Heart Problems

capítulo 22 | Lucius Callahan

 

— Pronto, ranzina. —

Shane se afastou, falando em um tom de orgulho ao finalizar a tatuagem em minhas costas.

— Acho que foi uma das minhas melhores tatuagens. — suspirou, surpreso e alegre pelo resultado final.

— Tenho certeza. Posso levantar? — murmuro, minha bochecha e metade do rosto pressionada no meu braço contra o estofado.

— Espera. Deixei eu fotografar antes. Ei, Stephan, o que achouuu???? — eu ergui um pouco meu corpo, virando meu rosto para trás o máximo que pude, para ver a reação do ruivo mas não a encontrei.

— Ele dormiu —

Shane murmurou. E era verdade. Stephan estava sentado no banco, o corpo escorado no canto da parede, os olhos fechados e seus braços unidos entre as pernas, dormindo.

— Olá prima da Dionisía!!! —

Shane berrou batendo a porta de correr causando um barulho alto e forte. Stephan acorda em um pulo, desencostando da parede e olhando para a porta assustado entre um alto xingamento. Eu e Shane gargalhamos.

— Seus desgraçados — xingou de novo, esfregando olhos.

— Você que é um desgraçado por não apreciar a obra de arte que eu levei horas para fazer!!!! — Shane resmunga, se livrando das luvas descartáveis e as jogando na lixeira.

— Ah, acabou? —

O ruivo me olha e levanta, preguiçoso, anda até estar de frente para minhas costas. Eu apoio me rosto de volta no estofado e fecho olhos, deixando que Shane registre o desenho com seu celular.

— Ficou legal —

— Legal, ele diz — Shane resmunga. — Não ótimo, ou fantástico, ou fenomenal, ou talvez absurdamente incrível. — o tauador começa o seu drama, resmungando. — Isso porque se diz meu amigo, não, meu irmão. Isso porque tatuei todas as tatuagens no corpo dele e pus os piercings....—

— Seu tatuado dramáticooo como que é a Penélope te aguenta hein???? — escutei Stephan partindo para cima de Shane e os dois embolados um nos braços do outro em meio risadas, me deixando deitado feito um condenado.

— Posso levantar? — pergunto.

— Ficou incrível, Shane. O melhor, sabe disso, seu bebê chorão. — Stephan massagea o ego do careca tatuado, sabendo o quanto ele gostava de escutar elogios quando fazia algo do qual se esforçou muito para fazer.

— O tom de pele dele contrastou muito bem com o branco. Achei que ia ficar estranho mas combino. — avaliou um dos dois idiotas que chamo de melhores amigos.

— Posso me levantar caralho??? — falo mais alto, e mais impaciente.

— Pode, ranzinza. —

Shane bateu na minha perna e eu apoiei as mão no assento erguendo meu corpo e ficando de pé.

— Deixa eu ver — pego o celular das mãos de Shane e olho para desenho. Tinha ficado idêntico ao de Dionisía, claro que, com mais precisão e detalhes cujo a farinha não a permitiu fazer mas ainda sim, aqui estava um traço do meu anjo feito por ela, comigo para sempre, caso um dia ela não estivesse mais ao meu lado, caso tudo virasse um caos pior, eu teria parte dela comigo.