Capítulo 36 Azul Eterno

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A primeira vez que entrei em um avião, me senti um pouco nervoso de início. Embora já tive meus quase 25 anos de idade, me sentia uma criança pegando um ônibus sozinha. Mas que bobagem! Pensei. Pois afinal, estava indo para Londres, que era uma cidade que conhecia muito bem. Meus planos eram buscar hotéis e estabelecimentos que pertencessem a brasileiros, assim, fazer negócios para os pacotes de turismo para a minha empresa.

Além de trabalho, também queria aproveitar o máximo de cada lugar que visitasse. Mesmo estando sozinho, tinha a impressão de que aquilo me faria sentir vivo outra vez. Como se pudesse suprir um pouco a minha solidão.

De Londres, eu pretendida ir para a Irlanda, depois França, Espanha, Portugal, Itália, Áustria, Hungria, Croácia, Sérvia, Montenegro, Macedônia e Grécia. Todo esse percurso eu faria de Trem. Em seguida, iria pelo Mar Mediterrâneo em direção ao Egito, pois sempre quis conhecer as pirâmides. Depois do Egito, partiria para Israel e em seguida para a Índia. Pegando assim o caminho para o Nepal e o Butão. De onde partiria para a China e o Japão.

Depois do Japão, iria para as ilhas da Filipinas, e Indonésia. Só então, iria para Austrália e a Nova Zelândia. E terminando de conhecer a Ásia, partiria de volta para a América. Começaria pelo Canadá e em seguida para Nova Iorque e depois para Las Vegas.

De Las Vegas partiria para o México, Jamaica, Porto Rico, Equador, Chile, Argentina e só então voltaria para casa.

Conhecer todos esses lugares ocuparia cerca de um a dois anos da minha vida. O que não me preocupava no sentido dos cuidados da empresa nem no financeiro. Sim, eu possuía um bom capital e bons acionistas. Porém, mesmo podendo pagar os hotéis mais caros. Meus planos eram diferentes. Minha meta era gastar e viver o mais minimalista o possível, sem grandes luxos. Como se fosse uma espécie de mochileiro.

Quando o avião decolou. Fiquei olhando pela janela. Cada vez estava mais distante de casa, e lá de cima tudo parecia tão pequeno. O céu ficava cada vez mais exuberante a medida que entardecia. Logo, o avião estava longe do continente e chegou a sobrevoar o mar que rapidamente foi consumido pela escuridão noturna.

Naquela noite, sonhei com Rebecca como a muito não havia sonhado. Nós estávamos novamente em Londres, e depois fomos para Tenebris. Porém, tudo estava diferente em Tenebris, pois toda a escuridão havia desaparecido e aquele mundo mais parecia um reino de contos de fadas. Repleto flores e todo tipo de encanto. As criaturas todas dançavam e cantavam. E as pequenas criaturas do Vale da Luz enfeitavam as árvores, que já não estavam contorcidas como eram. Tudo era tão cheio de luz, como se toda treva houvesse ido embora. E Rebecca estava sempre ao meu lado, segurando a minha mão e sorrindo.

Acordei quando o piloto anúncio que havíamos chegado ao destino.

Finalmente estava em Londres. E minha aventura estava para começar.

Cheguei em Londres, me hospedei em um quarto que pertencia a uma família brasileira. Passei minha primeira manhã tratando de negócios com vários hotéis e famílias. Durante a tarde, tratei de fazer o turismo básico. O que me fez sentir a maior nostalgia da minha vida, pois fui em praticamente todos os lugares que Rebecca havia me levado. Aquilo não me entristecia, muito pelo contrário. Me fez muito bem. Pois com a passar dos anos, Rebecca foi se tornado para mim algo bom de se lembrar. E lembranças felizes não devem ser levadas para o lado negativo.

Durante a noite, ainda não estava com sono por causa do fuso horário. Então fui para um lugar que eu conhecia muito bem, o bar The Sherlock Holmes. Fiquei feliz em ver que tudo continuava praticamente igual. O mais surpreendente foi rever um antigo conhecido. Era Felipe. O mesmo barman que eu conheci quando visitei o bar pela primeira vez. Ele estava mais velho, claro. Porém parecia cumprir a mesma tarefa de antigamente. Ele ainda servia bebidas no balcão.

ETERNAWhere stories live. Discover now