Entrei dentro de casa, minha mãe trazia as roupas do varal e meu pai estava sentado no sofá como se nada tivesse acontecido. Passei reto por ele. E meu pai não disse nada, continuou sentado, olhando fixamente para a televisão. Entrei no meu quarto, larguei a mochila em um canto e me sentei na poltrona. Olhei pela janela e faltava pouco para escurecer. Pensei no começo do pôr do sol que Rebecca e eu presenciamos, e como ele deveria estar ainda mais bonito naquela hora. Peguei meu celular no bolso e os fones de ouvidos do celular, que estavam em cima da minha escrivaninha e fui para a janela, me escorei, coloquei uma música do Coldplay com o volume baixo e fiquei olhando pela janela.
— O sol está quase se pondo por completo. — Escutei a voz de Rebecca em meu quarto.
Tirei os fones e olhei para trás, ela estava sentada na minha poltrona, com um sorriso no rosto. Já usando outra roupa que não era o uniforme da escola, e sim um macaquinho preto — acho que é assim que se chama — , uma camisa xadrez azul na cintura e os seus tênis surrados.
— Sim, falta pouco para escurecer — comentei, olhando novamente para a janela.
— O que você está ouvindo aí? — disse ela, pulando da poltrona, andando até a janela, e pegando meus fones e colocando nos ouvidos. — Hum, eu também gosto dessa música. É Yellow né?
— Sim — respondi.
— O que acha de irmos escutar nossas músicas em outro lugar? Minha família não está em casa. Foram visitar minha vó que está morrendo, eu acho. E por isso ninguém vai sentir minha falta em casa. Podemos aproveitar e sair mais cedo. Tudo bem?
— Sim, mas tenho que voltar para jantar. Minha mãe ficaria desesperada se não me encontrasse — disse eu.
— Pode crê, a gente volta por umas sete da noite e depois a gente sai de novo — disse ela.
— Pode ser... Mas onde vamos desta vez?
— Eu prometi que seria um lugar que não iríamos precisar de dinheiro. E eu já o encontrei, já está tudo pronto, esperado por você — disse animada, se escorando na parede próxima a janela.
— Hum... Onde é? — perguntei desconfiado.
— É uma surpresa, lembra? Você não confia em mim?
— Confio. — Olhei para ela.
— Então me dê as mãos — disse ela, estendendo as mãos na minha frente.
Eu sorri, e peguei em suas mãos. Ela as apertou firmemente.
Tudo ficou azul por meio segundo, e depois vi a luz azul cintilante. Logo estávamos em um lugar completamente diferente do meu quarto.
Olhei para os lados e vi somente árvores de variadas espécies, quase não passava luz entre elas. E o pouco que eu via eram os últimos raios solares. O chão era repleto de folhas secas, mas mesmo assim muito úmido. Estávamos em uma clareira, o que era difícil de encontrar por ali, pois a mata era bem densa. Logo notei que era uma floresta tropical. Mas só confirmei quando vi um bugio em cima de uma árvore. O curioso macaquinho me olhava fixamente e soltava alguns gritos, em seguida desapareceu entre as árvores.
— Estamos na Amazônia, né? — perguntei, olhando para Rebecca, que estava tão fascinada com o bugio, quanto eu.
— Sim — disse animada. — Aqui é meu lugar preferido no nosso pais, aqui é um lugar lindo, livre e que deve ser respeitado. É um dos lugares mais sagrados do mundo. Não somos nada sem a força que esta floresta da para o mundo.
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ETERNA
RandomE se durante todas as noites você pudesse ir para qualquer lugar do mundo? A vida de Arthur Martins, um adolescente tímido de 17 anos, mudou completamente depois de que sua antiga amiga de infância, Rebecca Luz. Uma garota linda, misteriosa e dona d...