27 | It'll be fine

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[ Narrador ]

Cameron finalmente ganhou coragem para contar a Blaze o sucedido.

A reação não podia ter sido a pior.

Blaze paralisou, a névoa tinha desaparecido e ela estava envolta na escuridão angustiante, não via mais nada, apenas o corpo do Nash em uma maca em seus pensamentos, era demasiado para que ela pudesse aguentar, ele simplesmente não o podia ter feito, ele não a podia deixar, porque ele levara metade dela com ele, ela precisava dessa metade. Ela precisava de Nash, era simples assim.

Ela derrubou tudo á sua frente, nem o pequeno vaso afloreado ao canto teve escapatória, tudo estava em cacos, e o moreno observava tudo quietamente, ele sabia que não deveria inteferir, ela deveria libertar tudo o que guardava á semanas, a raiva, a angústia, todos os malditos sentimentos que aquele rapaz de olhos azuis havia provocado nela, ela nem ao menos os sabia defenir.

Foi rápido demais, quando abrira os olhos ela e Cameron já estavam na pequena sala de espera, as revistas em cima da mesa continuavam as mesmas, as celebridades nas capas delas continuavam com a mesma pose, as cadeiras acizentadas continuavam ligeiramente escorregadias, a sala continuava extremamente limpa, e o mesmo senhor viera falar com ele.

" Cameron Dallas, e..? "

" Blaze Brinley. " - respondeu a sua voz melodiosamente feminina, mas infelizmente o seu aspeto estava uma lástima, olheiras profundas, olhos inchados e avermelhados e maquilhagem borrada, Cameron também não a podia criticar, ele estava tão o pior que ela, a diferença que no seu caso era interiormente.

" Muito bem, sigam-me." - falou o senhor começando a andar por um longo corredor.

Blaze e Cameron seguiram-no angustiadamente, as paredes escorregadias e escuras do corredor tornavam tudo ainda mais proprício a uma desgraça.

"Bem, o quadro dele já está estável" - ouviram-se suspiros aliviados detrás do médico - "Mas ele ainda não acordou, não saberemos quando acordará, pode levar dias, semanas, meses e quem sabe, anos. "

O senhor de bata branca parou em frente de uma porta de madeira clara, em ela uma pequena placa de metal que sinalizava o número do quarto. Deixou-os aos dois em frente da porta, era ali. Era ali que ele estaria ligado a máquinas com ruídos irritantes, a tubinhos que o alimentavam, a uma cama rídicula de hospital. Era ali que ele não devia estar.

"Entra tu primeiro, eu espero aqui." - falou o moreno encostando-se á parede.

Ela nem ao menos reclamou, apenas abriu a porta com um longo suspiro, ela não o queria ver assim, vulnerável, isso simplesmente não era o Nash Grier que ela conhecera.

A primeira imagem que viu foi o seu corpo ali deitado, ela observava-o desde a porta. Ele estava sem mexer um músculo na cama com cobertores esbranquiçados, a pele leitosa ainda mais clara, faxas brancas á volta dos seus pulsos, ligado a máquinas que mediam a sua pulsação e um pequeno tubo ligado a um saco de soro á direita. Tinha medo de se aproximar e ver o seu rosto, ele estaria pior que o seu corpo.

Em passos trêmulos aproximou-se e pôde finalmente observar o seu rosto.

O seu rosto estava pálido, viam-se pequenos hematomas pelo rosto, os lábios cheios e avermelhados estavam agora em um azul deprimente, provavelmente já não teriam aquele sabor de entre uma mistura de menta e cigarros que ela tanto amava, os olhos estavam fechados, o azul vibrante tinha sido apagado.

A sua mão correu pela sua bochecha com um pequeno hematoma, ela conseguia sentir o quão a sua pele estava fria, mas ela continuava macia e sedosa como sempre fora.

✖ My Demon ✖Where stories live. Discover now