Onde eu fui me meter?

Cap. 13

Não demorou muito para encontrar Mark na varanda do salão, sentado na sacada, com as pernas balançando do outro lado, tomando Whisky, abri a porta rápido, me assustando com aquela cena. Meu coração disparou.

- Mark! Você não precisa fazer isso! - falei andando devagar para mais perto - Venha para cá!

O moreno gargalhou, se virando para mim, seus olhos azuis estavam mais claros que antes, me olhando intensamente, Mark tem o péssimo costume de me olhar assim.

- Victoria né? - concordei com a cabeça, arqueando as sobrancelhas, confusa - Eu não vou pular não!

Suspirei aliviada, mas minhas bochechas queimaram, que mico, Mia! Parabéns!

Andei para mais perto, ele esticou uma das mãos para me ajudar a me sentar, logo, estava sentada ao seu lado na sacada, descalça, meu salto descansava no chão da varanda, enquanto meu vestido branco dançava com a brisa leve.

- Desculpa pela cena na mesa.

Ele murmurou, dando um gole em seu Whisky, haviam anéis em seus dedos, o moreno olhava para a cidade, os raios de sol batiam nos vidros dos prédios, em uma cena linda.

- Tudo bem, - não sabia o que falar, não podia errar com ele - pais são assim mesmo.

O rapaz deu de ombros, dando um outro gole, acabando com o liquido do copo, me fitando.

- E esse anel?

Ele pegou minha mão com delicadeza, olhando aquele delicado anel com uma rubi em meu dedo indicador.

- Uma pessoa importante me deu, - pensei em Matteo, mal o conheci e ele já ocupa um grande espaço em meu coração - então peguei sentimento.

Mark levou minha mão até sua boca, depositando um beijo, seus lábios macios tocaram minha pele, fazendo minhas bochechas corarem imediatamente. Seus olhos azuis me fitavam.

- É bom ter pessoas importantes por perto.

Concordei com a cabeça, desviando meu olhar para a cidade lá embaixo, a brisa estava começando a ficar fria, mesmo com o sol, eram umas 16:30.

- Mark, Vic? - a voz doce de Elizabeth nos chamou, nos viramos para olhá-la - Vai começar o leilão, venham.

Mark olhou para mim, revirando os olhos, murmurando um "que tédio" pulando para a sacada, me ajudando a levantar.

♡♡♡

- Agora a última obra, "o conde" do Daniel Delacruz. - um homem de terno alto nos mostrava as obras no palco.

Era um quadro com moldura dourada, com uma pintura com tons marrons e cinzas, de um homem sentado em uma cadeira.

Começaram as ofertas, cada um gritando valores, uns mais altos que outros.

- Não entendo esses caras. - Mark sussurrou para mim - Não pagaria 10 dólares por essa obra... já meus pais, - olhamos de canto para o casal que estava prestando atenção nos lances - pagariam milhões só para mostrar o quão "bondosos" são!

Lancei um sorriso para o moreno, dando um gole no meu vinho, ele forçou uma careta de raiva, que me fez ter um ataque de risada, quase cuspindo o líquido na mesa.

♡♡♡

Ao acabar o leilão, o salão começou a se esvaziar rapidamente, ficamos esperando a maioria para sair.

- Não deu nenhum lance, Vic.

Antony me olhava acabando com seu vinho.

- Não, - falei com um sorriso nos lábios - fiquei mais interessada a assistir do que participar.

- Ela é das minhas!

O moreno do meu lado entrou na conversa, lancei um olhar para ele, o agradecendo mentalmente, não iria conseguir continuar uma conversa com aquele homem.

Antony concordou, se levantando, dando a mão para Elizabeth, a morena deu um sorriso gentil, se levantando com a mão dada.

Eu e Mark nos levantamos juntos a eles, andando lado a lado para o elevador. Os dois na frente conversavam baixo, enquanto eu olhava ao redor, guardando aquele salão maravilhoso em minha mente, nunca mais estaria ali novamente. Não demorou para o elevador se abrir, entramos todos juntos.

Lá fora um homem mais velho com os cabelos grisalhos me esperava com uma Mercedes preta.

- Tchau Elizabeth e Antony, muito obrigada!

Os dois deram um sorriso. Me virei para Mark, que me olhava intensamente, seus olhos estavam mais escuros.

- Mark, - falei, lançando um sorriso para o moreno - foi um prazer. Me diverti muito.

- Eu também, obrigado.