Anastasia tem 24 anos e está há dois anos de seu sonhado diploma de Medicina, que vai ser conquistado com bastante olheiras e muitas noites mal dormidas. Seus cabelos ruivos entregam a sua descendência russa, e sua postura lhe entrega como bailarina...
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Eu e Tom nos despedimos de sua família, e seguimos para o carro. Eu resolvi não dispensar a carona de Tom, pegar uber numa sexta a noite pode ser muito perigoso.
O caminho foi quase silencioso se não fosse pela música baixa que tocava, e pelos pigarros de Tom como se quisesse puxar algum assunto, mas não sabia como.
Em poucos minutos ele estacionou na frente do meu prédio. Eu respirei fundo, e tirei o cinto de segurança.
— Olha, Thomas. Eu te agradeço pela carona. — sorri sem graça.
— Ania, a gente precisa conversar. — ele me encarou. — Posso subir?
Respirei fundo. — Tudo bem.
Foi como se algo tivesse saído de suas costas, ele simplesmente relaxou. Saímos do carro, e tudo parecia estranho, era tudo frio, não teve mãos dadas, ou seu abraço de lado. Fomos apenas um do lado do outro, e assim seguimos do elevador até chegar em meu apartamento.
Abri a porta, e deixei que Tom entrasse primeiro. Ele suspirou, e olhou cada detalhe do local até sentar no sofá.
— Eu posso fazer um café, pra gente. Aceita?
— Não precisa. — ele deu um sorriso fraco. — Eu só quero ligar os pontos com você, Ania.
— Tem certeza que não quer nada? Eu p...
— Eu sei que você está querendo fugir do assunto. — ele deu uma pequena risada.
— É, talvez eu esteja mesmo. — me sentei no sofá.
— Eu te conheço tão bem. — ao ouvir isso, meu coração bateu mais forte.
— C-comece o que tem pra falar. — falei nervosa.
— Ania, antes de tudo, eu queria te pedir desculpas. — ele respirou fundo. — A sua desculpa é tudo o que mais quero.
— Tom...
— Espera, deixa eu terminar. — ele disse me interrompendo e eu assenti. — Essas semanas sem você foram torturantes, só não foi pior porque eu tenho trabalho e ocupava a minha mente uma parte do dia. Mas quando eu chego em casa todas as noites, eu lembro de você, lembro que não vou poder te ligar ou te mandar mensagens. Se torna pior quando eu entro no meu quarto e vejo a sua foto no criado-mudo. Eu sinto a sua falta, todos os dias. — ele disse, e vi sua expressão entristecer, o que partiu meu coração.
— Eu estaria mentindo se eu disser que não sinto a sua falta. — respirei fundo tentando conter o choro. — Chega a ser sufocante quando chega um final de semana, e eu saber que você não vem. É insuportável abrir a galeria de fotos e não conseguir apagar as nossas fotos. — limpei algumas lágrimas. — Pior é quando eu sinto seu cheiro no seu travesseiro, e eu venho dormir na sala.
