"Mas eis a hora de partir: eu para morte, vós
para a vida. Quem de nós segue o melhor
rumo ninguém o sabe, exceto os deuses."
Sócrates.Nicolas estava em um sono profundo, até começar a sentir uma dor águda em seu corpo por ter dormido no chão. Decidiu então abrir os olhos, e foi quando vislumbrou os cabelos de Margot próximo ao seu rosto, expelindo um cheiro intenso de camomila. Ela estava aconchegada em seu peito, tomada por um sono profundo. — Ótimo, pelo menos a nervosinha não passou a noite inteira com a cabeça no chão frio e duro. — Nicolas pensou, em ironia. Ao mesmo tempo sentiu vontade de rir, pois depois de tanta marra e orgulho presenciados naquela mulher ontem a noite, não serviram de nada ao visualizar sua imagem tão complacente, acolhida ao seu corpo agora pela manhã.
O homem, com a cabeça doendo, começou a chacoalhar o pequeno corpo de Margot, para que pudesse levantar-se. A garota, depois de muito resmungar, levantou apressadamente quando reparou aonde estava deitada. A sua postura destemida voltou à tona, mostrando o mesmo desdém de horas atrás. — Nem parece a mesma menina que estava aconchegada em meus braços há alguns minutos. — Nicolas pensou.
— Dormiu bem? — Nicolas questionou, com sarcasmo.
— Não, você ronca demais. — Margot mentiu, tentando causar desconforto no professor.
Nicolas pegou o celular em seu bolso, e visualizou o horário. Seis da manhã. Seu pai já deveria estar chegando, e enfim ele estaria livre daquele pesadelo chamado Margot Franco.
Um breve silêncio se fez, até um barulho de passos no banheiro ressoar pelo local, e ao olhar para expressão no rosto da garota ao seu lado, Nicolas pode ver o que mais parecia ser uma expressão de horror do que alívio.
— Relaxa, é o meu...
Antes que pudesse terminar a frase, Margot colocou a mão em sua boca, na tentativa de faze-lo ficar quieto, porém, Nicolas logo afastou sua mão para longe, confuso com essa atitude.
— Você é louca? — O rapaz gritou.
— Fica quieto. — Margot sussurrou.
— Ficar quieto? É a nossa chance de sair daqui! — Nicolas disse, com a voz exasperada.
Os dois concentraram sua atenção na porta assim que ouviram uma chave ser inserida na fechadura, e segundos após, a maçaneta girando sorrateiramente. Ao ser aberta vagarosamente, a porta rangeu. Margot apertou o braço do rapaz ao seu lado, como se fosse arrancar sua carne com as unhas. Assim que a imagem de um senhor grisalho apareceu, com roupas cinzas e um sorriso espontâneo, a paz tomou conta do ambiente, e fez com que a jovem ficasse mais tranquila.
— Filho? — O senhor questionou, olhando para Nicolas.
— Que bom que chegou, pai. — Nicolas disse, abraçando o senhor. — Essa é a Margot.
O senhor olhou rapidamente para garota acanhada em sua frente, e logo desviou o olhar para Nicolas novamente, com o cenho franzido.
— Já disse que é um problema ficar saindo com as meninas da univerdade, Nick. — Advertiu seu pai.
— Não meu senhor, ele não está saindo comigo. — Margot protestou. — Eu ainda estou com todos meus neurônios no lugar para dar bola para o seu filho, com todo respeito.
— Fico feliz, minha jovem. Prazer, Harris Owen. — O velho sorriu.
— Sou Margot Franco. — Margot esticou os braços para Harris, que logo apertou a sua mão, e balançou sultimente. — Bom, eu já vou indo, mas em todo caso, foi um prazer em te conhecer, senhor Harris. Ah! E Nicolas, foi um total desprazer te conhecer.
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A Morte Te Segue
Mystère / ThrillerNa Universidade do Colorado em Boulder, após o caos ser orquestrado, há paz. Após uma semana intensa de provas, há férias. Após um semestre de recuperação, há festas de fim de ano. Porém, ninguém esperava que os tão esperados jogos universitários se...