Heart Problems

capítulo 55 | Lucius Callahan

Dionísia desenhou catorze peças para a coleção infantil da loja dela. Catorze tipos de roupas para bebês, sendo sete para meninas e sete para meninos, embora algumas fossem unisex. E todos os desenhos tinham ficado lindos. Em cada desenho ela parecia ter melhorado seu talento de desenhar. Eu descobri que ela tinha desenhado alguns outros no computador dela também, mas esses eu ainda não tinha visto.

— Ficaram incríveis, anjo — falo assim que me sento ao lado dela no sofá.

— Acha mesmo? — Pergunta, um olhar crítico pairando nas suas próprias criações.

— Não acho, tenho certeza. Ficarão ainda mais bonitos quando estiverem em suas mãos — Ela sorriu acanhada e eu circulei sua bochecha gentilmente com meu dedão.

— Stephan vai chegar daqui a pouco. Descanse enquanto isso, passou o dia desenhando sem pausa — a aconselhei. Agora que a coleção estava pronta sabia que ela conseguiria descansar por mais do que um minuto.

Acho que nunca vi alguém desenhar tão rápido na vida como vi Dionísia desenhando hoje desde que retornamos do bar e ela apanhou seu lápis e papel de volta. Ela ficou na mesma posição por horas durante todo o tempo em que eu estive preparando o almoço e descendo rapidamente algumas vezes para explicar alguma ao meu tio sobre algo novo do bar que envolvia bebidas novas e ele tinha imensa cautela por desconhecer, e cujas Stephan adorava o assustar falando que alguma dessas coisas podiam matar se preparadas indevidamente.

— É...estou com fome — ela concordou.

— Está com um cheiro muito bom, o que cozinhou? — Dionísia olhou da cozinha para meu rosto, seu estômago roncando fazendo tanto ela quanto eu prender uma risada.

— Frango grelhado e uma salada de legumes, precisa se alimentar bem — murmuro, brincando com alguma das mechas loiras espalhadas pelas suas costas.

— Obrigada — sorriu adorávelmente.

— Vou colocar para você — beijo a testa dela e levanto, caminhando de volta para a cozinha.

— Aqui — lhe entrego seu prato junto de um copo de água, pondo na mesa de centro, a ajudando a se sentar no chão em frente a mesa para que pudesse tentar comer sozinha pois sabia que ela não deixaria ninguém lhe ajudar a comer.

— Quer que eu guarde os desenhos na sua pasta para você? — pergunto.

— Sim, por favor — ela assente.

Recolhi todos os desenhos espalhados pelo sofá e pela mesinha de vidro os organizando por coleção como ela me mostrou, e os guardei dentro da pasta que ela tinha separado para essa coleção nova, sentando-me ao lado dela no tapete assim que tinha tudo arrumado.

— Você viu a filmagem? — Dionísia perguntou de repente, ao terminar de almoçar e de beber o copo de água.

— Não...— respondo, olhando para o teto. — Não acho que conseguiria — murmuro.

— Aquela caixa naquele dia no mercado, a encomenda, era a câmera. Sinto muito por não ter contado antes — Ela conta baixinho.

— Não tem que se desculpar por nada. A decisão era exclusivamente sua, por mais arriscada que tenha sido. Não adianta ficarmos lamentando nada disso agora — afasto as mechas do seu cabelo da frente do seu rosto, e retribuo seu olhar marejado.

— Apenas peço que me deixe tentar ajudar você se qualquer coisa ou pessoa no futuro a incomodar porque eu não vou suportar te ver em perigo, machucada e muito menos a perder por uma segunda vez. Nunca, nunca mais se esqueça que eu estou aqui para você — Implorei, ignorando as lágrimas que fugiram do meu controle. Não adianta. Ela é meu ponto de ruptura. Nunca conseguirei controlar minhas reações quando se trata dela. E eu amo isso.