Cap. 24

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Mark estava vestindo um terno preto com uma blusa social branca, Elizabeth devia ter ficado tanto na cabeça dele para deixar a jaqueta de couro ou o moletom de lado que ele finalmente cedeu, e ficou lindo.

Ele abriu a porta do carro para mim, murmurei um "obrigada" entrando no veiculo, após entrar no banco do passageiro ele me olhou de baixo a cima sentada no banco.

- Você está linda. - sua voz saiu em um sussurro rouco, como se estivesse com vergonha, então ele se ajeitou no banco, retomando sua postura e seu sorriso de canto - Obrigado por aceitar meu convite, vai ser um jantar horrível, você sabe né?!

- Vamos nos divertir, não gastei maquiagem e meu tempo precioso para um jantar horrível. - falei pegando o iPod que estava no porta copos no meio dos dois bancos, dando uma olhada na lista de musicas - Declaro que não vai ser tão horrível assim!

O rapaz começou a andar com o carro, sorrindo.

- Vai ser mais que horrível!

Revirei os olhos para ele, colocando "Do I Wanna Know?" dos Arctic Monkeys, o solo de guitarra começou a soar pelas caixas de som.

- Ótimo jeito de se preparar para esse jantar! - Mark falou aumentando o volume - Cada dia me surpreende mais, Justine.

♡♡♡

Passamos o caminho inteiro em silencio ouvindo as musicas do iPod, não queríamos estragar nosso momento com palavra alguma. A casa dos pais dele era um pouco longe da cidade, nos proporcionando umas paisagens diferentes que estávamos acostumados. Mark só ousou falar quando passamos por portões entrando na propriedade.

- Chegamos, - uma mansão enorme se revelou para nós, me segurei o máximo possível para não expressar alguma reação - não se engane, é maior ainda por dentro.

Concordei, sentindo a ansiedade começar a se instalar em minha barriga em forma de gelo, me ajeitei no banco tentando me acalmar. Mark percebeu a minha movimentação, colocando uma das mãos em minha coxa, aquele toque fez um arrepio subir pela minha espinha.

- Ei, - o olhei nos olhos, havia gentileza neles - vai dar tudo certo, vou estar com você o tempo todo, são só pessoas ricas e tediosas, nada com o que você não está acostumada, certo?!

Não estou nada acostumada com pessoas assim, Mark!

- Certo, - sorri sem jeito - obrigada.

Ele me lançou um sorriso, estacionando seu Falcon F7 em uma vaga muito distante dos outros carros chiques.

- Vamos?

♡♡♡

- Que bom que veio, Vic! - Elizabeth exclamou ao passarmos pela porta de entrada - Está linda!

- Muito obrigada, você também está maravilhosa!

A morena usava um vestido longo verde claro, que realçava muito bem seus olhos, já seus cabelos estavam amarrados em um coque no alto, a deixando com um ar de formalidade.

- Se sinta em casa, querida. Mark a apresente para todos.

O rapaz do meu lado ousou protestar, mas o detive segurando em sua mão e lançando meu sorriso mais gentil e simpático que pude para a mulher, que lançou um olhar cortante para Mark.

- Obrigada, ele vai me apresentar sim.

Ela passou as mãos em minhas costas em um gesto carinhoso, se afastando para cumprimentar outras pessoas.

- Ela sabe que tem gente aqui que não gosto nenhum pouco.

O abracei, a aproximação repentina o assustou, deixando seus ombros rígidos.

- Olha, sei que não queria estar aqui, - comecei a falar baixo perto do seu ouvido, o rapaz respondeu meu abraço passando a mãos em meus cabelos - mas por favor, não vai te matar se tentar ser simpático com seus pais e os convidados deles por uma noite, vai?

Ele bufou, me abraçando um pouco mais forte, sua respiração acariciou minha pele, me fazendo arrepiar.

- Você não existe... - suspirou, nos afastamos - vou tentar.

-  Obrigada, - me endireitei, retomando minha postura - então me apresente.

♡♡♡

- Natasha, tudo bom?

Mark já havia me apresentado para os amigos do seu pai, agora chamava atenção de uma morena com cabelos cacheados que usava um vestido florido e tinha um sorriso tão branco que entrava em contraste com sua cor de pele maravilhosa.

- Mark! - ela sorriu ao ver o moreno, o abraçando - Quanto tempo, rapaz! Por onde andou?

- Abri uma boate no centro da cidade, muito trabalho. - Mark falou sorrindo, logo se afastando do abraço - Essa é Victoria Justine, - a morena focou sua total atenção em mim - minha...

Ele me lançou um olhar, me perguntando silenciosamente o que somos e, para a minha surpresa, nem eu sabia ao certo.

- É complicado.

Falamos ao mesmo tempo, tirando um sorriso lindo da cacheada, que me abraçou carinhosamente, usava um perfume doce maravilhoso.

- Sei bem como é complicado! Muito prazer, Natasha Degas.

A abracei de volta.

- O prazer é todo meu!

Nos endireitamos, o sorriso ainda persistia em seus lábios.

- Conheço Mark desde pequeno, ele que me apresentou para meu noivo, você acredita?!

- Nunca pensei que era um cupido.

Falei sorrindo para o moreno, que sorriu de volta para mim, passando as mãos em seus cabelos desajeitado.

Natasha levantou o braço, chamando a atenção de um mordomo que passava por ali com uma bandeja em mãos cheia de taças com champanhe. Era alto, com mais ou menos 45 anos, seu cabelo muito bem cortado, e com olhos castanhos escuros. A expressão de Mark se fechou ao vê-lo se aproximar da gente.

Quando uma moça de vestido longo se esbarrou no mordomo que se desajeitou derrubando a bandeja, molhando eu e Mark com o conteúdo das taças, um som estridente ecoou no cômodo, eram as taças se chocando no chão, virando milhares de pedaços.

Todos focaram suas atenções em nós. O cheiro de álcool estava por toda parte. Passei as mãos em meu vestido tentando limpa-lo, sem resultado.

- Mil desculpas, senhor Briggs. - o mordomo falou com vergonha sincera estampada nos olhos - Eu vou contatar as arrumadeiras.

- Imediatamente!

Mark falou o fuzilando com os olhos azuis, segurei sua mão:

- Ele já pediu desculpa, foi um acidente, não precisa tratar el...

Comecei a falar tentando acalma-lo, o rapaz me cortou, ainda com raiva.

- Não foi acidente! - seus olhos caíram sobe mim, com o vestido todo molhado, com um olhar de desaprovação,  sua expressão se suavizou - Desculpa... - ele murmurou - Venha, vamos ver o que podemos fazer com esse vestido.

Onde eu fui me meter?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora