capítulo 16 | Dionísia

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Daisy. Daisy.
Daisy. Daisy.

Era apenas nela que eu conseguia pensar desde o minuto que conheci pessoalmente as modelos que tinha contratado para fotograr as roupas para a minha loja. Desde o momento que as cumprimentei ao momento que acenei ao entardecer quando elas partiram em um táxi. Eu só conseguia pensar na minha prima que eu não via desde os meus dezessete anos, há mais de sete anos. Na saudade, nas lembranças, nas perguntas, em como estaria, tudo. Em como nunca tive mais ninguém desde que fui embora de casa, nenhum amigo ou amiga, nunca consegui fazer novas amizades e depois Dimitri também me fez focar apenas nele.

Eu subi de volta para o apartamento assim que o táxi com as modelos sumiu, subi as escadas e entrei no meu apartamento ansiosa, de imediato peguei o meu computador sentando no meio do colchão cruzando ambas pernas. Eu me lembrava que Daisy tinha um rede social na época da nossa adolescência, acho que uma onde postava fotos. Talvez ela ainda tivesse. Ela senpre gostou se fotografar as coisas, de registrar momentos e os compartilhar.

Cacei seu usuário antigo depois de obrigar a minha mente em se lembrar qual era pois eu não tinha a minha conta antiga na qual seguia ela. Eu digitei o user, várias Daisys apareceram mas não eram a minha prima, minha única amiga desde a infância. Eu cacei, digitando vários nomes e variações de Daisy, mas eu não a encontrei. Tentei instagram, facebook, Twitter, tentei antigos conhecidos de conhecidos, não encontrei nenhuma Daisy, nenhum perfil antigo, nem mesmo nenhuma menção nem com a nossa família, o que me fez estranhar, porque ela não aparecia nas fotos. Era como se ela tivesse desaparecido, que nem eu desapareci da família e de todos que eu conhecia.

— Daisy...onde você...onde nós fomos parar?— murmuro, começando a pensar se havia acontecido algo grave com ela. Ninguém da família me responderia, eu nem tentaria mandar mensagem. Seria perda de tempo e uma desculpa para ser xingada pelos mesmos.

Fechei meus olhos e respirei fundo tentando pensar em alguém, alguém que talvez pudesse me ajudar. Mas eu não tenho. Não tenho bsolutamente ninguém que pudesse encontrar minha prima ou algum indício do seu paradeiro.

Pensando mais e mais nessa mesma posição no sofá, eu me lembrei das universidades que Daisy dizia que tinha interesse e chances de ser aceita. Começo a pesquisar em todas essaa universidades e ligar um a uma, eu sabia que eles não iriam me dar o nome de uma estudante mas eu usei toda a minha lábia e prova de parentesco perguntando, e, implorando qualquer informação em cada uma delas por Daisy. As cinco primeiras não tinham, ou disseram que não tinham para se livrarem de mim. Na sexta eu nem fui atendida, tentei mais três vezes e nada, continei tentando ligar apesar disso. Em meio a fotos das universidade postadas por universitários em busca do rosto dela, caçando os longos cabelos loiros que poderiam ser classificados como brancos, os olhos azuis tão intensos  e nítidos que pareciam bolas de gude, aquela aparência de criança e de boneca polly pocket ao mesmo tempo que eu podia afirmar que não mudara quase nada.

— Boa noite, universidade F....—

Eu exclamei um alô de resposta agudo. A recepcionsita se assusta e eu peço algumas desculpas antes de confirmar que era a universidade, demorei alguns instantes para perguntar sobre uma aluna chamada Daisy que teria concluído o curso e talvez quem sabe cursado uma graduação. Demorei mais um tempo para convencer a recepcionista ao explicar toda a minha situação, estava sem esperanças e prestes a chorar quando ela disse algo que me encheu de esperanças.

— Ah, tivemos sim uma Daisy nos registros com esse sobrenome mas...—

— Mas??? — pergunto, coçando o cabelo de nervoso, empurrando o computador para fora do meu colo.

Heart ProblemsWhere stories live. Discover now