Cap. 5

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Flynn Howard me colocou sentada em uma poltrona de couro, estávamos em uma sala sofisticada, muito diferente da boate em si.

Havia uma mesa de madeira escura e em frente um sofá com as poltronas de couro, onde eu estou.

- Whisky?

- Ah, sim, por favor.

O homem me entregou um copo de cristal baixo, com uma dose boa da bebida, logo, sentando na outra poltrona, a minha frente.

Não conseguia ler sua expressão, novamente me sentindo deslocada. Flynn me olhava silenciosamente,

- Então, - suspirei - sobre meu trabalho?

Perguntei, tentando fazê-lo parar de me olhar daquele jeito.

- Claro, se você aceitar eu já vou pagar seu salário assim que amanhecer.

Meu coração disparou, vou conseguir pagar meu aluguel fácil assim? Meus pensamentos logo foram para a cacheada e as acusações de seu pai "comércio ilegal", "orgias".

Me ajeitei na poltrona, cruzando minhas pernas, os olhos de mel caíram sobre elas, Flynn me lançou um sorriso de canto, continuando:

- Preciso que você me deixe usar seu lindo corpo sexualmente como eu quiser...

O que?!

- Como? - o olhei sem entender, tentando não deixar claro meu desconforto - Quer me contratar como stripper, sr.Howard?!

O loiro deu uma risada, tomando seu whisky em um gole só, se levantando, andando até minha frente, pegando meu copo que mal havia reparado, mas já estava vazio, deixando-o descansar em sua mesa, me puxando para mais perto.

Uma das suas mãos foi para minha cintura, a outra segurou a minha, nossos corpos estavam tão perto, meu peito coberto somente pelo sutiã roçava no seu. Dava para ter uma ideia do que havia por baixo daquele terno e blusa social branca, um peitoral e abdômen muito bem definido. Ele começou a me conduzir, me girando entorno da sala.

- Não, Mia. - sua voz sussurrava perto do meu ouvido, me fazendo arrepiar por inteiro, seu hálito com cheiro de álcool me vez alucinar - Não iria te fazer passar por isso, você não faz o tipo de tirar a roupa e se exibir, muito pelo contrário.

Me segurei pra não suspirar com seu toque constante e sua boca tão perto do meu ouvido.

- Então qual vai ser o meu trabalho?

Ele parou subitamente, olhando diretamente em meus olhos, sua expressão mudou para algo que eu não entendi muito bem.

- O status da Infinity Night não é muito bom, pelo que você percebeu com a confusão que teve essa noite.

Concordei com a cabeça, olhando para meus pés, minhas bochechas já estavam avermelhadas com a falta de espaço entre nós.

- Tem uma outra boate, à umas seis quadras daqui, a "Briggs" - ele revirou os olhos quando pronunciou aquele nome - Fundada pelo Mark Briggs, o sujeito conseguiu deixar o status daquela casa noturna muito limpa! Tão limpa que até parece um local familiar! Chego até pensar que existe algo ilegal por trás!

Suspirei, criando coragem para começar a falar.

- Me desculpa perguntar, mas tenho que ter certeza...

- Não são verdades. - ele me interrompeu - Os boatos sobre a minha IN, são falsos, claro que há muitos atos sexuais aqui, as pessoas veem para serem felizes, mas não há nada ilegal ou prejudicial para meus clientes.

Concordei, me perguntando onde eu entro nessa história.

Flynn passou as mãos em minhas costas, deixando-as descansar em minha cintura, suas mãos eram grandes e pesadas, mas, eram macias, pensei nas mulheres que gritaram de prazer em suas mãos, minhas bochechas queimaram e eu me amaldiçoei pelo pensamento impróprio.

- Bom, seu trabalho vai ser bajular o Briggs e entrar em sua vida para saber mais sobre. Se conseguir até filma-lo em algum ato classificado como vulgar.

- Mas... e se eu não conseguir?

Flynn soltou uma risada abafada, levando seu dedo ao meu queixo, me forçando a olhá-lo nos olhos, aqueles olhos magníficos cor de mel.

- Eu te conheço Mia, não mudou muito desde o ensino médio, você é meiga, inocente, ingênua, com uma pitada de safadeza - ele falando aquelas coisas sobre mim, fez com que minhas bochechas queimassem - viu só! - ele riu - Você é perfeita para acabar com o Briggs.

Ele me soltou, agora andando até sua mesa, colocando mais whisky em seu copo.

- Aceita o emprego?

Engoli em seco, onde eu vou me meter? Quando comecei a tentar construir uma resposta negativa a pergunta, me lembrei do dinheiro, como eu preciso dele...

- Aceito. - a palavra foi expulsa da minha boca - Eu aceito.

Flynn me lançou um sorriso vitorioso.

- Sabia que podia contar com você, Mia. Aqui, - ele abriu uma das gavetas da mesa, me entregando uma caixa retangular com o símbolo da Apple - esse vai ser o nosso meio de comunicação, - peguei a caixa com cuidado, como se o celular ali dentro fosse de cristal - logo começarei a te mandar instruções.

Concordei com a cabeça, me perguntando onde iria enfiar aquele celular para ir embora. Talvez Laila não poderia saber sobre meu novo trabalho.

Onde eu fui me meter?Où les histoires vivent. Découvrez maintenant