir se alguém sobrevive rolando cinco lances de escada....—

Ele levantou os braços em forma de rendição e se livrou do meu aperto no seu pescoço massageando a região.

— Ok, ok, ok, não precisa se alterar. Porra cara eu sou seu melhor amigo porque razão me agredir sempre....—

Tossiu falsamente quatro vezes e respirou fundo.

— Porque se não você se esquece o tipo de melhor amigo que tem. — sorri sinicamente.

Ele se abaixou pegando novamente o lado dele da geladeira. Me abaixei fazendo o mesmo, tornando a subir o restante dos degraus com ele e entrando no apartamento de Dionísia.

A porta já estava aberta e a luz do meio dia já entrava no cômodo da sala em conjunto de uma cozinha através de uma janela de vidro mediana que ficava ao lado do prédio do bar. Um beco de distância de um prédio para o outro.

— Onde colocamos isso? —

Stephan perguntou recuando mais. Paramos com a geladeira no meio da sala espaçosa e mais ampla do que eu supus que seria.

Heart ProblemsWhere stories live. Discover now