capítulo 62 | Lucius Callahan

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Dionísia estava dando mini pulinhos no meio do cômodo feito uma criança,  segurando uma das roupinhas da coleção de bebês que tinham sido entregues esta manhã. As caixas todas empilhadas dentro do estúdio depois dela verificar uma por uma, peça por peça. Nunca tinha visto ela tão focada como durante sua inspeção.

— Agora precisa de modelos — eu comento, olhando as roupinhas dentro da caixa.

— Eu estava pensando...— ela começa, mas logo para, coçando o canto da boca. E de imediato soube que ela estava ficando nervosa e ansiosa.

— Pensando em?

— Pensando em chamar a Domenique e a amiga dela, a Tatiana, para fotografar com os filhos dela, mas só se estiver tudo bem para você, sabe, depois de tudo que aconteceu...— ela me encara, esperando.

A ideia e a menção de Domenique aqui e consequentemente Joseph não me incomoda como pensei que incomodaria desde o hospital. Achei que demoraria para me sentir bem com esses possíveis reencontros inevitáveis, porém agora eu percebo que desde o instante que Domenique apareceu aqui no bar tudo tinha se resolvido dentro de mim, dentro de nós dois, mesmo sem termos conversado. Soava mais do que comum agora. Não me afeta em nada. E eu gosto disso.

— Claro, anjo, você quem sabe. Estou bem com isso — concordo, enrolando uma mecha do seu cabelo no meu indicador.

— De verdade?

— Sim. Desde que ela apareceu tudo se resolveu dentro de mim. Eu e ela conversamos no hospital também. Está tudo resolvido. É passado agora — concordei.

— Vou pedir para Daisy falar com ela e Tatiana — ela decide animada, fechando a caixa.

— Vou voltar para o bar. Mais tarde vai para lá, não é? Quero te desenhar hoje — minha pergunta e menção ao desenho torna seu olhar de empolgado para acanhado e tentador.

— Sim...estarei lá — morde o lábio inferior ao dizer, sorrindo tímida, nada parecia com a Dionísia que ficou de joelhos entre as minhas pernas e usou essa boca para me dar o melhor boquete da minha vida.

— Então até lá, qualquer coisa me manda mensagem — respiro fundo para resistir a vontade de fazer mais do que beijar a sua testa, e me viro caminhando para fora do cômodo que era seu estúdio.

— Até lá, ranzinza — escutei sua voz baixinha e calma, e sorri conforme me afastava do cômodo, afagava o topo da cabeça de Luna dormindo no tapete e saía do seu apartamento retornando para o bar onde meu tio enchia canecas de cerveja.

Marcus tinha chegado no bar quando eu estava lá fora ajudando Dionísia e os entregadores com a remessa enorme para a loja dela. Ele tinha um sorrisinho quase irritante no rosto, eu não sabia se era para me provocar ou se era porque o halloween e o dia anterior que passou com Flora foram absurdamente bons. Acho que a segunda opção vencia. Mas ainda tinha minhas dúvidas.

— Que foi? — Pergunto, pondo as canecas na bandeja e levando para os clientes. Ao voltar ele está apontando para meu dedo.

— O que um anel de namoro está fazendo onde um de noivado fica? — perguntou sorrindo ainda mais, e soube que o sorriso tinha o intuito de me perturbar, da mesma forma que Stephan e Shane fariam quando esse detalhe fosse percebido.

— Está deixando claro que um dia casaremos e não preciso do pedido — respondo com um sorriso arrogante.

— Olha só pra você, já planejando em como arrastar a garota para o altar — Dá risada, abrindo a tampa da garrafa de água dele que ainda não tinha se quebrado desde que a comprou. Era surpreendente. E eu sentia orgulho dele por isso porque ele continuar se hidratando de água de verdade era uma vitória vindo de Marcus Callahan.

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