Onde eu fui me meter?

Cap. 45

Já era noite quando Matteo e Hilary foram embora, já estava de banho tomado, de pijama na cama do meu quarto, que saudade que estava desses lençóis de seda macios, para parar de pensar em Mark (já que tinha decidido que iria sumir da vida dele após chegar em casa) e como não descobri nada muito empolgante nessa viagem para contar para Flynn, comecei a pesquisar no meu notebook sobre Gregory Briggs, ele realmente parecia ter algo por baixo dos panos.

 "Acho que Gregory sabe o que está por trás da boate do Mark, se eu fosse você, tentaria fazer amizade com ele." Ouvi a voz de Flynn no meu ouvido, me dando mais motivação para ir atrás. 

Coloquei seu nome da barra de pesquisa do Google e apareceu muitas matérias dos jornais:

"Gregogy Briggs funda a Fármaco"

"Fármaco, nova empresa no rumo farmacêutico"

"Fármaco tem frotas de aviões para transporte de remédios"

Não, não. Deve haver mais coisas por trás da Fármaco. Comecei a ir mais fundo, sempre tem algo por trás no rumo farmacêutico. Busquei em minha memória algo que Gregory falou de suspeito, quando conheci ele no bar do navio ele falou algo sobre Vírus... "A indústria farmacêutica vai pagar uma grana para a gente, vai nos render uns 5 novos biomédicos para fazer mais vírus novos."

- Vírus novos?

Murmurei, intacta na cama, pode ser muito mais  profundo do que eu imaginava, logo liguei meu VPN, não queria ninguém  de olho no que estava pesquisando. Também sabia que Gregory havia colocado drogas na boate de Mark, então ele realmente tinha biomédicos fabricando o que ele bem quisesse, drogas, vírus, mas por quê? 

Tentei achar alguma polemica envolvendo a Fármaco, mas parecia que estava tudo limpo, como se fosse realmente uma empresa boa que transporta remédios para a indústria farmacêutica. 

Tudo muito limpo, exceto por um suposto jornalista que havia invadido a empresa e postado notícias que Gregory alegou sendo "falsas", as notícias foram apagadas o jornalista processado, mas jornalistas nem sempre se deixam por vencidos. 

Achei seu nome e mais algumas pesquisas me deram seu número. Meu Deus, se tudo der errado na minha vida vou trabalhar para a FBI.

Não pensei duas vezes, nem olhei para o relógio para saber se era tarde da noite para ligar para um estranho, porque certamente era. 

Alguns toques e o telefone foi atendido. Ouvi uma voz um pouco mais fina do que esperava:

- Alô? Quem fala? Se for cobrança novamente eu vou...

- Boa noite. - o interrompi - Estou falando com o Jeremias?

O homem do outro lado da linha ficou uns 15 segundos calado, então retomou a falar:

- Depende de quem esta falando. 

Senti sua ansiedade pelo telefone, retornei a falar, tinha que conseguir sua confiança.

- Sou Helena, - falei um nome qualquer, não queria meu verdadeiro nome envolvido nisso - sou do jornal... - olhei pelo notebook procurando qualquer nome que possa usar - Astro News. Desculpa ligar assim tarde. 

- O que você quer? 

- Vi que o senhor descobriu notícias sobre uma empresa do ramo farmacêutico, mas censuraram tudo o que você postou, nós da Astro News estamos dispostos a te ouvir. 

- Não seria tão inteligente da parte de vocês, querida. - fiquei com nojo de como o querida saiu pela sua boca - O filho da puta acabou com a minha vida depois que tentei deixar a verdade clara. 

- Com todo respeito, senhor Jeremias, - falei tentando não parecer tão grossa - nós que decidimos o que é e o que não é inteligente para nosso jornal. Pelo que vi ninguém quis te ouvir até o momento, acho que seria inteligente da sua parte acatar essa oportunidade. 

Ouvi uma risada abafada na linha, ele se remexeu, voltei a ouvir sua voz:

- Gostei de você, fazia tempo que não falava com um jornalista de verdade para variar. Não tenho muito tempo, amanhã as três da tarde no café Santa Mônica, acho melhor você não atrasar. 

Ouvi o telefone sendo desligado. Já sei que posso ser jornalista também se nada der certo. 

♡︎♡︎♡︎

No dia seguinte acordei já preparada encontrar a verdade, procurei algumas roupas que parecessem que eu era realmente uma jornalista, achando a roupa perfeita.

Então, sai de casa depressa, sorte que hoje Matteo e Hillary não estavam por lá, hoje era dia de mercado e Hillary sempre levava nosso amigo como companhia.

Pontualmente as 3 da tarde cheguei no café Santa Monica, parei minha BMW i8 na frente do café, entrei, logo achando Jeremias em uma mesa a um canto do café.

Me sentei na cadeira em sua frente.

Era um homem de mais de 40 anos, seus cabelos estavam começando a ficar grisalhos e suas olheiras fundas embaixo dos olhos deixava evidente seu cansaço físico e emocional.

- Boa tarde, Jeremias.

- Não sabia que o ramo jornalístico estava dando tanto lucro assim, - ele falou apontando para meu carro estacionado - Parabéns, Helena. Subestimei o jornalzinho que você trabalha.

Revirei os olhos, a garçonete chegou em nossa mesa para pegar nossos pedidos, pedi um capuccino para mim e Jeremias somente pediu um chá verde.

- Então, sobre a Fármaco...

Puxei o assunto quando a garçonete se afastou, era sobre isso que queria ouvir, nada mais.

- Ah, sim. A família Briggs está por trás de aparentemente de tudo, com a Elizabeth na advocacia, Antony no governo, Abraham na medicina... Eles conseguiram construir o próprio império. E claro, Gregory não seria diferente.

" A Fármaco trabalha junto com a indústria farmacêutica como todos já sabem, mas não faz um trabalho "tradicional", vamos falar assim. Muito pelo contrário, o trabalho deles é cruel, brincam com a saúde das pessoas como uma criança brinca com boneca, eles soltam vírus por lugares só para as pessoas ficarem doentes e comprarem mais remédios, assim a indústria farmacêutica lucra."

Como Gregory tem coragem de fazer isso? Me remexi na cadeira, me ajeitando.

Jeremias começou a explicar com detalhes tudo o que descobriu, me fazendo ficar cada vez mais desconfortável.

- Agora você já sabe tudo, façam o que quiserem com as informações, só não envolvam o meu nome. Não quero mais estar envolvido nessa merda toda.

Concordei, jogando umas notas na mesa, me levantando, não estava mais aguentando ficar aqui dentro.

- Muito obrigada por nos confiar essas informações, faremos o possível para colocá-las as claras.

E foi assim que descobri tudo.